Em busca da casa móvel
- Este tópico contém 371 respostas, 40 vozes e foi atualizado pela última vez 7 anos, 8 meses atrás por GustavoN.
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2 de abril de 2015 às 23:00 #58375GustavoNBloqueado
Muito obrigado pelos comentários! Continuamos então a história… Enquanto faziamos as visitas e aprendiamos com veículos usados interessantes que estavam próximos, também estudavamos as empresas que faziam veículos novos. Uma das empresas que nos chamou a atenção foi a Santo Inácio, localizada em Gramado na serra gaúcha, com veículos relativamente pequenos mas com bastante acomodação. Uma das plantas mais interessantes que vimos foi a do veículo de 8 metros e meio, com slide-out na sala. Utilizando a mesma técnica da Safari com uma cama sobre a cabine, o veículo oferece acomodação para o sono de 6 ou 7 pessoas com conforto: [attachment=5207] [attachment=5208] Depois de um estudo preliminar, entrei em contato com a Santo Inácio para entender melhor a proposta. Fui atendido pelo Victor, do departamento comercial, que durante uma agradável conversa de duas horas por telefone me explicou em detalhe o equipamento, e também todo o processo de acquisição e fabricação dos veículos, que precisa ser agendada e demorava em torno de 6 meses para finalização naquele momento. O preço para aquisição é alto, mas não totalmente inesperado pelo que já estavamos vendo em geral no mercado de usados. No momento do contato o preço base da montagem ficava em 239 mil, e o preço do chassis Iveco 70C16 Daily, que deve ser adquirido diretamente da Fiat, era estimado em 120 mil. Na soma, e adicionando alguns dos opcionais mais interessantes que gostariamos (sala slide-out, cozinha externa, etc), o preço agregado girava em torno dos 430 mil. Apesar de ser um equipamento de muita qualidade e muitos opcionais, certamente um sonho de consumo de muitos campistas, esse valor é proibitivo para nós. E mesmo que conseguíssemos fazer algum parecelamento milagroso para chegar a esse valor, não conseguiriamos sentar e rodar em um equipamento de meio milhão e esquecer disso, o que acabaria com a diversão. Sem abandonar a idéia por completo, nos voltamos para os usados. Quase que surpreendentemente, tivemos dificuldade de achar um Santo Inácio usado para vender, o que comprova a impressão inicial: esse é um dos melhores motorhomes fabricados no Brasil, e seus donos não o vendem, ou vendem relativamente rápido. Fizemos então duas frentes de contato: o Victor da Santo Inácio gentilmente nos colocou em contato com o Roger que é o único proprietário de um Santo Inácio na nossa cidade, e paralelamente encontramos um destes motorhomes a venda na cidade de Não Me Toque (ironicamente) no Rio Grande do Sul. Liguei para o Dirlei, proprietário do veículo a venda, e obtive mais detalhes do equipamento. O veículo é um Santo Inácio 8.5 de 2011, bastante completo, porém com um sofá na sala ao invés da mesa de quatro lugares que vira cama: [attachment=5209] [attachment=5210] Pelas fotos percebe-se que a sala móvel é do modelo antigo, pois nas novas a geladeira sai junto. Não era o ideal, mas longe de ser um fator decisivo. A sala certamente também poderia ser adaptada para a mesa de quatro lugares, e pensamos em entrar em contato com o Victor para ver quanto sairia para fazer o serviço. Porém, antes disso precisavamos conversar sobre o valor. Os 360 mil solicitados ainda estavam muito fora da nossa realidade. Conversando com o Dirlei, ele fez um desconto para pagameto a vista, e nos deixou a vontade para fazer uma proposta. Porém, não quisemos fazer a proposta. Ficaria muito longe do valor solicitado, e