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Conhecidos dos anos 1960, do início do campismo no Brasil, como ESTACAS, os hoje conhecidos ESPEQUES, estes são acessórios importantíssimos. Apesar de parecerem coadjuvantes na tralha, experimente esquecê-los para ver o que acontece…

Existem muitos tipos e formatos de espeques no mercado, mas fazem parte da tralha da maioria dos campistas aqueles que acompanham as barracas e tendas quando compradas. Os materiais mais comuns são mesmos os metálicos. Alguns com e outros sem tratamento anti-ferrugem. Existem também os de plástico e os mistos que levam os dois materiais. Geralmente os espeques plásticos são mais parrudos e cheios de ranhuras que buscam a resistência do material. A sua vantagem de não oxidar não ganha do trabalho que dá para retirar a terra que fica naquelas ranhuras e a diferença de peso não resulta em grandes ganhos para o campista.

Como já vimos na seção de dicas de acampamento, os espeques se fazem sempre necessários, pois são eles que proporcionam a esticada da barraca que evita infiltração de água da chuva e o desmonte pelos ventos. Por mais que pareça que aquela amarra da barraca não precise ser esticada, pense que ela está lá porque foi projetada para isso e um mínimo “pé de vento” poderá fazer o arrependimento bater.

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Somente os campistas mais assíduos e apaixonados é que possuem espeques exclusivos que atendam seus gostos.

Com um formato geralmente universal, um espeque deve ter duas partes fundamentais: A HASTE e a ABA.

A Haste deve ser comprida a fim de ser enterrada o mais fundo possível, pois é esta quantidade de área da estaca em contato com a terra que dará a resistência necessária para seu trabalho. Em terrenos arenosos como os de praia, é importante que esta HASTE seja mais comprida possível. Porém em terrenos cheios de pedriscos este comprimento pode ser um empecilho. É aí que devemos possuir os espeques curtos, já que as próprias pedras se encarregarão de ajudar na resistência sem que se entorte os espeques no ato do enterramento.

A ABA deve ser de proporção menor que a haste, mas não tanto. O mais importante no uso de um espeque está na posição dele em relação a cordinha e principalmente o uso da ABA que, ao contrário do que todo mundo pensa, não serve apenas para prender a cordinha. A ABA deve ser enterrada juntamente com o espeque para complementar o trabalho de resistência dos vetores resultantes das forças aplicadas.

IMPORTANTE:

A chave para o uso correto dos espeques é mesmo a marreta de borracha. A coisa mais comum é assistirmos pessoas fincando os espeques com os pés ou martelando com pedras ou martelos comuns e isto é o maior erro que se comete. Pedras provocam um impacto muito maior do que o necessário, causando o entortamento do acessório à menor resistência existente no solo, além de sua superfície irregular provocar pancadas em diversas direções. O uso dos pés acaba fazendo com que a força exercida sobre o espeque seja em sentido vetorial diferente do enterramento o que também causa entortamento.

USANDO A MARRETA:

A marreta de borracha absorve grande parte do impacto sobre o espeque e esta porcentagem aumenta a medida que a resistência do solo fica maior, como no caso de uma pedra enterrada no caminho. Não adianta forçar…. mas adianta ir com calma….. existem dois elementos no piso: O mole e o duro. Portanto, ao ir batendo com firmeza, calma e persistência bem aos poucos, faz com que o espeque se finque no elemento mole e ao encontrar uma pedra, faça com que a ponta do espeque busque um desvio. Neste desvio o terreno mole será deslocado sem causar entortamento do espeque. Se a pancada neste cenário for grande, o acessório simplesmente se entortará.

Existem dois estilos extremos de campistas em relação aos cuidados e estoque de seus espeques, além é claro dos cuidadosos normais. Um deles é o dito “colecionador”. Aquele que além de não se deixar perder nenhum espeque ainda coleciona os mesmos ao longo da vida na medida em que vai adquirindo novas barracas e tendas. Outro é o “desnaturado” que geralmente perde uma porcentagem fixa de espeques a cada acampamento, na maioria deles campistas mais relaxados em relação à prática. Este último ainda ajuda aqueles primeiros “colecionadores” que ainda não cansam de olhar pro gramado em busca de mais uma estaca para seu acervo.

ESQUECEU OU PERDEU?

Vai a dica. O negócio será apelar para estacas de madeira encontrada no local. A preferência seria mesmo dos bambus, caso existam. Em outro caso deverá se dar preferência para as madeiras mais duras e resistentes que possuam bom comprimento e proporcional finura.

O segredo do uso dos “espeques naturais” será o enterramento mais profundo possível e a máxima inclinação admissível. Quanto mais esta madeira estiver inclinada no sentido perpendicular à cordinha, maior será a resistência daquele vetor de força e principalmente para evitar que a cordinha se desprenda da estaca.

DICA PARA GUARDAR OS ESPEQUES:

No acampamento, nem sempre lavar, limpar e guardar os espeques é a melhor das atividades. Principalmente pois ficam impregnados de terra e se lavá-los, dificilmente teremos tempo hábil para a secagem completa. Então a dica é: Adquira uma daquelas “latinhas” plásticas batata frita, que possuem tampa. Ao retirar os espeques, passe apenas um pano seco para retirar o excesso de terra e umidade. Guarde com conforto e rapidez e deixe para tratar de seus espeques em casa onde poderá lavá-los e secá-los ao sol. Se estiver indo para um próximo acampamento…. é só usá-los sem limpeza e trabalho algum.

NÃO UTILIZE PALHA DE AÇO nos espeques. Quando estes possuem tratamento anti oxidação, este material está exatamente em banho na superfície. Ao usar materiais abrasivos você deixará o seu espeque como novo, mas no próximo encontro nem o reconhecerá. Pior… aquela ferrugem proveniente daquelas partes irá afetar o restante, onde eles todos focarão com pó de ferrugem para o resto da vida.

Por último não deixe de contar os seus espeques para ver se não está faltando nenhum.

ENTORTOU?

NUNCA DESENTORTE NA MÃO OU UTILIZE OBJETOS DUROS. O segredo é usar a mesma MARRETA DE BORRACHA! Apoie o espeque em uma superfície DURA e PLANA. De preferência um cimentado. Troncos de árvore com superfície bem dura também serve, apesar da posição vertical ruim. Apoie as duas extremidades na superfície deixando a parte abaulada para cima. Com a marreta, vá batendo com calma e persistência nas partes mais centrais do abaulamento. Desta forma você chegará na posição inicial do espeque. Não adianta querer forçar o metal sequer tentando segurar para não virar. O trabalho será em vão.

Marcos Pivari

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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