Nesta época de pandemia, onde nós, usuários de motor homes, viajamos mantendo todos os protocolos para evitar a transmissão do vírus, certamente aumentamos a frequencia de executar nossas próprias refeições, em lugar de almoços (ou jantares) conjuntos, ou de ir a restaurantes. São resoluções acertadas, com a convicção de estarmos bem mais protegidos.
A preparação do alimento é algo convencional e, no motor home poderemos ter opções de cozimento à gás, elétrico, no sistema por indução ou nos saborosos assados em churrasqueiras. Os recipientes utilizados para a cocção ou aquecimento, usualmente são em alumínio, metal tão comum e presente em nossos utensílios. Mas pesquisas científicas recentes colocaram o alumínio no banco dos réus, embora constate-se que o alumínio não é considerado tão tóxico como os metais pesados, ainda que existam evidências de toxicidade se ingerido em grandes quantidades. A absorção do metal pode ser agravada quando houver patologia de insuficiência renal, e os rins não eliminarem as pequenas quantidades diárias, que vão sendo acumuladas no organismo.
Mexendo na panela de alumínio com colher de aço inox. (imagem Internet)
Lembro do ditado “Toda boa doceira sabe que não se deve fazer doces de calda em panelas de alumínio”, assim como não se deve mexer a comida em panelas de alumínio com colheres de metal e as lavar com esponjas de aço, pois mesmo enxaguadas, partículas de alumínio ficam aderidas e migram para os alimentos no próximo cozimento. Vários estudos, comprovam sua neurotoxidade e relacionam-no com o Mal de Alzheimer e com Parkinsonismo, considerando a grande quantidade de alumínio encontrada nos tecidos cerebrais destes pacientes e sua coincidência com a época da industrialização deste metal. Também constatou-se podem causar problemas digestivos (gástricos, intestinais, hemorroidários,..), dérmicos, entre outros sintomas.
O alumínio está presente em cremes dentais, desodorantes, cosméticos, sabonetes, medicamentos (principalmente antiácidos), embalagens de bebidas, aditivos alimentares e até em confeitos decorativos (bolinhas, escritos e coberturas em bolos, biscoitos e bolachas, tão comuns em nossas confeitarias), etc..
Confeitos (bolinhas) cobertas com alumínio (imagem Internet)
A Organização Mundial de Saúde define o limite da ingesta individual de alumínio em 01 mg/kg (um miligrama por quilograma da pessoa) por semana.
E o Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), apurou que, num simples consumo individual de macarrão com molho de tomate e carne de panela, o consumo seria de 0,83mg de alumínio. O que somado aos demais alimentos e à limpeza das panelas, em muito excede os limites citados. A utilização de panelas de alumínio é proibida em muitos países do mundo e, na Itália, os restaurantes estão impedidos de utilizá-las, sujeitos às severas multas.
O Dr. Ian Arnold, da Faculdade de Medicina da McGill University, de Montreal, confirma que as maiores contaminações são associadas ao manuseio e armazenamento dos produtos. O médico Mauro Tarandach, da Sociedade Brasileira de Pediatria, verificou, perplexo, a elevada concentração de alumínio (27 mg/kg), no seu filho criança. Alertando que, além de danoso, é muito difícil eliminar este metal acumulado. Cita ainda que: “O alumínio é muito útil… porém mortal!”
Panelas de alumínio são úteis, mas podem causar danos (imagem Internet)
No tratamento da água, é utilizado o hidróxido de alumínio e, pesquisas epidemiológicas na Inglaterra e França, já registram maior incidência da doença de Alzheimer em localidades com alto teor do metal na água potável consumida. O fato é agravado em países tropicais, onde a temperatura ambiental é mais elevada e o consumo de água incentivado.
Enfim, devemos assumir uma alimentação saudável (lembrar-se da consagrada panela de ferro) e avocar hábitos salutares, com eficácia para uma disposição física, psíquica e um prolongado bem-estar de nosso ciclo vital, principalmente nós usuários de benesse e liberdade que o motor home nos proporciona.
Prof. Darlou D’Arisbo – MSc
Ergonomia e Antropometria
darisbo47@gmail.com