‘Viajar de motorhome é um estilo de vida’, diz fã do veículo:
Matéria publicada pelo site G1
21/12/2007 por Luciana Mastrorosa
Viagens a bordo de motorhomes e trailers foi moda nos anos 70 e 80.
Fã apaixonado por motorhomes já viajou o Brasil todo com o veículo.
Luiz Tostes, diretor da Associação Brasileira de Campismo, é apaixonado por motorhomes e trailers(Foto: Arquivo Pessoal)
No Brasil, viajar de trailer e motorhomes foi moda nos anos 70 e 80, perdendo um pouco de sua força ao longo dos anos, especialmente por causa da mudança no Código Brasileiro de Trânsito, em 1997, que passou a exigir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria E para quem quisesse rebocar um trailer.
O administrador Luiz Edgar Tostes, de 72 anos, diretor da Associação Brasileira de Campismo (Abracamping), é prova de que a paixão por trailers e motorhomes não esfriou completamente ao longo dos anos.
Tostes já percorreu todo o Brasil a bordo desse tipo de veículo, e chegou a dirigir motorhomes e trailers também no exterior, onde essa prática está cada vez mais difundida.
“Eu viajo o tempo todo de motorhome, várias vezes por ano”, diz. Atualmente, Tostes tem um motorhome Sprinter 413, com capacidade para 5 pessoas. Apesar de espaçoso, o veículo costuma abrigar ultimamente apenas Tostes e sua esposa durante as viagens. “Normalmente viajamos de casal. Minha esposa gosta, ela dirige também”, conta.
Tostes teve trailers desde 1972 e passou a investir nos motorhomes a partir de 1992. O primeiro modelo que teve durou 10 anos. “Mais tarde troquei por este que tenho agora, uso para fazer viagens longas e curtas”, explica.
Maior mobilidade
A paixão de Tostes pelos trailers e motorhomes começou diante da busca por uma maior mobilidade. “Tenho cinco filhos e sempre discutia com a minha ex-mulher para onde ir nas férias. Eu tinha uma Kombi para levar todo mundo. Aí alugávamos casa para viajar e nunca era como a gente queria. Hotel ficava relativamente caro, a família era grande”, explica Tostes.
Para o administrador, viajar de motorhome “é um estilo de vida”. “Hoje em dia há pousadas baratas, lugares charmosos, mas viajar de motorhome dá mobilidade. Você não precisa ir sempre para o mesmo lugar. A vantagem é que você está levando sua casa junto”, afirma.
Depois de comprar o trailer, Tostes viajou o Brasil todo com o veículo, “com a família inteira e agregados”. “Quando comprei o motorhome para 8 pessoas, de 9,5 metros, a família já estava crescida, então troquei mais tarde por um menor, de 7 metros”, conta.
“A cultura do uso do motorhome é muito difundida na Europa, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, é algo popular. O problema do Brasil, que nós estamos tentando resolver há quase oito anos, é a Carteira Nacional de Habilitação. Em qualquer país do mundo, com uma carteira B, de amador, você dirige motorhome”, explica Tostes. “No Brasil precisa de carteira C ou D para dirigir esses veículos, e carteira E para rebocar trailer”.
Recomendações
Experiente em viagens, Tostes dá algumas recomendações para quem é novo na direção dos motorhomes. “É importante parar em lugar seguro, como postos de gasolina em que páram caminhões. Não se deve estacionar em lugar remoto, como praia deserta. É sempre bom ficar num lugar que tenha bastante gente, para garantir a segurança”, orienta.
Além disso, é preciso ter cuidado redobrado nas estradas. “O motorista tem que considerar que está dirigindo um carro maior, por isso deve ter muito cuidado com ultrapassagem. Tem que cuidar dos outros”, diz.
“O motorhome é um hábitat. Tem sala, banheiro, cozinha, geladeira, quarto, alguns têm beliche, tem as mais variadas configurações”, explica Tostes.
“Quando parar para abastecer o tanque é importante já abastecer o carro de água potável. Para beber, levamos sempre água mineral. Quando for para algum lugar em que há dúvidas quanto à qualidade da água, vale colocar um pouquinho de água sanitária para purificar”.
Por fim, Tostes recomenda ao viajante que cuide do meio ambiente. “O ato de acampar é uma reeducação ambiental. Viajar de motorhome é a mesma coisa, tem que deixar tudo limpo. Tem que gostar da vida ao ar livre”.
Matéria publicada pelo site G1
21/12/2007 por Luciana Mastrorosa