Além dos Estados da região Sul do Brasil (RS, SC e PR), pode-se encontrar temperaturas abaixo de zero em muitos destinos turísticos. No Estado de São Paulo a cidade mais conhecida é Campos do Jordão que possui camping, mas em muitos destinos de Serras Paulistas, Fluminenses, Mineiras e até no Estado do Mato Grosso do Sul pode-se curtir paragens geladas. O mais curioso de todos os destinos frios é mesmo uma serra no Planalto da Borborema no Estado de Pernambuco. Isto mesmo. O município de Gravatá. Mas além desta existem muitos outros pontos de grande altitude em todo o Nordeste brasileiro.
Além de um grande desafio, acampar no frio poderá ser uma grande diversão. Além de levar muitas cobertas e casacos atente para algumas preciosas dicas.
NA BARRACA:
Para os aventureiros de plantão que não contarão com aquecedores e cobertores em “cama feita” poderão assumir alguns quesitos importantes na preparação da viagem e montagem do acampamento. A primeira delas é o equipamento. O isolante térmico é substancial e o saco de dormir precisa ser escolhido a dedo. Este último, além de diversos modelos com visual e formas diferentes, possui coeficientes específicos à temperatura nas características do equipamento. Geralmente aponta em “graus” a temperatura mínima que agüenta. O formato “sarcófago” também é o mais indicado, pois envolve completamente as pernas e pés não permitindo a circulação de ar interno. Ainda sobre sacos de dormir fica uma dica: Após se agasalhar ao máximo para dormir, enrole uma manta de lã nas pernas desde os pés até o abdome. Depois sim entre e feche o saco de dormir. Isto irá aumentar muito a temperatura interna e o conforto térmico.
Além do isolante térmico em EVA com manta aluminizada que reflete o calor do seu corpo, é comum ouvirmos falar de papelão ou jornal sob a barraca. Acredite. Funciona mesmo. O calor do corpo é capaz de “sugar” o frio do solo e qualquer dispositivo isolante, mesmo molhado e do lado de fora irá ajudar nesta empreitada. Papelão é mais eficiente que jornal e caso você prefira poderá espalhar as folhas de jornal na parte de dentro da barraca sob o colchão. Assim o jornal não irá se molhar e isolará ainda mais.
Se for utilizar colchão inflável saiba que este pode virar uma verdadeira geladeira sob seu corpo “sugando” todo o frio do solo e provocando até mesmo condensação sobre a cama. A dica para não abrir mão deste conforto é levar um cobertor extra para forrar o colchão. Este cobertor extra também possui muito efeito em colchonetes tradicionais.
Seu sobreteto também merece atenção e não pela proteção interna contra o frio, mas por sua durabilidade. O nylon da cobertura poderá sofrer a curto prazo se submetido a constantes geadas noturnas (onde é envolvido por uma camada de gelo) seguidas do aquecimento rápido pelo sol na manhã e incidência do mesmo durante o dia. Um pequeno plástico ou lona jogada diretamente sobre a cobertura já irá protegê-la.
Para os campistas familiares que já contam com mais itens de conforto poderão fazer uso dos aquecedores elétricos. Nos campings que permitem o uso de equipamentos de resistência pura, deverá se atentar para alguns cuidados. O primeiro é sobre a voltagem do equipamento a ser adquirido. No Brasil a maioria dos campings é 220V, mas há alguns 110V. Importante lembrar que o transformador para este tipo de equipamento costuma ser obrigatoriamente de potência maior e por isso muito pesado e volumoso. Também é importante salientar que apesar de aquecedores 220V poderem ser ligados em tomadas 110V a sua potência não se reduzirá em apenas metade e sim em ¼ da original. Outro quesito importante é o fio de extensão que deverá ser obrigatoriamente igual ou mais grosso do que o do próprio aquecedor. Caso contrário o fio derreterá com grande chance de incêndio. Por fim, prefira os aquecedores do tipo “desumidificadores” que possuem um ventilador incorporado. Apesar de ressecar mais o ambiente não oferecem risco de queima ou incêndio como no caso daqueles incandescentes. Lembre-se que geralmente a superfície interna da barraca é toda fofa causando tombamento e sempre há um tecido ou plástico por perto com risco de se incendiar. Ainda sobre este tipo de aquecedor, apesar de sempre haver a função “apenas ventilar” esta não será efetiva para verões fortes, não configurando o equipamento como “2 em 1”.
Não podemos deixar de registrar aqui que fogueiras são fontes de aquecimento EXTERNO e que fagulhas advindas dela podem perfurar ou mesmo incendiar o nylon da barraca. Portanto faça a mesma com responsabilidade e seguindo todas as outras recomendações ambientais e apagando-a sempre que for dormir ou embora. Igualmente perigoso, nunca utilize o fogareiro dentro da barraca mesmo quando bater o desespero. Diversos são os acidentes registrados desde incêndio até morte por asfixia.
Para as dicas de ACAMPAR NO FRIO DE TRAILER OU MOTOR HOME, acesse nosso artigo completo.