Carta enviada à Câmara dos Deputados Federais
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Relato escrito por: SÉRGIO DE ABREU

Pobre cidadão brasileiro que escolheu como “hobby” possuir um Trailer ou Motor Home para poder viajar em férias pelos pontos turísticos de nosso imenso Brasil.

 

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Nos idos de 1964 iniciou-se a produção em série de trailers turísticos no Brasil, com apenas uns 100 anos de atraso em relação aos Estados Unidos e Europa, onde até hoje esta industria continua em franco crescimento.
No Brasil o mercado foi crescendo até 1977, quando houve a crise do petróleo, cujo preço da gasolina subiu assustadoramente, fazendo com que muitos trailistas proprietários de veículos de grande porte (Dodge Dart, Maverick 8 cc, Veraneiro, Galaxie) necessários para rebocar seus trailers se desfizessem dos mesmos, estacionando seu trailer em um camping próximo e com isto passou a usar o trailer como casa de campo ou casa de praia, não mais viajando com o equipamento.
Mesmo aqueles que continuavam a viajar, reduzindo o tamanho do trailer, ou mesmo se sujeitando ao alto preço do combustível acabaram trombando com outra decisão do governo que era o fechamento dos postos de combustível nos fins de semana. Ele tinha gasolina para ir e não para voltar.
Continuando esta trajetória alguns conseguiram adquirir um veículo a Diesel (Pick-Up cabine dupla) para poder viajar, enquanto outros ficavam fixos nos campings usando como casa de veraneiro.
Mesmo com todas as dificuldades o mercado foi crescendo lentamente até 1989. Quando em 1990 a classe média que é a principal consumidora de trailers e praticante de campismo foi presenteada pelo confisco, pelo corte nos financiamentos, pela seqüência constante de pacotes anti-inflacionários (Plano Collor I, II, etc.) fazendo com que a industria de veículos de recreação fechassem suas portas. Exemplo: Karmann Ghia – Turiscar do Brasil – Ancar – Casacar – Turistrailer – Scheid – e outras de menor porte mas que não merecem tão triste destino.
Com a crise no setor, o mercado nunca mais voltou a ser o mesmo, os fabricantes que ficaram tentam a todo custo sobreviver muitas vezes fabricando outros produtos que nada tem a ver com o campismo e turismo.
E para completar a alegria de ser proprietário de um trailer no Brasil, ao planejarem o novo “Código Nacional de Trânsito” no artigo que regulamenta o transito de veículos articulados fizeram uma redação tão mal feita, com dupla interpretação, já constatadas por autoridades de transito, fazendo com que, para o trailista viajar com seu trailer tenha necessidade de possuir Carteira de Habilitação modelo “E”, a mesma usadas por caminhoneiros com cavalo e carreta de até 40 toneladas.
Como fica o cidadão que possui trailer desde 1970 (a mais de 30 anos) e por um erro ou mesmo por desconhecimento de quem redigiu o novo código fica proibido de viajar com seu trailer. Vou para os Estados Unidos ou Europa, alugo um trailer e viajo o país inteiro com a minha Carteira de Habilitação categoria “B”, e no meu país sou proibido.
Senhores Deputados, já faz mais de 2 anos que através da Abracamping estamos pleiteando a mudança da lei é até agora nada foi feito. Existe hoje no Brasil mais de 5.000 trailers estacionados sem poder rodar, diversas locadoras fecharam suas portas, empresas do ramo que tinham de 20 a 30 empregados está reduzida a 3 ou 4 funcionarios apenas.
Todo este caos está acontecendo por um erro de redação. Espero que dentre todos os Senhores Deputados um pelo menos se interesse por esta causa, pois a situação está se tornando insuportável e com certeza nas próximas eleições aquele que se interessar será lembrado por mais de 30.000 eleitores.

 


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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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