No mercado mundial, com ênfase no mercado norte-americano os motor-homes, e os demais veículos de recreio são utilizados em larga escala.
No mercado nacional, apesar de não haver divulgação de nenhum tipo de modalidade, tanto quanto não haverem agências que comercializem o veículo como um produto turístico, tais veículos e em específico os motor-home, são produzidos e comercializados há algumas décadas. Tão recente quanto o conceito institucional do turismo no Brasil, os veículos passaram por um auge a algumas décadas e atualmente reservam-se um produção menos quantitativa e mais qualitativa, sendo expoentes não somente nacionais, contudo internacionais.
A contra ponto do setor turístico nacional não expor nenhum tipo de viabilidade, existe o Hotel sobre Rodas, o Exploranter, idéia inovadora e bem sucedida, que atualmente atua no mercado internacional e que nasceu do empreendedorismo de um brasileiro.
No Brasil, o conceito das excursões “overland” foi inaugurado em outubro de 2001, com o Exploranter, com capacidade para 32 pessoas e dotado de grande infra-estrutura, incluindo ar-condicionado, cozinha, banheiros com água quente, quartos individuas ou de casal, dentre outros. O Exploranter é um hotel montado sobre um caminhão adaptado que abriga a sala de estar com poltronas de couro e abertura no teto na andar de cima. A cozinha fica na lateral do andar inferior. Além disso, ele puxa um reboque no qual se encontram os quartos (distribuídos em quatro andares de beliches, separados no corredor por uma cortina) e os banheiros, que ficam na parte da frente. (PALHARES, 2002, p.222)
Tal veículo, expoente do setor turístico nacional, teve uma aceitação tão proveitosa que não somente o Brasil faz parte de sua rota, contando com a América Latina em seu itinerário.
“O Exploranter, muito mais do que só uma ferramenta de turismo, representa uma nova forma de pensar o turismo Brasileiro”. (EXPLORANTER ACADEMIA, 2007). Este conceito de um veículo recreacional com características de maior porte, se tornando um hotel sobre rodas, mostra a capacidade e competência nacional no que se diz respeito ao mercado de veículos recreacionais. Tal idéia inovadora e destacada se deve basicamente a uma história nacional em matéria de manufaturas de veículos deste porte que se estende desde a década de setenta conforme comprovam as empresas.
Basicamente a demanda é composta por famílias e grupos de amigos que buscam uma alternativa de transporte e uma liberdade de escolha de itinerários. Esta demanda não necessariamente se preocupa com o custo da viagem, são pessoas que prezam por qualidade de vida e não na quantia despendida no decorrer da viagem.
3.1. Demanda
Ao apontarem a escolha de uma nova forma de viagem, o turista busca novos conhecimentos e fronteiras, em um conceito de deslocamento, se aponta: “a escolha de um objeto alternativo para descontar ou descarregar tensões, caso o objeto principal ou causador da tensão não possa ser enfrentado”, ou então, na definição de Ballone.” (SENSON, 1999, p.154). Buscando em suma uma fuga, uma alternativa de turismo distante de suas tensões corriqueiras que proporcionam um bem estar com a vigem, permitindo a escolha e até mesmo lidar com os percalços de tal empreitada de forma mais tranqüila.
Optando por tal modalidade de turismo, o viajante explorador abre mão de algumas comodidades de uma hospedagem fixa, como um hotel ou pousada no que se refere a uma série de funcionários aptos a lidarem com os problemas de seus hóspedes, contudo o veículo oferece hospedagem e atende as necessidades de um turismo itinerante, focando a necessidade de que o turista seja vosso organizador e tenha controle sobre cada ação tomada.
Ao se optar por este modal, e abrir mão de uma série de comodidades e se alcançar outras, existe no pensamento do viajante uma motivação que o leva a buscar liberdade, este conceito, diferencia-se do comodismo de uma hospedagem tradicional, de um conhecimento prévio, contratado de um serviço prestado:
Os turistas alocêntricos por sua vez, preferem áreas não turísticas, descobrimento e fruição de novas experiências, antes que outros visitem a área, novas e diferentes destinações de viagem, com alto nível de atividade, utilização de transporte aéreo nas destinações de viagem, hotéis e restaurantes que incluam bom alojamento e boa comida, que pode ser típica ou internacional, diversão no contato com pessoas de outras culturas e outros países, compras de pacotes que incluam hotel e transporte, permitindo-lhe grande liberdade e flexibilidade. (BENI, 2006, p.164)
Optando por locais distantes, pouco procurados, ou até mesmo ermos, mas definitivamente com uma motivação distinta do viajante convencional que opta por um pacote já conhecido, se lançando em uma nova jornada e desbravamento. Com o motor-home, o que se busca é uma forma alocêntrica e diferenciada de se viver a experiência turística de forma pessoal.