poderia ser ofensíva (apesar de que propostas nunca devem ser consideradas ofensívas, mas acontece). Ainda assim, queriamos conhecer esse grande representante do campismo brasileiro, e na semana seguinte fomos visitar o Roger. Fomos muito bem recebidos, com direito a um tour completo por dentro e por fora do equipamento. O modelo dele era exatamente o que tinhamos visto como o ideal, e ainda por cima possuia uma série de opcionais instalados por conta, como o Rodo Ar e um reforço na suspensão (este último já está sendo feito na fábrica com os modelos novos, segundo ele). Outra curiosidade é que o modelo dele, apesar de ter alguns anos, possuia já o sistema de slide-out que leva a geladeira junto. E não foi por acaso: foi o Roger mesmo que insistiu que a fábrica modificasse o sistema dessa forma, e eles gostaram da idéia e acabaram tornando o sistema como o padrão para novos veículos! Boa idéia de fato. Bom, na despedida fiz uma piada: “muito bonito o teu motorhome, quanto queres por ele?”, com ar de graça. A resposta foi inesperada. Pois não é que o motorhome estava mesmo a venda, e nós não sabiamos? Ele apresentou todo o equipamento como se estivesse a venda, e nós recebemos as informações como se estivessemos visitando um amigo. Infelizmente para nós, o valor era similar ao do Dirlei, e ficamos na mesma situação: evitamos qualquer proposta. Isso para a tristeza de minha esposa, que se apaixonou pelo equipamento. Realmente é lindo e muito bem acabado. Por curiosidade perguntei o motivo da venda, e a resposta era quase que óbvia depois de toda a conversa: para comprar um Santo Inácio novo. Não tirei nenhuma foto do motorhome porque não sabia que ele estava a venda, mas tirei de um lindo forno a lenha disponível no salão do edifício onde ele se encontrava, que fiquei admirado: [attachment=5211] Falando em edifício, uma questão que me chamou bastante a atenção durante o estudo dos Santo Inácio é a altura desses equipamentos. A fábrica recomenda um vão livre de 3 metros e 70, e ao contrário do intuitivo, o ponto mais alto não é a cama sobre a cabine, mas sim o ar condicionado de teto que fica no centro do veículo. Durante todas essas conversas estava em minha mente a preocupação de onde hospedar o gigante, caso fizessemos negócio. Daí pra frente também começei a medir a altura de todos os demais veículos e dos possíveis locais de estadia. Fato divertido para fechar essa parte da história: outra empresa fabricante de motorhomes novos que estudei foi a Vettura, localizada em São Leopoldo, RS. Os estudos não foram muito longe porque mesmo veículos usados são oferecidos lá por preços bastante elevados e sem justificativa aparente. Para se ter uma idéia, há um trailer Turiscar Eldorado 95 sendo oferecido por 69 mil reais no site deles, valor de mercado geralmente atribuido aos trailers grandes em bom estado. O fato curioso é que esse trailer está descrito como oferecendo acomodação para 8 pessoas: 4 dentro, _e 4 fora!_ Pensei em escrevê-los sugeririndo que aumentassem a descrição para 14 pessoas, 4 dentro, e 10 fora. [attachment=5212] Continua em breve…
