Expedição Interrompida: Equipamento Pega Fogo
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Bastaram 15 minutos para o fogo consumir o equipamento que se tratava da caminhonete+camper, pertences e os sonhos do casal viajante Walfredo e Luciene Kumm. Foram onze anos de planejamento queimados em alguns minutos que ficaram na memória do casal aventureiro que pôde contar com a ajuda e o carinho de nossa querida e conhecida campista Graça.


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O casal estava no interior do Estado da Bahia quando o fogo começou na caminhonete estendendo-se a todo o conjunto deixando-os somente com a roupa do corpo. Perdeu-se também todo o acervo e equipamento fotográfico, computador e diversos outros pertences. A expedição durariadois anos.


O destino final seria o Alaska, mas ao menos 1400 cidades seriam visitadas antes disso.  Walfredo Kumm e sua esposa Luciene Kumm viajavam a bordo de uma Camper com quarto, sala, banheiro e cozinha. Alguns luxos, como ar condicionados, também estavam a bordo. A energia das baterias estacionárias abasteciam a casa que também era servida de uma caixa de água de 120L que podia ser abastecida em qualquer posto de combustíveis, além de qualquer outro ponto de torneira que for oferecida. A preparação e planejamento da viagem foram feitos durante onze anos, incluindo formação acadêmica. E não é só no Camper que existiram modificações e novidades. A cabine dupla da caminhonete L-200 tinha a parte maior do banco bipartido retirado para acomodação do pneu estepe. Ainda restava um assento para um terceiro passageiro carona. Também uma gaveta fora instalada sob o banco do passageiro que foi erguido.

 

Agora restou a força de vontade em se reerguer e recomeçar o sonho que certamente será novamente atingido. O site MaCamp torce e defende esta idéia.

 

Marcos Pivari

 

 

 Confira a reportagem antes da partida:

 

 

(Trecho extraído do blog da expedição)

 

Hoje o dia não amanheceu, não consegui dormir. A cena do fogo e de todos os nossos pertences vinha em cada segundo da noite. Eu sei que temos de agradecer pelas nossas vidas, mas perder tudo num piscar de olhos não é fácil. Ali estava a nossa história, estava um acervo fotográfico de 11 anos, os nossos equipamentos, as nossas roupas, a nossa casa, enfim tudo que gostávamos.

Não questiono e até acredito que vem coisa melhor. Mas o que posso registrar é que não precisava ser melhor, estávamos muito felizes com o que tínhamos. Não tínhamos necessidades de quer mais. Estava maravilhoso.

Isso era o Maximo, era tudo que tínhamos de meta para vida. O fogo queimou tudo em menos de 15 minutos e diante disso nos sentimos impotente, com as mãos amarradas. Nesse momento eram só eu e ele sozinhos, numa estrada sem movimento, no interior do interior, longe de tudo. Era um deserto seco e ventava muito, calor de 400 C.. Não tivemos medo, estávamos em estado de choque, melhor vazios.

Sangue corria em algumas partes do corpo e eu nem sentia. Descobrimos naquele momento o vazio e o impotente. Duas palavras que já foram referenciadas, mas que representam muito do momento. Agora me resta trabalhar. Buscar um emprego em algum lugar e seguir pensando na possibilidade de um dia poder voltar a sonhar com a ida no Alaska atravessando as três Américas.

Nesta tristeza conhecemos pessoas que amenizaram um pouco nossos sofrimentos, o Seu Zé Preto e Dona Graça. Ele foi um cara que apareceu do nada, lá onde tudo acontecia, nós deu a mão e nos levou para três municípios diferentes, em busca de uma delegacia que estivesse disposta a fazer o B.O. Em nenhum dos três tinha alguém querendo ajudar ou melhor disposto a fazer o B.O. Ele se prontificou a brigar pela gente fazendo mais de 100 km sem se quer nos pedir um tostão.

Depois veio a Dona Graça. Proprietária de uma farmácia. Que ao nos vê, sem muita explicação já foi resolvendo tudo para nós. Primeiro deu os remédios e material de higiene pessoal. Depois fez um proprietário de uma loja abri-la para pegar roupas. Em terceiro, buscou comida. Isso tudo sem ao menos saber o nosso nome. No outro dia pela manhã ela própria foi resolver a pendência do B.O. , rodou de taxi os 100 km que o Zé já havia feito e conseguimos sair com o B.O. manuscrito e ditado. Ela buscou carinho e conforto para nós.

Temos também de agradecer a preocupação de todos nossos amigos presentes, filhos e amigos faceanos pelas palavras e conforto. E, aos nossos amigos novos Elizeario e família pela preocupação. Agora estamos voltando pra casa sem o nosso sonho realizado. Só temos a dizer que foi triste ver 11 anos de planejamento destruídos em 15 minutos. Vazios e impotentes seguimos sem ao menos encontrar explicação.


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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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