Além do turismo itinerante, o motor-home por oferecer um espaço físico adequado para um número de pessoas que não se limita a duas ou apenas uma, oferece a possibilidade de se viajar em família, conceito difundido nos Estados Unidos da América, onde as pessoas viajam em família por trechos do país optando por onde ir, e quanto tempo ficar em cada local. Tal conceito pode ser transportado além oceano para uma aplicação no Brasil:
À medida que uma família vai crescendo e os filhos amadurecem, as viagens em família são práticas importantes todos os anos. A emoção de preparação e a expectativa, além da expectativa de viagem propriamente dita, são vivencias memoráveis da vida familiar. As viagens com uma certa quantidade de aventura provavelmente serão mais lembradas. Viajar em família também pode ser educacional. Quanto mais adequada e educacional uma viagem se torna, mais benéficos ela traz. Estudar antes de fazer uma viagem e aconselhar-se com especialistas pode maximizar os benefícios de uma viagem. (GOLDNER, 2002, p.22)
Tal experiência estimulante e cada vez mais necessária em uma sociedade contemporânea em que nos falta tempo até mesmo para conviver com os familiares dentro de nossas residências pode satisfazer uma necessidade de comunicação e comunidade entre os pares da família. Não restringindo o uso do veículo apenas a grupo de amigos.
O veículo apresentando uma flexibilidade de itinerários atende desde um turista alocêntrico quanto um turista mesocêntrico por atender as necessidades de hospedagem e transporte, possibilitando a escolha dos destinos bem como o tempo em cada localidade.
Basicamente a demanda por este tipo de veículo, não se direciona a todas as classes econômicas, segundo a pirâmide de Maslow, existe uma hierarquia de valores pessoais que se equilibram com a condição econômica:
Pirâmide de Maslow, Abraham Maslow
5 – Necessidades de auto realização (desenvolvimento e realizações pessoais)
4 – Necessidades de estima (auto-estima, reconhecimento, statuts)
3 – Necessidades sociais (sensação de pertencer, amor)
2 – Necessidades de segurança (segurança, proteção)
1 – Necessidades fisiológicas (comida, água, abrigo) (KOTLER, 2006 p.183-184)
Largamente utilizado não somente pelo marketing, mas necessária em qualquer processo de seleção de demanda, a pirâmide contextualiza os valores pessoais e auxilia a posicionar o serviço ou produto em uma ordem de importância para determinado tipo de demanda. No caso do uso deste veículo devido ao estilo de demanda alocêntrica que não busca o mais convencional e mais acessível, se deslocando basicamente a locais que não trabalham com uma demanda de grande fluxo, oferecendo valores diferenciados dos encontrados em grandes pólos turísticos e por se tratar de um veículo trabalhado por manufatura, ou seja, fabricados um a um tornando o processo de confecção dos veículos mais oneroso financeiramente. Os valores empregados em tal atividade direcionam-se a uma demanda de nível quatro e ou cinco, seguindo a pirâmide de Maslow onde a busca pelo novo sem a preocupação com os demais níveis permite que concentre na liberdade oferecida sem se preocupar com o valor empregado na atividade.
3.2. Exigências legais
Conforme reportagem da revista MotorHome em um texto assinado por Luiz Edgar Tostes, trata o motor-home como “motor casa” classificado como um veículo automotor quanto a tração e especial quanto a espécie. Destinada não somente a alojamento, mas escritório, comércio ou finalidades similares.
Em seu registro, o veículo possuirá em sua descrição a marca e nome do fabricante seguido da expressão “motor casa”. O CONTRAM, em suas resoluções 200 e 201estabelecem classificação para março de 2007, regulamentações estas que ainda estão arquivadas, ainda levantando a questão da classificação correta deste tipo de veículo que não é de uso misto, mas que pode ser montado em diversas plataformas, desde um chassi de caminhoneta até um chassi de caminhão, passando pelo tradicional chassis de ônibus. (MOTORHOME, 2006) Esta discussão levantada em 2006 perdura até os dias de hoje, pois o CONTRAM ainda não aprovou uma classificação que especifique a classe do veículo.
