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Às vezes a gente se sabota, querendo que algo de ruim aconteça para perder a notoriedade do momento que estamos vivendo, quando está tudo muito bom e dando tudo certo… Sai pra lá “Zica”! Calma, pensa… Vai estar tudo bem… Seguindo a pé, à noite, olhando para tudo quanto é lado. Chegamos ao carro. Beleza! Estava tudo certo. E para comentar, o medo que estávamos sentindo era por força do próprio hábito. Não estamos acostumados e nem temos noção do que é estar num lugar cheio de movimentos e pessoas estranhas por todos os lados e não estarmos correndo nenhum tipo perigo ou risco. Em Madri é possível isto. Sentir-se seguro e poder curtir a cidade seja de dia ou de noite.
Tínhamos que dormir então. Havíamos selecionado, pela internet, um estacionamento gratuito em Madri. Com o endereço e as coordenadas em mãos, programamos o GPS e nos fomos até ele. É mais tranqüilo programar o GPS por coordenadas ou foto. Apesar de que algumas vezes, as coordenadas informadas, são aferidas por um aparelho não muito preciso, fornecendo a localização aproximada. Ou por usar apenas dois dígitos na parte dos segundos ou por erro da falta de calibragem. Isto nos obriga a vasculhar nas redondezas do destino. Dá nada… vai que dá! Chegando ao estacionamento lá pelas onze e picos da noite. Um ermo só. Havia outro motor-home e mais alguns poucos carros estacionados. Chegamos a passar por ele e não parar por não acreditar que fosse o estacionamento de fato. Imaginando que as coordenadas estivessem imprecisas. Olhamos em frente, havia um mini-shopping e nada de movimento na rua.
_ Ai, ai… E agora? E a esposa, sussurrou. Aqui não dá para ficar. Eu acho muito perigoso e arriscado. Respondi:
_ Mas, é tarde e pelo que vimos por aqui não há violência e nem assaltos. Vamos fazer o seguinte: vamos até o mini-shopping fazer um lanche e voltamos. Se ainda sentirmos que não dá, vamos adiante.
Fomos fazer o tal lanche e procurar internet. Estávamos cansados e a nossa sensação de horário ainda estava como estando no Brasil. Para nós eram apenas 18hs. Chegamos lá, tudo fechado. Exceto uma pequena lanchonete que servia “quebabes”. Pois olha, antes que ela fechasse e nós ficássemos apenas no “que se babe”, fizemos o pedido. Comendo, ali por perto, noutra mesa, conversavam e riam dois casais de jovens,  sem preocupação alguma, apesar da hora. Percebemos com isto, que a coisa era tranqüila mesmo. Decidimos pernoitar ali naquele estacionamento, no motor-home. Tomamos um banho relaxante e nos aprontamos para dormir. Curioso é que nunca tínhamos vivenciado a experiência de estar num motor-home, mas estávamos nos dando bem. Sabendo manusear as coisas e podendo usar o banheiro, principalmente. Apertadinho para tomar banho, com uma cortininha que parecia ser auto-adesiva ao corpo. Quem já tomou banho onde a proteção para o box do chuveiro é uma cortina plástica, sabe do que estou falando. Até isto, achamos curioso. Com alarmes ligados tanto o do carro, quanto o da casa (Sensor de movimento) e precauções de segurança tomadas… Que ronquem os tambores! Bueno, o certo é que dormimos bem até a manhã seguinte. Exceto por alguns sons ou barulhos ao redor, minha esposa ficou meio acordada e meio dormindo durante esta noite.
Logo cedo, levantei e fui fazer as tarefas de manutenção contínua, do veículo. Fui reposicionar o veículo junto a uma vala existente neste estacionamento e realizar a primeira sessão “descarrego”. Não pensem que fazemos parte de uma seita ou algo assim. Nada contra, talvez nada a favor, também. Mas enfim… Diante das explicações por nós recebidas durante o treinamento para o manuseio do veículo, houve um capítulo que se referiu a essa necessidade, a de se retirar a água suja residual do banho e das pias e, às vezes, quando a coisa ficar obscura e mal cheirosa ao recinto, realizar o esvaziamento do depósito de “água negra”. É isto mesmo que está pensando… É esse o apelido simpático, para aquela “caca” toda. Uns 20 Kg de meleca. Ahrrrrggg! Dá nada… Vai que dá! Esta parte da tarefa completa, referente aos depósitos, não é diária, somente quando enche ou se acende uma luzinha no painel, específico a ela. Mas, se você mesmo perceber que a coisa tá pegando, deverá esvaziar e limpar este depósito, também. Olha, no momento da execução desta parte da tarefa de limpeza dos depósitos, você jura e promete que não vai mais fazer nada que encha este recipiente novamente. Está bem, a coisa não é tão braba assim… A retirada e a colocação deste depósito específico são de forma hermética. Não se toca em nada indesejável. Mas, quando vai iniciar este procedimento sugiro chamar todos os anjinhos que estiverem à volta. Pois a sessão “descarrego negra” vai começar… hehehe.  É bem simples mesmo, sem problema nenhum! Só se certifica que o vaso está fechado na parte que fica aparente ao banheiro dentro do carro, com a alavanca travada. Vai até a porta do lado externo do veículo, onde se localiza este depósito, pega o recipiente e se dirige ao local do despacho propriamente dito. Basta retirar a tampa, derramar o conteúdo, passar água até ficar limpinho, repor o produto que dilui as “mazelas” e recolocar o depósito no local. Feito! Prontinho para encher ele novamente. Os campings ou estacionamentos, geralmente, possuem locais próprios para a execução das duas partes dessa tarefa: esvaziar o depósito de água servida (banho e pia) e esvaziar o depósito de água negra (caca).

 Deusdeth Waltrick Ramos

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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