Hostels, pousadas e sítios oferecem oportunidades para quem deseja o intercâmbio. Fonte: http://www.midiamax.com.br
Pode ser para economizar na viagem, aprender novas habilidades, trocar experiências ou conhecer um novo idioma, mas o “Work Exchange”, ou “troca de trabalho” em livre tradução), é praticado em pelo menos três locais de Mato Grosso do Sul. O conceito, que já é global, consiste em uma troca: o mochileiro ou visitante “doa” seu trabalho na pousada ou hostel, e ganha hospedagem, alimentação e desfruta das belezas do local. “Para mim é extremamente vantajoso, pois consigo conhecer vários locais e pessoas com um aproveitamento muito melhor do que se fosse simplesmente como turista”, afirma o mochileiro Renan Alves, 26.
Em Rio Verde, distante 192 km de Campo Grande, o Sítio Passarim é um dos locais que oferecem esse serviço, além de camping e hospedagem coletiva. “O sítio surgiu quando eu estava querendo sair de Campo Grande e existe há três anos”, conta o proprietário Rafinha Arruda. “Desenvolvemos um trabalho principalmente em ecoturismo e bioconstrução, com os tijolos adobe, casas de taipa, telhado verde e técnicas relacionadas”, relata. É dentro da parte da bioconstrução que o visitante pode se engajar. O programa de “Trocas” do Sítio já produziu mais de 1 mil tijolos sustentáveis. As vagas são pré-determinadas e disponibilizadas mensalmente em setores como cozinha, produção dos tijolos, faxina e manutenção. Os visitantes trabalham pela manhã e têm a tarde livre para descansar, aproveitar as trilhas e a bela cachoeira que existe no local.
Para a jornalista Aline Araújo, 25, que atualmente vive e trabalha em Itapeva (MG), em uma comunidade que também efetiva o conceito de “Work Exchange”, porém mais amplo no conceito de viver coletivamente, é muito bom poder utilizar sua força de trabalho como intercâmbio de vivência e experiência. “Para mim é gratificante, por exemplo, ver a mesa do almoço ou janta pronta na hora certa, ainda mais quando elogiam o seu trabalho”, relata. Hoje, ela trabalha na cozinha e afirma que tem aprendido muito.
Hostels e pousadas
Em Bonito, a 258 km da Capital, dois locais oferecem a experiência Work Exchange. Um deles é a Pousada do Peralta, que participa do site Help Packers, onde os mochileiros podem se inscrever e passar de uma semana até dois meses trabalhando e desfrutando da hospedagem. “Por exemplo, se uma pessoa quer vir para Bonito em maio, entra em contato, envia o currículo e combinamos como será”, relata o proprietário Cícero Ramos Peralta. “Para nós a troca é muito interessante. Sempre recebemos pessoas para serviços de ajudante, serviços gerais, recepção e até para colaborar com a questão do idioma”, conta ele. Até hoje, a pousada já recebeu dez pessoas nesse sistema.
Na mesma cidade, o Catarino’s Guest House oferece a mesma sistemática. Segundo o proprietário Catarino de Jesus, o local recebe cerca de um viajante por semana, que troca seus serviços por hospedagem. “Para nós o melhor é a troca relacionada ao idioma. Cerca de 90% dos nossos hóspedes são estrangeiros e faltam pessoas fluentes em inglês aqui em Bonito. Dessa forma, temos um aprendizado”, enaltece.
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