O leilão realizado no último dia 10 do Camping Ecológico de Salvador-BA, noticiado esta semana, não teve lances. Associação ainda respira correndo atrás de uma reversão.
O leilão poderá ser remarcado e enquanto isso o camping continuará funcionando e seus representantes correndo atrás do objetivo.
De acordo com o presidente da Comissão de Leilão, Robson dos Anjos, “será enviado documento ao secretário municipal da Fazenda, comunicando que a licitação foi dada como deserta”. De acordo com a assessoria de comunicação, não há uma nova data para que o terreno seja leiloado. A venda da área faz parte da desafetação de 59 terrenos públicos, que foi autorizada pela lei 8655/2014, votada e aprovada na Câmara de Vereadores.
De acordo com tais representantes, não houve nenhum aviso prévio sobre a venda do terreno. “Em relação ao leilão não houve nenhuma notificação. Tudo foi muito abrupto. Nós recebemos a notícia em cima da hora, e foi através da internet. A entidade que está fazendo a administração do local não recebeu nenhuma notificação. A associação é como se não existisse para essas entidades, então não houve notificação”, contou Kleia Cardoso. “Recebemos a notificação de um bombardeio de dívidas. Inclusive honramos com todas, temos todos os documentos para comprovar”, completou Alexandro Chaves, também integrante da Associação dos Campistas.
Uma das principais queixas dos protestantes é quanto à comprovação de que a área é inservível. “Cadê o relatório técnico de área por área dizendo que o terreno é inservível. Inservível por quê? Questionamos os critérios de colocar o camping como inservível, porque os 59 terrenos foram colocados por essa administração municipal, disponíveis a venda, sem o conselho da cidade estabelecido, sem conversa com nenhum ente social desses terrenos, nem com a população. Vamos lutar, não só pelo camping, mas por todos os 59 terrenos, para mostrar a população fique ciente do que está acontecendo”, ressaltou Alexandro Chaves.
“O Ministério Público fez algumas solicitações que não foram respondidas a contento, porque na verdade não foi elaborado nenhum estudo técnico por parte da prefeitura que realmente atestasse que essas áreas são inservíveis. São áreas verdes, áreas escolares, áreas que são essenciais a vida da população na cidade. Como é que a prefeitura aprova um local como área pública, e a própria prefeitura, anos depois, diz que é inservível. Então é um planejamento esquizofrênico, sem lógica. A gente precisa reverberar isso. A população de Salvador precisa saber que as áreas são públicas, do povo”, concluiu Marina Teixeira, arquiteta urbanista, que também esteve presente no leilão, e já confirmou presença para outros leilões que acontecerão no dia 23 de fevereiro e 5 de março.