2 de abril de 2015 às 23:07 #58376GustavoNBloqueadoMuito obrigado pelos comentários! Continuamos então a história… Enquanto faziamos as visitas e aprendiamos com veículos usados interessantes que estavam próximos, também estudavamos as empresas que faziam veículos novos. Uma das empresas que nos chamou a atenção foi a Santo Inácio, localizada em Gramado na serra gaúcha, com veículos relativamente pequenos mas com bastante acomodação. Uma das plantas mais interessantes que vimos foi a do veículo de 8 metros e meio, com slide-out na sala. Utilizando a mesma técnica da Safari com uma cama sobre a cabine, o veículo oferece acomodação para o sono de 6 ou 7 pessoas com conforto: [attachment=5207] [attachment=5208] Depois de um estudo preliminar, entrei em contato com a Santo Inácio para entender melhor a proposta. Fui atendido pelo Victor, do departamento comercial, que durante uma agradável conversa de duas horas por telefone me explicou em detalhe o equipamento, e também todo o processo de acquisição e fabricação dos veículos, que precisa ser agendada e demorava em torno de 6 meses para finalização naquele momento. O preço para aquisição é alto, mas não totalmente inesperado pelo que já estavamos vendo em geral no mercado de usados. No momento do contato o preço base da montagem ficava em 239 mil, e o preço do chassis Iveco 70C16 Daily, que deve ser adquirido diretamente da Fiat, era estimado em 120 mil. Na soma, e adicionando alguns dos opcionais mais interessantes que gostariamos (sala slide-out, cozinha externa, etc), o preço agregado girava em torno dos 430 mil. Apesar de ser um equipamento de muita qualidade e muitos opcionais, certamente um sonho de consumo de muitos campistas, esse valor é proibitivo para nós. E mesmo que conseguíssemos fazer algum parecelamento milagroso para chegar a esse valor, não conseguiriamos sentar e rodar em um equipamento de meio milhão e esquecer disso, o que acabaria com a diversão. Sem abandonar a idéia por completo, nos voltamos para os usados. Quase que surpreendentemente, tivemos dificuldade de achar um Santo Inácio usado para vender, o que comprova a impressão inicial: esse é um dos melhores motorhomes fabricados no Brasil, e seus donos não o vendem, ou vendem relativamente rápido. Fizemos então duas frentes de contato: o Victor da Santo Inácio gentilmente nos colocou em contato com o Roger que é o único proprietário de um Santo Inácio na nossa cidade, e paralelamente encontramos um destes motorhomes a venda na cidade de (ironicamente) Não Me Toque no Rio Grande do Sul. Liguei para o Dirlei, proprietário do veículo a venda, e obtive mais detalhes do equipamento. O veículo é um Santo Inácio 8.5 de 2011, bastante completo, porém com um sofá na sala ao invés da mesa de quatro lugares que vira cama: [attachment=5209] [attachment=5210] Pelas fotos percebe-se que a sala móvel é do modelo antigo, pois nas novas a geladeira sai junto. Não era o ideal, mas longe de ser um fator decisivo. A sala certamente também poderia ser adaptada para a mesa de quatro lugares, e pensamos em entrar em contato com o Victor para ver quanto sairia para fazer o serviço. Porém, antes disso precisavamos conversar sobre o valor. Os 360 mil solicitados ainda estavam muito fora da nossa realidade. Conversando com o Dirlei, ele fez um desconto para pagameto a vista, e nos deixou a vontade para fazer uma proposta. Porém, não quisemos fazer a proposta. Ficaria muito longe do valor solicitado, e poderia ser ofensíva (apesar de que propostas nunca devem ser consideradas ofensívas, mas acontece). Ainda assim, queriamos conhecer esse grande representante do campismo brasileiro, e na semana seguinte fomos visitar o Roger. Fomos muito bem recebidos, com direito a um tour completo por dentro e por fora do equipamento. O modelo dele era exatamente o que tinhamos visto como o ideal, e ainda por cima possuia uma série de opcionais instalados por conta, como o Rodo Ar e um reforço na suspensão (este último já está sendo feito na fábrica com os modelos novos, segundo ele). Outra curiosidade é que o modelo dele, apesar de ter alguns anos, possuia já o sistema de slide-out que leva a geladeira junto. E não foi por acaso: foi o