Camping ao ar livre pode ser realizado por viajantes comuns na Antártica
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Matéria interessante do portal UOL sobre o turismo na Antártica acampando.
Quem viaja até a Antártica pode passar meses se preparando para desembarcar neste distante continente do extremo sul do planeta; devorar algumas dezenas de relatos surreais sobre expedições arriscadas; passar horas diante de documentários de alta produção sobre vida selvagem no gelo; ou ler todos os (raros) guias turísticos sobre atrações naturais do destino.

Mas nenhum dos preparativos serão capazes de antecipar a sensação de colocar, por fim, os pés sobre território antártico.

Diferente do que se costuma pensar, visitar o Continente Branco não é uma exclusividade apenas de biólogos, geólogos e outros ‘ólogos’ especializados em pesquisas científicas. Viajantes comuns também podem navegar canais estreitos cortados por icebergs, observar a exibida vida marinha local e até (quem diria) mergulhar em águas geladas.

Porém, acampar ao ar livre na Antártica é uma das experiências mais inusitadas neste continente a mil quilômetros do Ushuaia, na Argentina.

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Esta é uma das atividades programadas para os passageiros que visitam a região a bordo dos tradicionais navios quebra-gelo com fins turísticos, entre novembro e abril, quando as temperaturas atingem níveis mais propícios para viajantes sem talento para virar picolé.

O continente é considerado o mais frio do planeta (cujas temperaturas no interior podem atingir -35° C), apresenta ventos com velocidade extrema e todo desembarque de passageiros é um processo lento e cuidadoso que requer aspirar roupas e utensílios, usar botas especiais e seguir procedimentos rígidos antes da saída do barco.

Pinguins-de-barbicha podem ser avistados em Aitacho Island, uma das paradas dos navios quebra-gelo que fazem expedição na Antártica

Ainda assim, esta é uma das atividades mais concorridas entre os passageiros embarcados. Afinal de contas não é todo dia que se tem a oportunidade de dormir sobre gelo centenário com focas como vizinhas.

O acampamento em barracas é uma das atividades oferecidas pelo M/v Plancius, um navio quebra-gelo de 1976 que pertenceu à marinha holandesa e, atualmente, opera em viagens turísticas interoceânicas para a Antártica (entre novembro e abril) e o Ártico (durante o verão no hemisfério norte).

O desembarque para esta atividade pode ser feito em diferentes locais, de acordo com as condições climáticas, como Paradise Harbour, na Península Antártica, um dos destinos locais mais populares e de fácil acesso deste gigante gelado de 14 milhões de km².

A viagem entre o navio e a terra firme é feita no final do dia a bordo de botes infláveis conhecidos como zodiac que vão cruzando pedaços de icebergs que flutuam sobre aquelas águas geladas.

Cada grupo de passageiros vai equipado com barraca e bolsas de dormir oferecidas pela própria tripulação do navio que também auxilia na (dura) tarefa de montar acampamento sob ventos fortes e neve constante que cai do lado de fora.

E o que era apenas uma imensa plataforma branca que recebe poucos visitantes começa a se pintar com as barracas coloridas armadas aos pés de montanhas nevadas.

Existe também uma segunda opção de acampamento que são os buracos cavados na neve pelos próprios turistas. Certos viajantes levam a sério essa história de turismo de aventura e são capazes de provar todo tipo de experiência em solo antártico.

Devido às condições extremas do lado de fora do navio, a atividade ao ar livre é uma experiência rápida que costuma ter início logo após o jantar e é concluída bem cedo, às cinco da manhã do dia seguinte, quando todos são acordados pelos guias para levantar acampamento, literalmente.

Mas quem encara as breves horas a céu aberto, em plena Antártica, deve demorar para esquecer aquela experiência gelada. E todos os passageiros embarcados fazem questão de entrar nessa fria.

Durante o breve verão antártico, o único período do ano em que é possível visitar o continente, o dia tem quase 24 horas e, à meia-noite, ainda é possível ver o sol riscando o céu no horizonte.

Com espaço reduzido para circulação sobre terreno preservado e proibições como comer ou fumar em solo, os aventureiros têm poucas opções de atividades – uma delas é a observação de animais que costumam cruzar o caminho como pássaros e focas-de-weddell.

O único sinal humano naquele cenário branco e gelado, além dos próprios passageiros, são os moradores temporários de bases científicas como a argentina Bryde, também na Península Antártica.

De resto, a melhor opção é escolher o pedaço de gelo mais confortável e ver a vida antártica passar, lentamente, bem diante dos olhos.

Eduardo Vessoni
Do UOL, na Antártica *


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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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