Sem dúvida a carreta (ou reboque) é uma grande ajuda quando se fala em espaço e conforto para guardar e transportar grandes volumes de bagagem. Existem muitos tipos de reboques: tipo baú (fechada), Fazendinha (de madeira), para barcos, jet Skis, motos e a famosa carreta-barraca.
No entanto, antes de falarmos sobre os tipos, é muito importante que sejam abordadas as questões mais técnicas.
Para você que é motorista e nunca puxou uma carreta engatada ao seu veículo, é preciso tomar muito cuidado. O carro ganha no mínimo dois metros a mais. O reboque, apesar de ter suas rodas próprias, apresenta uma tensão na traseira do veículo. Esta tensão altera a potência do motor, como torque e arrancada e também altera a frenagem. O motorista tem de prever um espaço bem maior para a parada total do conjunto. São comuns os acidentes causados pelo efeito “L”, em que com a frenagem do carro, a carreta se vira perpendicularmente através do eixo do engate e joga a traseira do veículo. Tome sempre muito cuidado com as ultrapassagens.
Mesmo com um carro de motor forte, o balançar da carreta pode desestabilizar o conjunto, e quanto mais íngreme a subida, mais peso o reboque exerce sobre o veículo. Ao dar marcha ré tome o dobro de cuidado, pois o reboque geralmente tende a ir ao sentido oposto ao da direção do veículo tracionador. Mas isto não é uma regra, podendo o reboque seguir o outro sentido e causar novamente o efeito “L”. Outro cuidado a se tomar é com as famosas lombadas ou quebra-molas. Quando o veículo está em cima o reboque está em baixo e vice-versa, sobrando para o sistema de engate todos os esforços de tração e compressão presentes no momento. Qualquer velocidade é suficiente para a sua ruptura. Isso depende da posição de ambos os equipamentos. Existem muitas questões quanto ao tipo de engate. O fato é que cada vez mais pessoas colocam este tipo de equipamento para evitar o estrago do veículo em pequenas colisões. A verdade é que isto danifica o veículo se a colisão for mais forte, pois não haverá amortecimento da batida. Com essa nova moda, muitos lugares estão instalando engates de qualidade baixa, e que não atendem às especificações de tração. Escolha um instalador confiável, do ramo e que instale no engate a placa que leva a marca e os números de capacidade de tração. Junto do engate deve ser instalada a tomada de ligação das lanternas do reboque (lanterna, luz de freio e setas) que devem ser sincronizadas com as luzes do carro. Está na lei que juntamente do engate, deve ser passada uma corrente presa com cadeado ou parafuso com porca, ligando o reboque e o carro, em caso de ruptura da bola ou da peça que à ela se acopla.
Qualquer tipo de reboque exige um engate de capacidade mínima de tração de 500kg. O peso exercido na vertical, varia de 50 a 70kg, pois o peso restante da bagagem, está exercido sobre o conjunto de rodas do reboque, que pode ser de um ou dois eixos com rodagem simples.
Importante é a questão da habilitação. O motorista pode rebocar uma carreta com a habilitação da categoria “B” quando o equipamento não ultrapassar 3.500kg e a lotação de pessoas (caso haja transporte de pessoas) não exceda 8 (oito) lugares excluindo o do motorista. Leve sempre uma cópia do Código de Trânsito Brasileiro , pois não são poucas as reclamações que nos chegam de policiais questionando fatos que confundem o cidadão na hora da abordagem.
O reboque está livre do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e do seguro obrigatório (coberto pelo veículo tracionador), exigindo somente o licenciamento anual de acordo com o número final da chapa. A carreta possui documentação própria, assim como o número da chapa, podendo ser autuada da mesma maneira que os carros comuns.
Confira também os tipos de carretas do mercado no menu a esquerda.
Marcos Pivari