As estradas alemãs estão sendo tomadas por uma velha paixão nacional: os veículos de recreação. O que antes era um hobby de nicho virou um fenômeno de massa, com 1.002.562 veículos registrados até abril de 2025, segundo dados da Federação Alemã de Veículos de Lazer (CIVD). O crescimento é tão expressivo que o país já responde por 43% de todos os novos registros de motorhomes na Europa, deixando para trás mercados tradicionais como França e Reino Unido.
O que está por trás dessa febre lá na Alemanha é a geração prateada: aposentados entre 60 e 69 anos representam 32% dos proprietários, enquanto jovens abaixo dos 30 anos mal aparecem nas estatísticas (apenas 1,7%). É importante estudarmos as realidades do mundo. Aqui no Brasil, apesar de não termos pesquisas técnicas e especializadas, sabemos que os jovens vêm aderindo muito a este mercado também, que igualmente vem crescendo nos últimos 10 anos.
Liberdade sobre rodas – A combinação de conforto, autonomia e segurança explica a explosão de interesse; Pós-pandemia – Em 2020, as vendas dispararam 41,4%, reflexo do desejo por viagens sem restrições a hotéis ou aeroportos; Crise econômica – Mesmo com a inflação, o setor cresceu 74% em 5 anos – em 2024, foram 74.718 novas unidades, quase o triplo de 2014; Cultura nômade – 82% dos donos usam o veículo para explorar rotas naturais, como a Rota Romântica ou a Floresta Negra, segundo pesquisa da ADAC (clube automobilístico alemão).
A FIAT domina 42,6% do mercado, onde lá o cenário é de domínio absoluto: 🏆 Fiat Ducato (Stellantis): 427.590 unidades em circulação; 🥈 VW Transporter: 13,5%; 🥉 Citroën Jumper: 8,6%. Curiosidade: 97,4% da frota ainda usa diesel, enquanto elétricos e híbridos são raridade (menos de 0,3%). A Ford, no entanto, aposta em híbridos para atrair novos públicos – estratégia que já rendeu aumento de 18% nas vendas em 2024.
Projeções indicam que a Alemanha ultrapassará 1,5 milhão de motorhomes até 2030. A indústria já movimenta €4,2 bilhões/ano, com destaque para: Acessórios premium: Sistemas solares e kits de conectividade são os mais vendidos. Roteiros temáticos: Empresas oferecem pacotes para rotas cervejeiras ou vinícolas. “Isso não é moda passageira. É uma mudança cultural”, afirma a analista Sophie Müller, da consultoria Statista.