Roger mesmo que insistiu que a fábrica modificasse o sistema dessa forma, e eles gostaram da idéia e acabaram tornando o sistema como o padrão para novos veículos! Boa idéia de fato. Bom, na despedida fiz uma piada: “muito bonito o teu motorhome, quanto queres por ele?”, com ar de graça. A resposta foi inesperada. Pois não é que o motorhome estava mesmo a venda, e nós não sabiamos? Ele apresentou todo o equipamento como se estivesse a venda, e nós recebemos as informações como se estivessemos visitando um amigo. Infelizmente para nós, o valor era similar ao do Dirlei, e ficamos na mesma situação: evitamos qualquer proposta. Isso para a tristeza de minha esposa, que se apaixonou pelo equipamento. Realmente é lindo e muito bem acabado. Por curiosidade perguntei o motivo da venda, e a resposta era quase que óbvia depois de toda a conversa: para comprar um Santo Inácio novo. Não tirei nenhuma foto do motorhome porque não sabia que ele estava a venda, mas tirei de um lindo forno a lenha disponível no salão do edifício onde ele se encontrava, que fiquei admirado: [attachment=5211] Falando em edifício, uma questão que me chamou bastante a atenção durante o estudo dos Santo Inácio é a altura desses equipamentos. A fábrica recomenda um vão livre de 3 metros e 70, e ao contrário do intuitivo, o ponto mais alto não é a cama sobre a cabine, mas sim o ar condicionado de teto que fica no centro do veículo. Durante todas essas conversas estava em minha mente a preocupação de onde hospedar o gigante, caso fizessemos negócio. Daí pra frente também começei a medir a altura de todos os demais veículos e dos possíveis locais de estadia. Fato divertido para fechar essa parte da história: outra empresa fabricante de motorhomes novos que estudei foi a Vettura, localizada em São Leopoldo, RS. Os estudos não foram muito longe porque mesmo veículos usados são oferecidos lá por preços bastante elevados e sem justificativa aparente. Para se ter uma idéia, há um trailer Turiscar Eldorado 95 sendo oferecido por 69 mil reais no site deles, valor de mercado geralmente atribuido aos trailers grandes em bom estado. O fato curioso é que esse trailer está descrito como oferecendo acomodação para 8 pessoas: 4 dentro, e 4 fora! Pensei em escrevê-los sugeririndo que aumentassem a descrição para 14 pessoas, 4 dentro, e 10 fora. [attachment=5212] Continua em breve…
3 de abril de 2015 às 01:37 #58381Andre AmericanaParticipanteHa ha ha ha ha ha ha…. fantástico relato e observação sobre o trailer… pode sugerir também “acomoda a sogra e todos os agregados…. do lado de fora”… Abraço
3 de abril de 2015 às 13:03 #58382Joao MaiaParticipanteTriste país. Enquanto na Europa um excelente motorhome 0km custa cerca de 50.000 euros (pouco mais de 150.000 reais), aqui paga-se uma pequena fortuna o que torna inviável o progresso do campismo. Há centenas de oficinas especializadas na manutenção e outras tantas para a compra de equipamentos, além de muitíssimas “áreas de serviços”. Além disso, aqui as estradas são esburacadas, o que faz o veículo trepidar muito causando estragos para os descuidados. A grande maioria dos campings são pobres em equipamentos e outras comodidades. Recentemente, aluguei um motorhome na Alemanha e percorri alguns países. Meu Deus! Inacreditável a qualidade dos campings, o profissionalismo etc. etc. Nos EUA, são mais baratos ainda. Se pudéssemos importar a preços justos e competitivos, o turismo sobre rodas ganharia um novo mercado e milhares de empregos. Só para se ter uma idéia e sugestões de equipamentos, visitem o site da revista francesa camping-car magazine http://www.camping-car.com/ Dá vontade de chorar.