3.3. Mercado Nacional de Montadoras
Diferentemente do que se aparenta, no Brasil desde a década de setenta a atividade de manufatura e comércio destes veículos é presente e se faz de maneira contínua e ininterrupta. Por não contarem com incentivos e alternativas governamentais, empresas saem do mercado, contudo outras surgem, buscando atender um mercado nacional que se mantém aquecido embora não divulgado largamente, havendo uma renovação das manufaturas ainda que de forma pouco ou totalmente desconhecida pela maioria das pessoas.
Algumas já extintas, como por exemplo, a Homecar, do sul do Brasil que iniciou suas atividades também na década de setenta e não mais faz parte do mercado atuante de veículos recreacionais.
E empresas atuantes e atuais que se mantêm competitivas no mercado não somente nacional como internacional através da utilização de tecnologias contemporâneas e que acompanham o mercado mundial. Como por exemplo:
Ancar – Indústria de Ônibus MotorCasa LTDA. ANCAR, 2007
Autocaravanrio, que desde 1978 sobre o comando do senhor Celso Rocha Moglia oferece dentre outras atividades de veículos recreacionais, “a tecnologia Steel Soul “Alma de Aço”, que tornam os veículos super leves.” E o mais personalizados possíveis. (AUTOCARAVANRIO, 2007)
Industreiler. Desde 1973, onde o senhor Guilherme Norberto Fröhlich iniciou as atividades da Industreiler, montando primeiramente trailers e motor-homes e mais tarde se especializando somente em motor-homes, com um contato direto com as montadoras internacionais, e principalmente norte-americanas, os produtos são montados não somente para atender o mercado interno, mas abrangendo o MERCOSUL,
“Todos os produtos da Linha Vitória são registrados e legalizados junto ao INMETRO, bem como os diversos projetos dos veículos fabricados e montados pela empresa, estão e são aprovados e liberados para a Industreiler de acordo com as normas em vigor do DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito. Hoje existe um motorhome Industreiler modelo Star (8,60mts) até em Portugal na Europa, um mercado difícil de entrar, pois os veículos europeus semelhantes são de ótima qualidade e tecnologia.” (INDUSTREILER, 2007)
Exemplificando assim a competência dos produtos nacionais que são altamente capacitados a competir inclusive com mercados mais antigos e tradicionais.
Trailcar Indústria de Carrocerias Ltda. Desde de 1970 sobre o empreendedorismo do senhor Walter Schumacher, que construiu seu primeiro trailer para o uso de sua família. Contando com mais de quinhentas unidades produzidas. (TRAILCAR, 2007)
Trailemar, que desde 1983 desenvolve não somente motor-homes, bem como unidades móveis com fins recreacionais e empresariais. (TRAILEMAR, 2007)
Vettura Motor-homes Ltda. Desde 1993 trabalha com veículos recreacionais personalizados, desenvolvendo um vinculo entre o consumidor e o produtor. (VETTURA, 2007)
Estas empresas, mencionadas se localizam no pólo brasileiro de motor-homes, o sul do Brasil, onde não somente as manufaturas de veículos recreacionais, bem como as montadoras de ônibus e caminhão mantêm seus pólos por estarem próximos ao mercado latino-americano accessível de forma mais rápida.
3.3.1. Scheid
Sem dúvida um legado para o mercado de veículos recreacionais brasileiros é a família Scheid, representada atualmente pela empresa Motor Scheid, também localizada no sul do Brasil no Rio Grande do Sul, prezando pela qualidade e pontualidade, atuando sempre com qualidade e pontualidade. (MOTOR SCHEID, 2007)
Inicialmente, em 1965, a Turiscar, fundada pelo senhor Pedro Luiz Scheid, empresário de Novo Hamburgo, atualmente aposentado e residente em São Leopoldo no Rio Grande do Sul, contribuiu muito para os melhores dias tanto do campismo quanto do inicio das atividades de veículos recreacionais,
No final do ano 2000, ele concedeu uma entrevista para a Revista da Toca: Uma revista capixaba que tem muito reconhecimento no ramo.
Pedro Luiz Scheid foi o pioneiro na fabricação de trailers e motor-homes no Brasil e contou na entrevista de Andréa Pirajá, como tudo começou.
Scheid idealizou a fábrica em 1964 e em 1965 ela foi concretizada. Ainda em 1964, ele construiu o protótipo que foi exposto no salão do automóvel no Ibirapuera e que até hoje se mantém em excelente estado de conservação.
Desde 1965 até 1983, Scheid exerceu o cargo de diretor-presidente da Turiscar. Naquele último ano ele vendeu todas as suas ações.
Nos momentos de descanso por volta de 1960, Scheid, que trabalhava na Varig, e sua esposa Toni, iam para a praia de Pernambuco no Guarujá. Como naquela época a praia era quase virgem, o casal praticava o camping selvagem e segundo ele era uma delícia.
