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Desolação.Silêncio. Medo. Incerteza.

Um mundo quase absurdo para nossa imaginação. Assim é a selva.

O repórter, que nela viveu durante vários meses, conta aqui algumas das lições que aprendeu. Ele fala de uma terra incrivelmente verde, hostil, ameaçadora e ao mesmo tempo deslumbrante e grandiosa. Porque a selva é assim mesmo, toda feita de inexplicáveis contradições. Capaz, mesmo, de se fazer odiada e amada a um só tempo, na mesma intensidade.

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tempo, na mesma intensidade.
Televisão ligada. Copo de cerveja ao lado. O corpo estirado confor-tavelmente no sofá.

(Eu pensava que ir para a selva, em plena Amazônia, seria apenas um pouco mais duro do que acampar durante um fim de semana numa das nossas praias do litoral… E nada me culpava de pensar assim).

Lá fora, na rua, movimento e barulho, vozes e risos, o ronco estridente dos carros.

(A selva estava à minha espera. Eu sonhava com ela, tentando imaginá-la. Só depois, então, pude entender o quanto a minha expectativa fora distanciada da verdade, superficial e romântica).

Os bares abertos, mulheres pelas ruas, os desejos satisfeitos, tudo ao alcance da mão. Simplesmente, sem esforço algum. Só com dinheiro, velho ou novo, não importa.

Assim é na cidade.

(Chego à selva e aprendo: aqui o que vale é o homem, sua audaciosa coragem, sua impetuosidade, sua força interior e a resignada humildade em saber compreender que é tudo e é nada. E se por nu diante da natureza coberta. Ê saber viver num mundo diferente, estranho, fantástico, imprevisível).
Lição Primeira:

Um dia tentei enfrentar a selva. Não enfrentá-la, no sentido restrito e literal da palavra. Mas senti-la, vivê-la. Amá-la, se possível.

Acostumado às comodidades da vida moderna em uma grande cidade, embarquei em um pequeno avião e desci em plena selva amazônica, mais precisamente a 6 quilômetros da aldeia principal dos lendários Kranhacãrore, mais conhecidos como índios gigantes.

Ao descer do Cessna senti quanto infantil fora meu procedimento. Devido ao calor — uma média de 40 graus à sombra — desembarquei de short e, como era natural, fui o alvo preferido de centenas de piuns e borrachudos, uma praga na região. Aprendi a primeira lição: andar sempre trajado com camisa de mangas compridas, calças do mesmo tamanho, protegidas com botas de cano longo.

Repelentes? Não adianta. Tentei esse meio, bastante civilizado, para afastar os terríveis insetos. Mais parecia uma garota se bronzeando na praia. Até os índios, acostumados ao ambiente agreste, se divertiam comigo. Acho que comentavam: “será que ele esqueceu que lança-perfume não funciona mais?”
Lição segunda:

Cheguei cansado e não via a ho ra de estirar o corpo em uma relaxar os músculos. Mas na selv não tem disso. É preciso primein arrumar o local ideal para o acam pamento. É necessário andar, picadas, enfrentar os imprevisto mais imprevisíveis. O local acampamento pode estar próximo como também a quilômetros de dis tância.

Portanto, perdi mais um ponto Fui obrigado a deixar mais da me tade de minha bagagem para pros seguir caminho. E aprendi, assirç que para se acampar na selva é ne cessário levar apenas o essencial como cantil de água, rede para i mir e o estritamente necessário pa ra se comer, além de alguma arm e medicamentos para socorros Uf gentes. Porque, a cada passo, sui ge um imprevisto.

Lição terceira:

A longa caminhada me ensinai que é preciso andar sempre armij do. O acampamento pode estar dia tante, obrigando a pousos contínuof no meio da selva, e os mantimenti podem se escassear antes. Por ii| so, um macaco que surge, um páf saro, um veado ou porco selvage«| se constituem na grande refeiçí do dia. E a arma, além de possibill

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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