Localizado em Farroupilha – RS o santuário Nossa Senhora do Caravaggio foi inaugurado em 1890 e foi palco da primeira romaria de motor homes.
A esplanada do Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Caravaggio ficou pequena diante o tamanho da fé dos 170 caminhoneiros que compareceram à sétima edição da Romaria da Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Farroupilha (Cooperfar), celebrada na manhã deste domingo, 21. Os motoristas partiram do Posto Treviso, na RS-122, ao lado da Polícia Rodoviária Estadual, às 6h45min. Percorreram o trajeto até o Santuário seguindo a imagem da santa e avisando a vizinhança, ao som das buzinas, que se aproximavam. A missa com benção se iniciou às 8h e reuniu cerca de 1,5 mil pessoas.
Durante a celebração, a emoção tomou conta dos caminhoneiros vindos de Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves, São Marcos e outras cidades da região. O ofertório contou com a entrega de itens simbólicos da profissão: a chave do caminhão foi entregue pelo motorista mais antigo da Cooperfar: Alcir Antonio de Césaro, de 71 anos e que dirige há mais de 47. Em seguida, foi a vez do caminhoneiro mais jovem carregar até o altar o caminhão com o emblema da cooperativa: Leo Zanco, de apenas 21 anos, que já dirige há 2.
No sábado, cerca de 30 motor home estacionaram na esplanada do Santuário para pedir a proteção de Nossa Senhora de Caravaggio. No próximo final de semana, os motoristas de Carros Antigos prestarão suas homenagens à Santa.
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SOBRE O SANTUÁRIO:
A velha matriz, ou Capela dos Ex-Votos, como é mais conhecida atualmente, merece uma atenção especial dos que visitam o Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio.
No cunho histórico, foi inaugurada em 1890 pelos imigrantes que povoaram a então Linha Palmeiro, que pertencia à colônia Dona Isabel (Bento Gonçalves/RS). Numa época em que as casas eram fabricadas em madeira ou pedra, eles improvisaram uma olaria para fazer os tijolos. Pedras só no campanário que abriga um relógio fabricado por Augusto Rombaldi no ano de 1900 e os três sinos importados da Itália, que segundo os moradores mais antigos da comunidade de Caravaggio, ao longo dos anos tem afastado as chuvas de pedra da região com o som. O pintor Cremonese fez a decoração interna, que pode ser apreciada até os dias de hoje.
A estrutura conserva a originalidade nas portas pesadas com maçanetas muito antigas, na pintura das paredes com imagens sacras, nos bancos de madeira, nos oratórios e salas de confissão e principalmente nos altares de madeira com algumas imagens que datam do início da construção. Na Igreja, os peregrinos podem ouvir a história da Aparição e da fundação do Santuário num sistema de som.
Bem mais que apenas história, a Capela dos Ex-Votos também representa a esperança de todo um povo. A sua maior riqueza está nos milhares de objetos – conhecidos como votos – deixados por fiéis ao longo dos anos nas salas da igreja. Numa análise ainda que superficial, a maioria dos agradecimentos são relativos a graças alcançadas pela saúde. Os que mais se destacam são as fotos com dedicatórias singelas e pessoais a Nossa Senhora de Caravaggio, encontradas em todas as paredes e nas duas salas, antes usadas como sacristia.
A quantidade de objetos curiosos, imagens de santos, quadros, cartas, luvas, bonés, roupas, placas de mármore com dedicatória, sapatos e coletes ortopédicos, bengalas, muletas, aparelhos de correção, pernas e braços de gesso, capacetes, escadas de ferro, bicos, pulseiras, escapulários, terços, placas de automóvel e inclusive cruzes são bastante significativas. A Capela dos Ex-Votos ainda guarda o mistério de um exorcismo que teria acontecido há alguns anos no local.
