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Desde o primeiro momento , em que começamos a elaborar o Guia de Camping estivemos envolvidos por três preocupações principais: primeira, responder à pergunta — “por que o campismo?” —procurando atingir e motivar o homem urbano, levando-o ao encontro do verde, do esporte, do lazer, do turismo. Segunda, orientá-lo sobre as formas de iniciar-se como campista, já que isso vai bem mais além do que simplesmente comprar uma barraca ou um trailer. Terceira, lançar uma edição que trouxesse novidades aos já iniciados ou veteranos nesta prática.

Felizmente, o que era preocupação mudou para serena alegria profissional de toda a equipe, já que os três prismas básicos da nossa orientação editorial se completaram de forma harmônica, bem estruturada, satisfatória. Para se chegar a este resultado um fator foi fundamental: a escolha da equipe. Todos são experientes jornalistas profissionais. E quase todos, somado a isso, campistas ou redatores especializados em camping. Assim, tanto quanto o trabalho de reportagem e pesquisa, procuramos valorizar a experiência pessoal, a prática, a observação, a vivência daqueles que dividem boa parte de seu tempo entre a redação e o camping. Ou que, dentro da primeira, não fazem outra coisa senão escrever sobre camping e turismo. Isto nos permitiu captar e selecionar, com facilidade, o que é mais ou o que é menos importante, o que é possível ou impossível, permitido ou proibido, praticável ou impraticável para o campista, bem como uma infinidade de detalhes que só redatores intimamente ligados ao setor seriam capazes de avaliar com olho profissional.

Um repórter que sempre viveu numa das mais poluídas regiões do mundo, o ABC, na Grande São Paulo, mostra-nos (unicamente com dados e fatos, sem “discursos”) a desumanização das cidades e apresenta-nos o camping jamais como uma solução, mas sim como a mais urgente e acessível alternativa para uma fuga periódica.

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Outro foi à selva e de lá voltou com malária e o Prêmio Esso de Reportagem de 1973. Aqui ele ensina o que aprendeu com a selva, fala das duras condições de vida que enfrentou, dos fatos pitorescos. É o contraste entre o camping de relva macia e bem aparada e o solo muitas vezes inacessível da selva, onde cada dia de acampamento, mais do que uma aventura, é uma ameaça da morte.

Abrindo um ângulo completamente novo dentro do campismo, ensinamos como levar o “mundo” para a barraca, através de um sistema de radiocomunicação do tamanho de uma caixa de sapatos. O autor da matéria, além de jornalista, é radioamador desde 1965.

As “dicas” para os estreantes, assim como as informações sobre as modalidades de campismo, os trailers, uso da fogueira, são de um repórter que viveu 6 anos de sua infância e adolescência no escotismo, sem, entretanto, até hoje ter abandonado o hábito de acampar.

Qual é o equipamento básico de um campista? Como fazer para guardá-lo e conservá-lo? Ninguém melhor do que uma reporter-campista, que tem no seu apartamento um completo equipamento, inclusive um barco de borracha, para responder a estas perguntas. Numa matéria escrita com bom-humor ela explica tudo. E facilita a tarefa dos inexperientes, apresentando três relações do que é indispensável, o que é muito útil e o que é apenas agradável levar. Como alimentar-se? O que cozinhar? O que fazer num caso de acidente, havendo um ferido? É importante conhecer o uso da faca e do machado? E fazer nós? O campismo engorda ou emagrece? O sol, um nosso amigo ou inimigo? Quais são os nossos clubes de camping? Onde está o melhor clima do Brasil? Para cada uma destas ou de outras perguntas existe uma resposta neste Guia de Camping.

E não é só: nele estamos dando uma visão geral sobre o que este imenso País oferece para o turismo, incluindo lugares famosos e outros que podem ser completamente novos para você. E, logo após a sugestão para a sua viagem, a indicação fundamental: a relação das áreas de camping. Você verá que elas não são muitas proporcionalmente ao nosso território. Explica-se isso pelo fato de o camping ser um costume novo entre nós. Assim, as fontes de informações também são difíceis, às vezes até precárias.

Isso talvez ajude a explicar nossos eventuais lapsos. E valorize nossa coragem, desde o primeiro momento em que nos propusemos prestar um serviço ao campismo e ao turismo brasileiro.

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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