Há algumas semanas repercutiu bastante uma notícia do Portal UOL sobe os Norte Americanos que estão recorrendo aos veículos de recreação para fugir do isolamento em casa durante a quarentena. Isto puxou por lá a venda de novos e usados por famílias que estão buscando possuir este tipo de veículo. Não é preciso de muita ciência para presumir que a modalidade do CAMPISMO e do CARAVANISMO é alternativa fortíssima para momentos de crises econômicas. Não pelo mito de ser necessariamente “mais barato”, mas pelo índice de liberdade que o indivíduo possui nesta forma democrática de turismo. No cenário da Pandemia, levar a própria casa para um local mais isolado não tem preço, além de ter a mobilidade de se mudar quando quiser.
MUITO MAIS DO QUE UMA FUGA: Ter uma “casa” parada na garagem com fins de lazer e turismo pode significar muito mais do que um simples equipamento. É a SEGURANÇA de poder contar com um abrigo (minimalista, mas completo) com tudo que a pessoa ou a família precisa em um momento de dificuldade. Seja por perda do imóvel, impossibilidade de aluguel, ocorrência de destruição da casa por eventos ou fenômenos naturais. Na pior das hipóteses, liga o motor e “foge para as montanhas”, como reza o dito popular. Quem tem uma casa móvel sabe deste sentimento, mesmo que possa parecer remoto. Em um país cujo índice de propriedade de veículos recreativos é altíssimo, é muito comum vermos famílias inteiras se passando a morar em seus trailers ou motor homes, sendo na rua, parking trailers ou quintais de conhecidos. Seja em sua própria cidade ou em uma nova busca.
Assim como acontece na América do Norte e Europa, o Brasil também possui famílias que moram em trailers e motor homes. Seja em caráter provisório ou permanente, a modalidade pode sim ser uma alternativa para “tempos ruins”
VENDAS NO BRASIL: A Pandemia não desacelerou a produção de RV’s. Algumas empresas pesquisadas até aumentaram a procura e encomentas durante a quarentena. Dados ainda muito precoces, devem ser analisados mais a fundo e a longo prazo. Isto porque vemos de outras crises econômicas um aumento nas vendas de início e depois um declínio, com o se o efeito da crise viesse de forma mais retardada devido alguns motivos. Porém, nunca tivemos um cenário como este atual.
LOCAIS: No Brasil existe atualmente uma certa dificuldade no uso dos veículos recreativos durante a quarentena da pandemia, o que não impede uma busca por eles. Muitas cidades, principalmente turísticas, tem proibido o ingresso de “forasteiros”, assim como impedido o funcionamento de áreas de camping. Porém a chance de encontrar apoios e paragens para um trailer ou motor home é sem dúvida maior do que a oferta de hotéis e pousadas que estão em sua maioria fechados neste momento. Alguns campings têm acolhido muitos caravanistas.
OPORTUNIDADE: Novamente o Brasil se vê em uma nova oportunidade de se voltar para o potencial do turismo e a modalidade de hospedadem “CAMPING”. Não só o turismo interno será mais procurado pelo público, como também alternativas mais econômicas serão buscadas. Não só campings irão poder tirar proveito da oportunidade, mas também hotéis, pousadas e até restaurantes poderão aumentar os seus leques de possibilidades em ofertar um serviço de hospedagem que demanda baixo investimento e grandes conexões com o meio ambiente e natureza. Para isto, é necessário que o setor se una, demande representatividade e se alie ao governo e aos pequenos empresários para que se viabilize um caminho de sucesso.
Em um momento tão incerto onde não sabemos quando as ações do virus irão se acabar ou serem controladas e nem mesmo quais serão os efeitos para a economia, podemos dizer que a oportunidade oferece TEMPO para estas articulações. O Brasil estaria pronto para o desafio?