Um ponto negativo dessas viagens era a subida congestionada da Serra. Daí a idéia de construir um trailer onde o casal pudesse ficar acampado à noite e subir nas madrugadas de segunda feira sem trânsito.
Na época falava-se na estatização da Varig e isto forçaria a saída de alguns funcionários. O vice-presidente da Varig, o comandante Bordini, sabia das intenções de Scheid e ofereceu sociedade na abertura da fábrica, onde Scheid dirigiria.
Após voar para a Alemanha e visitar a fábrica de Knaus e com seus conhecimentos, arregaçou as mangas após voltar ao Brasil e começou a construir seu primeiro trailer.
A suspensão tipo Porshe, ele assimilou da Volkswagen. A carroceria “monocoque” era familiar dos tempos de professor de inglês técnico da Varig. Em todos os fins de semana na casa dos pais em novo Hamburgo, Scheid se dedicava inteiramente à construção de seu protótipo. Ele contou com a ajuda de dois marceneiros.
Uma corrida contra o relógio se iniciou, pois começara a fabricar seu trailer em outubro e o salão do automóvel seria em fins de novembro.
Imprevistos aconteceram. Com o entusiasmo da construção, ninguém percebeu que a porta da fábrica não comportaria a largura do trailer pronto. Não teria como sair sem destruir parte do escritório da firma. Então demoliram o muro dos fundos e saíram pelo terreno da vizinha, após o pagamento da indenização de todos os pés de aipim sacrificados da sua plantação.
O caminhão levando o trailer só parou para reabastecimento e junto a dois motoristas, chegou a tempo da abertura do salão. O trailer já chegou com a marca Turiscar e foi um sucesso em termos de visitação, ao contrário das vendas. Em vista disso, Scheid lembrou-se do diálogo que teve com o Sr. Knaus na Alemanha:
Sr. Knaus: -Sr. Scheid, diga-me. Quantos campings existem no Brasil?
Scheid: -Nenhum.
Sr. Knaus: -E quantas fábricas de barracas existem lá?
Scheid: -Não conheço nenhuma.
Sr. Knaus: -E o senhor tem coragem de fabricar trailers no Brasil? Que Deus o proteja!!
No primeiro ano, Scheid conseguiu colocar 36 trailers nas revendas Volkswagen, que assumiram a revenda. No segundo ano, só conseguiu vender 18 trailers.
Ele “agitou” o mercado organizando ralis para Bariloche, na Argentina, Santiago e Porto Montt, no Chile, Águas quentes, em Goiás, passando por Brasília, onde foi recebido pelo presidente Médici. Na frente do palácio, os 26 trailers alinhados e o presidente Médici os recebendo na rampa principal. (…)
(…)Scheid fecha a entrevista dizendo que em termos ambientais, o veículo de recreação é altamente benéfico e satisfatório. Deixando no ar a alta potencialidade que o Brasil possui para o campismo e quantos benefícios poderiam surgir. (TURISCAR, 2007)
Nesta entrevista Scheid ainda apontou que a decadência do setor se deu pela falta de atenção do poder público em relação a atividade que nos Estados Unidos conta com mais de onze milhões de veículos e tem incentivos do governo por ser considerado moradia subsidiando impostos na ordem de um por cento sobre o valor total relevando a condição ecológica da alternativa.
A Turiscar que começou a fabricação dos motor-homes em 1976 teve em seu apogeu uma fabricação de setenta e três veículos no período de um mês. A mesma empresa passou por decadência entre 1983 a 1999 sendo o fim da empresa. (TURISCAR, 2007)
Segundo palavras do próprio empreendedor, a falta de incentivo e a falta de visão política do potencial do veículo que não desmata para a construção de casas de veraneios, bem como áreas de vegetação de qualquer espécie, é de forma inversa a que cogitam o poder público benéfico inclusive para a questão de moradia. Salvo na condição brasileira, o investimento inicial realizado com a aquisição de um veículo de tal porte.
3.3.2. Motor Trailer
Diferentemente das demais empresas apresentadas, uma empresa em especial se localiza no interior de São Paulo.
Motor Trailer, inicialmente, em abril de 1972, Brasbrit Indústria e Comércio de Trailer Ltda, e posterior Motor Trailer trabalha desde sua inauguração com tecnologia inglesa desenvolvendo os veículos recreacionais com a tecnologia “Rosin Caravan”.
