Caos no Campismo da Copa e Novas Promessas no RJ. Será?
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Como já era previsto em termos de campismo, a Copa foi um desastre. Mas este artigo não busca fazer um levantamento sobre a preparação para o campismo e caravanismo na recepção dos estrangeiros e viajantes brasileiros aos locais sede e sim das recentes novas promessas para o setor.

Da mesma forma que em anos anteriores à copa do mundo os governos e secretarias de turismo prometiam infraestrutura para o acolhimento dos já sabidos caravanistas e campistas estrangeiros, novas promessas já começam a ser anunciadas de forma completamente não fundamentadas após o desastre do mundial .

Todos sabemos que o Brasil fez tão pouco para receber os estrangeiros que diversas cidades tiveram que improvisar na última hora. Destaque para os campistas argentinos no Sambódromo de São Paulo e a péssima estrutura do CCB-Recreio na recepção e acolhimento dos campistas Belgas.

Agora visando as olimpíadas daqui dois anos, o Rio de Janeiro já inicia sua promessa de melhorias para o campismo e caravanismo no Estado. Porém já começa com uma falta de conhecimento incrível por parte dos representantes do turismo que mal conhecem a realidade do campismo no Brasil e no mundo.

Pegaremos como base a matéria do site panrotas.com.br*, cuja reportagem assinada pelo jornalista Diego Verticchio trouxe alguns absurdos por parte de quem deveria obrigatoriamente conhecer a realidade campista brasileira antes de declarar promessas. Em contato com o jornalista declarando os erros da reportagem, o mesmo indicou que apenas estavam baseadas nas declarações de coletiva de imprensa no dia 15/07/2014. Portanto faremos uma análise crítica sobre a própria reportagem para indicar o quão grave está a situação e o futuro do campismo nessas promessas:

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                                                            matéria na íntegra e comentários do MaCamp

Brasil não está preparado para turismo de camping

Além de trazer milhares de turistas estrangeiros ao Rio de Janeiro, a final entre Argentina e Alemanha mostrou que a cidade tem hotéis suficientes para atender a demanda de um grande evento, mas não conta com uma estrutura para receber turistas de países vizinhos que vêm de carro e ficam em campings ou motorhome. Para a secretaria Estadual de Turismo do Rio de Janeiro isso ficou claro na final, quando milhares de argentinos vieram à capital fluminense e não tinham local para pararem seus carros.

-Primeiramente nunca devemos colocar o caravanismo “uso de trailers e motor homes” a frente do campismo nômade. O campismo de barraca é muito mais presente, numeroso e importante no cenário mundial do campismo, pois possui grande oportunidade para qualquer pessoa ingressar na prática (mesmo que de forma experimental) além de oferecer muito mais liberdade de instalação em espaços diversos e até mínimos.

“Isso não foi pensado pelo governo federal. E o governo sentiu na pele no jogo da Argentina em Porto Alegre. Quando eles se classificaram para a final corremos para criar espaços temporários para que esse tipo de turista pudesse ficar de forma segura”, afirmou o secretário Cláudio Magnavita. Na cidade, o Sambódromo e a Praça Onze foram os locais escolhidos para receber estes turistas, com o Teatro Popular, em Niterói, ficando de sobreaviso caso precisassem de um novo espaço.

O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio de Janeiro (Abav-RJ), George Irmes, defendeu a criação de espaços para turistas com motorhome ou que pretendem ficar em campings, lembrando que isso já é uma tendência na Europa, Estados Unidos ou Austrália, mas foi enfático em falar que precisa ser feita de forma organizada.

-Caravanismo e campismo não é “tendência” na Europa e sim uma REALIDADE de décadas em um setor fortíssimo economicamente.

A mesma opinião tem o presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo Receptivo (Bito), apesar de achar que por não ser uma prática natural dos brasileiros, esta atividade não terá futuro.

-Presidentes de associações de hotéis veem o campismo como algo extremamente concorrente ao setor hoteleiro. o presidente da Bito então não faz ideia da realidade do campismo e caravanismo no Brasil, do tamanho desta presença nos anos 1970 e 1980 e sequer sobre o futuro do setor. A prática é muito natural de muitos brasileiros, com destaque ao do Sul do País cuja cultura já vem do berço dos imigrantes europeus.

Segundo a Secretaria de Turismo do Rio já há seis áreas mapeadas para campings e motorhome no Estado, sendo uma em Búzios e outras cinco dentro de parques estaduais. Na cidade do Rio só há uma área específica, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste da cidade e depois da Barra da Tijuca.

– A SECRETARIA DO RIO DE JANEIRO sequer sabe da existência e ignorou outra das áreas da capital, onde tudo pode ser conferido em nosso GUIA de CAMPINGS. O Estado também parece desconhecer o número total de Campings.


Infelizmente o Brasil não conta com órgãos ativamente voltados ao campismo, sendo os poucos existentes regidos e voltados mais para o lado do caravanismo, que abrange os veículos de recreação (Trailers, motor homes e etc.). Na grande maioria dos movimentos ou publicações sobre campismo no país, são abordados temas sobre caravanismo, muitas vezes ignorando-se completamente o campismo nômade realizado por barracas que representa de longe a grande maioria do público do setor. Já os maiores eventos realizados por grupos Estaduais exclusivamente caravanistas não buscam realizar seus encontros em áreas de Camping organizado (poucos, mas existentes) com o argumento da falta destes com infraestrutura suficiente. EM muitos casos nos chegam opiniões de outros brasileiros sobre estes eventos, cujas críticas são bastante parecidas com as que ouvimos sobre os argentinos: Local, água e luz de graça, sem trazerem ao destino grandes gastos nos comércios locais.

Diversas outras agências de notícias relataram a intenção do Rio de Janeiro em criar áreas de camping, mas sempre voltado quase que unicamente aos motor homes. Infelizmente ninguém parou para refletir o porquê dos turistas argentinos terem se dirigirido ao Brasil a bordo dos motor homes: Talvez pelo país “hermano” ser bem mais preparado para este tipo de turismo, ou simplesmente pelos veículos serem dotados do que mais se carece em termos de áreas campistas e que se configuram como os quesitos mais importantes da prática barraquista: Banheiros, Segurança e solo adequado.

* exemplos: Portal Terra e ESPbr.

Resta aos setores turísticos procurarem quem mais entende do campismo que são os CAMPISTAS, principalmente barraquistas, que conhecem de perto as necessidades de infraestrutura do setor, além dos fomentadores que pesquisam e divulgam o campismo a exemplo de nosso próprio Portal que há 14 anos trabalha no segmento.

Marcos Pivari


* fonte: http://www.panrotas.com.br/noticia-turismo/mercado/brasil-n%C3%A3o-est%C3%A1-preparado-para-turismo-de-camping_102690.html


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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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