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Em um artigo no site clicbs a colunista Viviane Bevilacqua aborda uma questão corriqueira na mente dos campistas de alma do Brasil: O campismo frente ao crescimento dos equipamentos relacionados ao turismo, meios de hospedagem e da própria valorização imobiliária que resulta em menos campings “pé na areia”. A resposta ou reação para tdo isto poderia estar na regulação e legislação das cidades turísticas ou mesmo em locais de preservação que pudesse privilegiar o camping como meio de hospedagem que menos impacta a natureza mesmo que em áreas urbanas.

Confira seu texto:

Um jovem que mora no interior me disse, dias atrás, que gostaria muito de passar uns dias no litoral com os amigos, mas que não tinham nem casa para ficar nem dinheiro para pagar hotel, e que teriam que fazer um ”bate e volta” exaustivo, se quisessem mesmo tomar um banho de mar. Eu sugeri que fossem de barraca, para acampar, afinal, existem campings bem equipados em praticamente todas as praias catarinenses. Para minha surpresa, ele disse que não conhecia, que nunca tinha ouvido falar sobre estes locais para acampamento no nosso litoral. Garanti que eles existem, sim, e que com certeza seria uma boa opção para as férias da turma de universitários que não quer  (ou não pode) gastar muito com estadia. Ele se interessou e disse que iria procurar.

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Depois, fiquei pensando sobre isso, e foi então que me dei conta de que os campings realmente estão desaparecendo. Pelo menos aqueles de beira da praia, que tanto fizeram a alegria da rapaziada nos meus tempos de juventude. Deve ser por conta do crescimento  das cidades litorâneas e da especulação imobiliária, claro. Nunca tinha pensado nisso. Quando eu era pouco mais do que uma adolescente, vínhamos em turma e em caravana de carros do Rio Grande do Sul para Santa Catarina, quase sempre para Garopaba. Lá, bem na beirinha da praia, no Centrinho, havia um camping, sempre lotado de barraquinhas no verão. Não tinha infraestrutura alguma, mas ninguém estava se importando com isso.

Pagávamos para tomar banho quente  (o máximo do conforto) em alguma casa de pescador à beira-mar,  as refeições fazíamos em fogareiros improvisados, e de resto era só sol e mar durante o dia e jogos de cartas e rodinhas de violão nas escadarias da igreja da parte antiga da cidade durante a noite. E todos os finais de tarde tínhamos um compromisso inadiável: fazer fila no (único) telefone público perto da padaria para ligar para casa, e avisar a mãe que estava tudo bem. Não havia celular, e nem fazia falta. Muitas amizades nasciam na fila do orelhão. Conhecíamos os pescadores nativos pelo nome, seguidamente eles nos convidavam para almoçar, e também ajudávamos nos arrastões, quando tiravam do mar redes cheias de peixes, para a alegria de todos. Era fartura de tudo: de comida, de risadas, de sol, de amigos, de tempo para não fazer nada.Que delícia de época!

fonte: http://dc.clicrbs.com.br/sc/colunistas/viviane-bevilacqua/noticia/2017/01/onde-foram-parar-os-campings-que-ficavam-a-beira-mar-9221225.html
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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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