O Ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves discursou evidências demonstrando que equipes que deveriam ser especializadas no setor, sequer desconfiam das modalidades turísticas mais viáveis e corretas nesta aplicação. “Hotéis” são a única opção de hospedagem? “Isso ocorre porque não basta ter o atrativo natural. É preciso transformá-lo em um produto turístico com infraestrutura básica para os visitantes, como hotéis, serviços, transporte e preço competitivo” Disse o ministro.
O MaCamp defende há 15 anos que o potencial do campismo do Brasil pode ser maior até mesmo que os Estados Unidos e Europa exatamente pelas suas reservas naturais, destinos turísticos e grande e bela extensão litorânea. São praias, rios, matas e parques nacionais, naturais, estaduais e até municipais que, em sua maioria proíbem camping.
É sabido que a maior forma de preservação das áreas é a menor intervenção possível na construção de estruturas, porém sabe-se que uma infraestrutura básica para o receptivo, informação e orientação dos parques se faz enormemente necessário. Então porque não reservar junto aos centros de recepção uma área de camping? A estrutura extremamente simples parte de uma área cercada com estrutura de banheiros, o que normalmente já é existente na recepção. Melhorias opcionais passam por energia elétrica, água para RV`s e cobertos com uma cozinha coletiva que fariam com que ainda mais turistas visitassem os locais. Ao invés disso o que vemos são hotéis, pousadas e comércios sendo erguidos em áreas que não deviam ser desmatadas e construídas, em prol de interesses e lucros de particulares. Já o camping do Parque poderia reverter seus proventos à própria estrutura e melhorias no parque e projetos de preservação e educação ambiental. Com esta oferta, ficaria até mesmo mais justificável a contenção de novas construções de hotéis nas áreas protegidas.
Parque Nacional da Serra Geral no RS – Não há estrutura de recepção. | Foto: Paula/Marcos Pivari – MaCamp
Parque Nacional de São Joaquim – Sem estrutura interna. | Foto: Paula/Marcos Pivari – MaCamp
Enquanto os discursos ecoam na mídia, cidades turísticas continuam engatinhando em seus receptivos. Não é incomum visitarmos cidades onde a própria secretaria de turismo em suas sedes de “informações” possuem funcionários que sequer conhecem os próprios atrativos e não contam com materiais gráficos sobre o roteiro. A frase “Não temos mapa da cidade, acabou. Mandaram fazer mais, mas ainda não chegou!” é muito comum e há postos de informações turísticas que, pasmem, fecham de sábado e domingo.
“Informações Turísticas” de São Lourenço do Sul-RS – Fechado aos finais de semana. | Foto: Google
Países europeus e norte-americanos são ícones do campismo, principalmente na modalidade do caravanismo, onde diversos lugares contam com campings e parking trailers ultra modernos e estruturados para receber seus turistas. O Brasil tem potencial ainda maior, pois nosso clima tropical não depende somente dos veículos de recreação como nos países gelados, tendo o campismo nômade (de barraca
) como opção ainda mais acessível, numerosa e de ainda menor impacto ambiental. Bastam 4m² para uma barraca de 2 a 4 pessoas que dividirá uma bateria de banheiros coletivos sem mais qualquer intervenção construtiva, deixando o solo livre assim que partir em retorno levando apenas fotografias e lembranças.
Camping do Parque Nacional da Serra dos Órgãos-RJ, que possui camping oficial. | Foto: Paula/Marcos Pivari – MaCamp
Camping do Parque Estadual do Marumbi-PR pronto e fechado, aguardando licitação de administração. | Foto: MaCamp
Enquanto divagamos nossos projetos de fomento ao campismo e ao turismo do Brasil, o presidente da EMBRATUR, Vinícius Lumertz no debate da ABAV EXPO 2015 defende a entrada da iniciativa privada no investimento dos Parques Nacionais. Nos resta continuar lutando pela INFORMAÇÃO e fomento, rezando por tempos melhores.
Marcos Pivari