Mais uma cidade turística adota a “taxa ambiental” para os visitantes. Ubatuba, que é passagem para muitos que trafegam entre São Paulo e Rio de Janeiro ou para cidades vizinhas, possui 90% de sua área dentro de zona de preservação e argumenta que o “pedágio” compensará o “impacto e degradação ambiental”. Assim como outras cidades turísticas conhecidas, a tecnologia estará a serviço da cobrança, ainda mais porque Ubatuba é o primeiro município que não possui área segregada.
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A criatividade não tem limites para a busca por argumentos em prol de mais receita financeira. Usando o exemplo de Fernando de Noronha, uma ilha isolada a 550km do continente e que abrange um Parque Nacional terrestre e marinho, cidades litorâneas se inspiraram a fazer o mesmo: cobrar taxa ambiental de quem passa. Primeiro foi Ilhabela-SP, seguindo o conceito de Noronha, porém sendo 2km distante do continente e ligados por uma balsa já tarifada. A taxa ambiental ali visava uma menor frequência de diaristas e principalmente vans. Depois foi a vez de Bombinhas-SC que possui um formato peninsular. A cidade catarinense aproveitou o fato de ter apenas uma entrada para poder controlar o tráfego de veículos que adentrariam ali apenas para frequentar especificamente sua área. Seguindo passo a passo as argumentações, Ubatuba abre um enorme precedente para que qualquer cidade venha a adotar suas políticas municipais, já que se trata de um município que abriga uma rodovia que liga duas metrópoles, além de desembocar uma Serra que atende a diversos outros municípios do litoral paulista e fluminense.
Pedágios de Bombinhas-SC e Ilhabela-SP
A lei que ainda não foi publicada em Diário Oficial, ainda dará muita discussão. Mas assim como aconteceu nas outras cidades, dificilmente irá emperrar.