A partir de 1979, a empresa passou a ser dirigida por Luiz Antônio Pinto Matheus, que atua até os dias de hoje na figura de presidente, com esta nova administração a empresa passa a utilizar a razão social de Motor Trailer do Brasil Ltda, contudo não perdendo o foco tecnológico empregado em seus veículos.
Atualmente instalada em uma área própria de trinta e sete mil e quinhentos metros quadrados, contando com um galpão de sete mil metros quadrados, localiza-se na Rodovia Anhanguera, SP-300 na altura do quilometro vinte e sete, no município de Pirassununga, à duzentos quilômetros da capital de São Paulo. Trabalhando não somente com o enfoque recreacional, mas também empresarial e comercial, trabalha com carroceria com estrutura em alumínio, isolamento termo-acústico em poliuretano injetado, diferente e mais eficiente que o isopor; “Chassi zincado à fogo (tratamento utilizado em plataformas de petróleo), dando total proteção contra maresia, evitando, assim, a ferrugem”, trabalha ainda com tecnologia de engenharia motora pois oferece “Sistema de freio inercial a disco em todas as rodas, possibilitando maior segurança em suas viagens”; e em processo de implementação do certificado de qualificação ISO 9000. Importante ser mencionado que os modelos produzidos por esta empresa são exportados para todo o mundo. (MOTOR TRAILER, 2007)
Talvez o fato de estar próxima a um pólo de veículos recreacionais tanto no litoral quanto no interior de do estado de São Paulo e próxima a capital do estado de São Paulo possibilite que a empresa se mantenha a décadas dedicada a produção destes veículos.
Empresa esta que já completou seus trinta e cinco anos de existência com uma festa julina que teve apoio e participação de entidades filantrópicas de Pirassununga, durante os dias seis a nove de julho de 2007 no próprio terreno da montadora, com diversas atividades de recreação e alimentos e bebidas em sua praça de alimentação com o enfoque principal de comemorar e confraternizar os clientes e proprietários de diversos modelos de motor-homes.. (MOTOR TRAILER 35 ANOS, 2007)
3.3.3. Karman Ghia
Karmann Ghia Mobil Safari.
A montadora de veículos, conhecida por seus modelos cupês e sedans, já se aventurou na década de setenta com a “Kombi-casa” a oferecer de forma industrial um veículo recreacional, após uma experiência na construção de trailers ofereceram ao mercado nacional uma estrutura adaptada, mais sólida que os veículos Kombi originais com espaço suficiente para até oito pessoas. Em 1977 surgiu a Touring, mais básica, com capacidade para três pessoas, oferecia uma mesa que quando armada se tornava uma cama, um banheiro com sanitário químico, cozinha que se constituía de um fogão pequeno, durou por dois anos, pois com a chegada do Safari, com duas camas de casal e melhor custo beneficio em sua construção, o modelo foi substituído por este que também contava então com um sistema de reservatório de água tanto potável quanto para o banheiro, bateria independente para o veículo e outra para alimentação de energia elétrica utilizada como, por exemplo, a televisão que poderia ser implantada. Ainda segundo a reportagem da revista Quatro Rodas (SAFARI, 2007) “Hoje as 450 Safari fabricadas continuam na mira dos viajantes, podendo atingir preços superiores a 30 000 reais se em bom estado” (SAFARI, 2007 p.29).
A idéia de uma produção em série de motor-homes de pequeno porte já teve sua primeira alusão em 1960 com a Volkswagen oferecendo uma Kombi na Europa com bancos que se tornavam camas, armários, caixa-d’água e lavatório.
Este exemplo da década de setenta ilustra um foco na época do auge brasileiro de viagens recreacionais que o mercado não absorve com a mesma demanda que o mercado internacional, porém, conforme a reportagem mostra uma empresa de nível industrial se focou por um tempo em atender este segmento.
Este veículo coleciona adeptos pelo seu tamanho e praticidade para poucas pessoas, ou criticas desgostosas em se referindo, por exemplo, a potência do motor. Segundo reportagem da revista MotorHome (MOTORHOME, 2006 p.46),
“Aos amantes das “Safáris” fazem anualmente Encontros Nacionais com o intuito de confraternizar, contar suas viagens, trocar idéias, rever amigos. Em 2007 acontece o 6° Encontro Nacional de Safaristas, em Içara – SC no feriado de 21 de Abril. Contam também com um grupo na internet denominado “Safaristas do Brasil.”
Conforme reportagem da própria revista, este veículo que foi produzido entre as décadas de setenta e noventa, conta com um grupo de pessoas que se organiza em prol de promover a continuidade do veículo no Brasil.