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meio da tarde, descemos do ônibus e fomos visitar novamente o Vaticano. Desta vez estávamos munidos de lenços e roupas mais adequadas às exigências para a visita do local. Queríamos antes da Basílica, ir conhecer a Capela Sistina e ver a grande obra de Michelangelo. Para isto, tivemos que ir visitar o museu do Vaticano. Eu já estava quase farto de tanto ver estátua de homem pelado… Mas, fazer o que?! Fomos conhecer o tal museu. Meu Deus do céu! Um absurdo! Sem dúvida, de todos os museus que já visitei esse superou a todos. Não somente pela quantidade de objetos e a sua beleza, mas pelo estado de preservação em que todos se encontravam. Realmente, tenho que tirar o chapéu para a igreja católica. Foram sábios em acumular e preservar a história desta forma, acumulando obras de arte durante o seu trajeto. Que belo investimento! Mas, devemos lembrar que não pertencem à humanidade, pertence à igreja romana. Se assim mesmo, todas as obras não bastassem para justificar a visita, havia o próprio local onde elas estavam expostas, a decoração dos pisos com mármores e mosaicos, as paredes com pinturas clássicas de várias épocas ou com tapeçarias lindíssimas… Ainda restava o teto ou colunas espalhadas pelo recinto, que emolduravam a tudo num conjunto decorativo para fazer inveja a qualquer monarca de qualquer época e de qualquer nação. Impressionante! E é muito grande. Já tinha até me esquecido da Capela Sistina, que era o nosso objetivo inicial quando nos deparamos com alguns “homens de preto”, iguais aos do dia anterior quando barraram minha filha, insistindo a todos, sem exceção, naquela multidão de pessoas, para que fizessem silêncio absoluto. Afinal estávamos por adentrar a Capela Sistina e teriam todos de se comportar dignamente, para a contemplação daquele lugar. Foi um festival de “psit” e pedidos de silêncio durante todo o instante que ficamos por ali. Parecia um coral. Ali, quase tudo estava coberto com chapas de acrílico para não ser tocado diretamente: portas, mármores e algumas paredes. A capela era do tamanho de um espaço de uma igreja de médio porte, mas com tanta gente aglomerada ali, parecia bem menor. Olhamos tudo rapidamente e saímos. Descendo por um corredor, numa banca que vendia livros das obras expostas, observei a figura central da obra de Michelangelo no teto da capela (O dedo do homem tocando o dedo de Deus). Dei-me conta de que não a havia visto, pessoalmente. Perguntei a atendente onde ficava aquela figura afinal… Ela me sugeriu voltar e olhar ao centro do teto da capela. Caramba! Nada a ver, durante anos pensei que esta figura predominasse num domo especial,  e que estivesse completamente isolada e destacada de qualquer outra figuração. Que nada… Voltando até a capela, percebi que estava bem ao centro mesmo. Porém, não parecia tão esplendorosa quanto às fotos que havia visto em livros. Senti certo desgosto. Tudo bem! O teto era bem alto mesmo, não dava para ver tão focado. Ok! Vamos dizer que não foi propaganda enganosa. A figura estava lá. Mas, comecei a pensar de como a propaganda e a maneira de como nos são apresentadas determinadas coisas, influenciam as nossas mentes e mexem com o nosso aspecto lúdico. Nesse atributo, vejo que nós brasileiros não somos muito bons na divulgação da nossa: cultura, arte, uso e costumes. Somos muitos simplistas ou disformes. Se compararmos, temos muitas coisas tão boas quanto… Ou até melhores, em vários aspectos. Falta-nos um pouco mais de auto-estima e noção do que pode ser importante.

  Deusdeth Waltrick Ramos

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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