Review: Barraca FORCLAZ 3

A barraca Forclaz faz parte de uma gama de produtos a princípio desenhado para o campismo de aventura: Barraca compacta, leve e com desenho aerodinâmico que dispensa grandes dimensões internas e boa altura em detrimento de seu uso essencialmente noturno para descanso. Busca praticidade na montagem e volume compacto e leve para o transporte. No caso do modelo analisado parece não atender com grande exatidão esta premissa, mas pode ser uma ótima opção para perfis específicos de campistas.

Uma barraca feita para ser leve, prática e compacta a princípio não parece fazer muito sentido ser para três pessoas. Porém podemos encará-la como uma opção mais “folgada” para duas. O perfil de uso é mais indicado para essencialmente dormida, mas pode ser facilmente aplicado em acampamento familiar quando há composição de ambientes externos onde a barraca apenas serve como dormitório. Muito indicada também para acampadas rápidas ou para aplicação em locais de muita chuva e vento, pois ela ainda resguarda características positivas para este perfil.

Portanto no quesito essencialmente de “campismo de aventura” em trilhas e montanhismo nem entraremos muito a fundo, pois entendemos que quem busca tecnicamente uma barraca para este fim acabará não considerando um modelo de 3 pessoas com peso de 4.3 kg.

Dentro do perfil campista onde ela pode se encaixar, seu formato pode atender muito bem por suas dimensões compactas quando montada. A grande inclinação do sobreteto entre uma vareta e outra (as únicas duas que a compõe) não só garante uma boa resistência aerodinâmica aos ventos como também ajuda muito com o escorrimento da água da chuva, aliado ao já conhecido potencial de impermeabilização da Quechua. Outro ponto positivo é o recuo do sobreteto em relação ao dormitório, inicialmente feito para abrigar a mochila e as botas da chuva que ainda pode proporcionar uma melhor proteção de micro infiltrações e até mesmo da condensação na hora da tormenta. O ponto negativo para o uso familiar fica a cargo do dormitório não ficar protegido da chuva quando o teto da “varanda” estiver recolhido. Até dá para projetar as portas para a frente com cordas ou polos extras, mas vai parar água ali. Ela possui bons mosquiteiros nas laterais das duas portas de acesso que aliados ao recuo protegido pode garantir uma boa ventilação.

A barraca foi concebida para o dormitório já ficar preso ao sobreteto e ser armado junto na montagem. Apesar desta facilidade, o campista pode sim fazer esta desconexão via botões de encaixe bem práticos. A montagem é simples tendo as bainhas externas para garantir a montagem unificada. Para facilitar o processo, as bainhas são parciais para a fácil introdução das varetas, sendo complementadas por grampos nas laterais. São apenas duas varetas paralelas, uma grande outra pequena e a sustentação final se dará pela esticada das cordinhas. Esta barraca não pode ser montada sem as cordinhas como muita gente gosta de fazer (erroneamente) nas iglus. Esqueça ela se for usar para montar dentro de casa ou pavilhões de eventos. O sobreteto possui uma abrangência muito boa sendo bem encostado no chão evitando entrada de água, sujeira e dificultando alguns animais.

No seu interior, o piso típico de barracas iglu garante comodidade e isolamento ótimos pro campismo familiar. As duas portas possuem boa área de mosquiteiro que garantem ótima ventilação no verão, mas a ausência de fechamento acaba deixando a barraca como péssima opção a frio extremo. Nas pontas da barraca existem pontos de ventilação no sobreteto, isoladas com mosquiteiros e abrigadas da chuva. Esta ventilação é específica para o sobreteto. Na ponta mais baixa, a ventilação acaba tendo efeito de circulação de ar cruzada que garante boa exaustão de calor – mais um motivo para ser ideal apenas para o verão, já que estes pontos não podem ser fechados. Os mimos internos ficam por conta dos dois porta-objetos feitos em tela e do ganchinho plástico no cocuruto para pendurar a iluminação. A porta é bastante ampla não dificultando a entrada de um colchão já inflado e seu recolhimento se dá de forma superior, podendo também ser considerado lateral já que tem formato triangular.

A barraca possui alguns elementos de “capricho” que dão satisfação ao campista. Zíperes de abertura dupla, velcros complementares nos fechamentos, esticadores plásticos com fitas na ancoragem do dormitório, presilhas plásticas para recolher as portas abertas e fixadores dos espeques em cintas que ajudam na durabilidade da barraca e permitem que se “force” mais na esticada.

A bolsa possui dimensões pequenas para o campismo familiar e um tanto volumosa para campismo de aventura. Possui alças para carregar na mão e não nas costas. Duas presilhas ajudam na compactação do “rolo” e a não forçar o zíper. O rótulo leva informações de marca, modelo, capacidade, peso e medidas.

As varetas possuem gomos pequenos para serem compatíveis com o comprimento da bolsa de transporte e possuem dois desvios para a formação do arco mais suave e “quadrático” da barraca. Elas são bem específicas de barracas ilgu, feitas em fibra de vidro.

Marcos Pivari

Varetas de fibra de vidro com desvio. | Foto: Paula/Marcos Pivari – MaCamp