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Antes de chegarmos a Luzerna a coisa se complicou um pouco, num trecho do caminho tentamos seguir conforme a programação do GPS, mas a estrada estava fechada por uma cancela que trancava a passagem, simplesmente. Sem nem uma viva alma para explicar o que estava ocorrendo, ficamos meio indecisos no que fazer. Creio que este tipo de ocorrência seja já de hábito por lá. É fechada a estrada ou caminho, por motivos óbvios e todos respeitam e já sabem como proceder. Acham outra solução e seguem. Se é que existe esta possibilidade, em alguns casos. Pois, no inverno a coisa deve ficar bem difícil. De certa forma, vínhamos circundando aquele ponto onde tivemos que desistir de percorrer, pelo risco e a existência de neve na pista. Mas, em algum ponto teríamos que atravessar a montanha e talvez fosse ali, este, o ponto. A estrada que deveríamos seguir, conforme o aparelho de GPS era uma subida, e do outro lado dessa cancela havia também outros carros parados. Todos eles cobertos de neve, denunciando o motivo de a estrada estar fechada. Vimos algumas pessoas descerem dos carros do outro lado da cancela, na tentativa de abri-la para poderem passar e sair dali. Não ficamos presenciando aquilo. Estavam forçando a barra para abrira-la. Demos meia volta e fomos encontrar outra saída. Lá também o pessoal se irrita com algumas coisas e parte para a quebradeira, mas é outro nível… hehehe Estávamos parados diante de um posto de combustível pensando no que fazer e verificando as possibilidades junto ao GPS. De repente, vem um daqueles carros que estava lá parado no outro lado da cancela, cheio de neve por sobre o capo, e entra no posto para abastecer. Não me contive e fui falar com aquela pessoa, na chuva mesmo. Perguntei a ele o que havia ocorrido e como poderíamos fazer para seguir até Luzerna. Era um suíço – italiano. Muito comum essas misturas por lá. O suíço com italiano, Frances, alemão ou austríaco. Essa pessoa me surpreendeu muito pela sua presteza e simpatia, certamente pelo seu lado suíço. Pois, pelo lado italiano não podia ser. Convidou-me a segui-lo. Ele estava indo a Davos, agora por um caminho alternativo. E quando, chagássemos ao ponto de se dirigir a Luzerna ele nos avisaria. Que dúvida, grudamos na cola daquela camionete Audi e fomos. Abandonei um pouco o GPS e confiei no nosso novo condutor. Não andamos muito para descobrirmos o que significava a tão insistente balsa, que surgia em cada planejamento até Luzerna e Interlaken, no GPS. Após termos que mudar de caminho. Chegamos a um trem de comboio que nos levaria para fazer a travessia da montanha, através de um túnel com 22 km de extensão. Aí pensei, quando é que teríamos uma experiência desta, não estando viajando de carro ou motor-home?! Quanta coisa já tínhamos visto e presenciado até aquele momento. Coisas inesquecíveis e inenarráveis! Não há foto e relato que sejam suficientes para poder demonstrar a experiência que tivemos. Por isto insistimos, para que todos façam o mesmo. Tenham coragem! É muito melhor do que ficar preso numa sala assistindo TV. É algo acessível e, plenamente, possível de se executar. Pode dar alguns contratempos, mas todos contornáveis. Só servem para florir a estória a ser contada no retorno. Dá nada… Vai que dá! São recordações para compartilhar e lembrar pelo resto da vida. Principalmente, quando estivermos bem velhinhos… hehehe

Passamos aquele túnel, uma sensação muito louca estar dentro de um carro sob um trem dentro de um túnel, por um longo tempo. Haja fobia! Luz para que te quero… Após sairmos do túnel e do trem, andamos por mais alguns quilômetros quando começou a escurecer e aumentar o fluxo de carros. Perdemos de vista nosso parceiro condutor, não víamos mais aquela camionete. O GPS estava ali firme e até ali estava correto, incluindo a passagem pela “balsa”. Ficamos meio tristes. Afinal queríamos agradecer a gentileza prestada por aquela pessoa. À frente vimos um carro num posto de combustível, igual ao daquele parceiro. Paramos e era ele nos aguardando para dar as próximas dicas. Que bárbaro! Ainda existem pessoas que nos deixam de “queixo caído” pela tamanha demonstração de solidariedade. Bah! Não sabíamos como agradecer, mas o fizemos da melhor maneira possível e partimos em direção a Luzerna. Já estava noite… Achamos melhor pararmos o mais próximo possível dali. Até porque, viajar a noite, tira a possibilidade de se conhecer por onde se passa e, naquela chuva, não seria mais aconselhável também. Nosso hábito sempre foi de somente seguir quando não havia outra maneira ou quando estivéssemos dentro de alguma cidade e Desejássemos vê-la no ambiente noturno.

  Deusdeth Waltrick Ramos

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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