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Responder a: Expedição Baumeister Patagonia 2016 – MaCamp

#66447
Odair Teixeira
Participante

4 dia – Mais dores de cabeça com os freios
Dormimos em um posto do lado esquerdo da Ruta 14, bem para frente do Posto YPF recomendado pelo Dardo, já que o acesso era meio complexo e ainda dava para tocar um pouco mais, já que havíamos ganhado uma hora com o horário argentino (-1 hora). Era um posto simples, mas tranquilo, com algumas carretas de transportadoras brasileiras estacionadas. Fica a uns 40 km depois da guinada a esquerda da Ruta 14 e do Posto YPF recomendado pelo Dardo, um pouco antes do pedágio, já quase saindo da Provincia de Corrientes. Enchemos o tanque com diesel Euro e vi que o preço estava mais caro que no Brasil. Mas nem comecei a fazer contas, pq se ficar convertendo tudo que vc consome, vc não relaxa e fica pensando que esta gastando muito. Não quer gastar? Não saia de casa.
Pensei em encher o gerador, mas o tanquinho ainda tinha 3/4 de gasolina. Bem econômico este Toyama. Consome menos de 1 litro por hora em carga de trabalho baixa.
Acordamos com galo cantando e pulamos da cama. Tomamos café, revisei rodas, freios, pneus e tudo ok. Borrifei WD 40 nos cubos e limpei para ver alguma possível trinca e nada. Como havia limitado o curso do atuador, pensei “Beleza, problema resolvido”.
Eram 07:00 e já estávamos na estrada rumo a Colón. Estávamos surpresos com a quantidade de placas de beira de estrada fazendo propaganda de uma loja de produtos regionais. Planejamos parar em alguma a frente para comprar algumas meia lunas, queijos e Dulce de Leche.

A Ruta 14 é uma rodovia duplicada, com trechos onde o pavimento tinha trilho de rodas (deformações causadas pelo excesso de peso de caminhões + pavimento de baixa qualidade ). Estas deformações são chatas pq o trailer fica serpenteando e as vezes dá uns sustos. Então, toda vez que aparecia trilho de roda, baixava a velocidade de 100 para 80. Em trechos bons, dava para manter 100 e as vezes 110 km/h. Como o trecho era longo e em linha reta, dava para experimentar rodar 100km à 80km/h e medir o consumo, depois subir para 90km/h, depois 100km/h e medir o consumo médio em cada patamar de velocidade. Dá pra ver que a cada 10km/h que a velocidade após os 70km/h, o consumo sobre quase 10%. Sai de 8km/l @ 70km/h e vai para 6km/l @ 100km/h. O Imperial é largo, então o arrasto é maior tb.

Já era quase 11:00 resolvemos fazer mais uma parada, e aí sim comprar algumas besteiras. Parei numa loja de produtos regionais ao lado de um posto, perto do trevo de Colón. Compramos algumas coisas e saímos. Foi quando fui fazer a checagem e levei um susto. O cubo traseiro direito havia trincado a ponto de romper e soltar a roda.[hr]
E lá estava a Wig me perguntando ” E agora, o que nós vamos fazer?”
Eu respondi: Não se vcs, eu vou lá na loja de conveniência tomar um café. Depois vejo o que vou fazer, já que hoje não dá pra continuar e vamos ter que estacionar por aqui”

Bom, depois do café, tentei conectar no Wifi da loja, mas a conexão não funcionava. Então habilitei o celular para uso na Argentina (e lá se foram 399 reais), já que o celular com chip da Claro Argentina só fazia chamadas e não trocava dados. Acabei trocando uma idéia com o dono do Posto, o Sr. Raúl. Um cara tranquilo, gente boa que me ofertou estacionar entre a casa da família (que estava abandonada) e o posto, com agua e energia elétrica à vontade. Comecei a buscar um fornecedor de tambor de freio VW 5 furos, mas em Colon não seria fácil. Disparei Whatsapp para vários colegas e algo incrível aconteceu. Meu amigo Marcos Pivari fuçou na internet e achou um cara no Uruguay que tinha os benditos tambores de freio. Eu havia encontrado em Uruguaiana, mas teria que voltar 380 km para buscar, além de fazer aduana e dirigir mais 380km. O contato enviado pelo Marcos Pivari era um marinheiro desempregado, cujo pai restaurava fuscas em Paysandu. Ele tinha o contato de um desmanche onde tinha muitas peças de fuscas e kombis antigas. Sabe o melhor? O cara estava a 14 km de onde eu estava.
Almocei no “Der Baumeister”, desengatei a Hilux e vamos pro Uruguay. Fizemos a aduana, cruzamos a ponte sobre o Rio Uruguay (Linda paisagem) e adentramos na pacata cidade de Paysandu.
Nos encontramos no centro, fomos até o desmanche, pegamos 4 tambores e zarpamos de volta. Na volta ainda paramos no Free Shop, mas com dólar 4:1, não anima comprar muita coisa. Já era noite quando voltamos, então resolvemos parar no Supermercado e comprar suprimentos. O kg do Ramon Cozido em Colón tá valendo a pena. Quem tiver na área, aproveita a promoção.

Chegamos no Baumeister eram quase 21:00. O jeito foi tomar um bom banho, jantar uma massa com vinho local e deixar tudo preparado para a manutenção na manhã e daí seguir viagem. O lugar era tranquilo, sem barulho e seguro. Deu pra descansar bem.[hr]
Enquanto rolavam estes perrengues, eu mandava um whats pro Dardo, reportando como as coisas desenrolavam. [hr]
5 dia – Já era para estarmos lá

Acordei super cedo, tomei café e logo já estava com a mão na graxa literalmente. Troquei os tambores e agora o Imperial Baumeister estava pronto para pegar a estrada. Mas com um porém. A partir de agora, o freio estava bloqueado. Nesta hora, fiquei com a consciência tranquila com os 250 reais gastos no terminal rotular que usei para fazer o dispositivo do atuador. Da maneira que construí, ele serviria para anular o freio também. Era só frouxar as porcas, empurrar a munheca pra frente e travar novamente. O lado ruim de bloquear o freio do Imperial é que a partir daquele momento, teria que me deslocar no máximo a 80km/h, usar freio motor da Hilux e cuidar nas aproximações e trevos. Isto me atrasaria 200km/dia, já que minha média era mais alta.
Terminei a montagem depois de um rolamento ter combinado com o Sr. Murphy que não sairia. Troquei os rolamentos, retentores, apertei e chequei folgas. Tudo ok ! Trailer no chão e pegamos a estrada novamente.
A idéia era tentar recuperar o que fosse possível, então rodaria até mais tarde, faríamos almoço com lanches preparados pela Wig Catering Corp, paradas para o toalete modo “The Flash” .
Como a estrada estava tranquila e eram retas intermináveis, não me preocupei tanto com o freio. Pelo menos uma coisa boa: Com o dispositivo travando a munheca, isto resultava em zero trancos no engate.
Quando estava no Uruguay escolhendo os cubos no depósito gigante de peças, vi que alguns deles eram “Made in Germany”. Lógico que peguei os que eram “Deutsche Sprechen” . Pena que só tinham 2 em bom estado. Diferente dos cubos vendidos no Brasil, estes possuíam mais material, eram mais pesados e tinham um reforço justamente na zona onde as trincas aconteceram.[hr]
diferença dos cubos (tambores de freio)


Trinca no tambor de freio

Trailer esperando a troca dos tambores

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