3 de abril de 2015 às 18:36 #58385GustavoNBloqueadoÉ verdade, João, e infelizmente a solução do problema não é simples. É bom para todos nós que tenhamos empresas próximas de nós especializadas na construção desses equipamentos, mas para as próprias empresas também sai caro. Essas empresas entregam um número surpreendetemente pequeno de veículos por mês, o que quer dizer que esses poucos veículos tem que pagar todo o serviço. É como viver em um condomínio de luxo com poucos apartamentos.. os poucos moradores arcam com todo o custo. Claro, também existe o chamado “custo Brasil”, como dizem alguns economistas: já que o pessoal está acostumado a pagar caro, há um abuso por parte das empresas e coisas triviais são taxadas a preço de ouro. Por exemplo, por três lâmpadas de led – duas para a cama de casal e uma na poltrona da sala – a Santo Inácio cobra 540 reais. Ridículo. A solução desse problema, na minha opinião, deve necessariamente ser conjunta. A infraestrutura dos campings precisa melhorar, a segurança precisa melhorar, as estradas precisam melhorar. Isso aumenta o interesse no consumo, e consequentemente o interesse na produção. O aumento de volume e o aumento da concorrência tornará o processo todo mais barato, o que também aumentaria o interesse em melhores campings e infraestrutura em geral. É um círculo virtuoso em que todos sairíamos ganhando.
3 de abril de 2015 às 20:08 #58386GustavoNBloqueadoContinuando então o relato, nessa altura já tinhamos alguma compreensão do que o mundo dos motorhomes ao redor de nós tinha a nos oferecer, mas sabiamos pouco sobre o outro braço do mercado de veículos recreacionais: os trailers. Nas minhas pesquisas com os motorhomes já tinha passado pelos excitantes relatos do Dardo aqui no forum, contando em detalhe as visitas ao sul do continente em seu Turiscar Diamante (Guanaquito, para os íntimos). Isso acabou com qualquer preconceito sobre viagens mais longas em trailers que pudessemos ter. Então o que mais poderiamos não saber a respeito dessas casas móveis? Haviam os aspectos que eram intuitivos. Por exemplo, no trailer vão todos dentro do carro, e no motorhome as pessoas podem ir mais a vontade (com uma mesa para uso do laptop, geladeira e banheiro mais próximos em caso de parada, etc). Frequentemente o motorhome também acomoda mais pessoas durante a viagem, e evita a transferência entre os dois veículos em caso de chuva. Por outro lado, com o trailer existe um outro veículo (em geral um bom veículo, no caso dos trailers maiores) que pode ser usado de forma independente. E, é claro, o preço da aquisição é bastante relevante. O valor de um trailer grande usado em muito bom estado é geralmente de três a quatro vezes mais baixo que o de um motorhome médio em estado semelhante. O que mais poderiamos estar esquecendo? Precisavamos visitar alguns trailers, mas antes disso seria ótimo ter mais informação de um veterano desse mundo. Para tanto, resolvi escrever um email para o Dardo explicando nossa situação e tocando em alguns pontos chave para abrir a conversa: porque trailer e não motorhome? Quais seriam algumas boas opções de veículo para tração? As respostas, como vocês aqui no forum podem imaginar, foram surpreendentes para nós. Não porque as informações fornecidas divergiam muito do que imaginavamos, mas sim pelo carinho e dedicação investidos em nos ajudar. Somos extremamente gratos pela atenção que recebemos. Em termos do discutido, o principal ponto enfatizado foi o de se ter um veículo independente para passear nas redondezas dos locais de estadia. Embora já tivessemos esse item em nossa lista, a enfase dada nos abriu mais os olhos quanto a importãncia disso. De fato nas conversas que tivemos e pesquisas que fizemos, os motorhomes de porte médio a grande geralmente carregam uma moto ou um carro a reboque, para deslocamentos locais, o que faz sentido dado a inconveniência de circular com um motorhome e de “levantar acampamento” para toda a saída. A moto é inviável para nós, então teriamos que pensar seriamente em um veículo para acompanhar. Isso são dois motores ao invés de um, e dois seguros, duas manutenções. Além disso, com um veículo único é necessário levar a casa para trocar óleo e fazer outras manutenções regulares que um veículo de tração precisa. Além da impraticidade, não é toda a oficina que comporta um veículo desse porte, e as que comportam costumam cobrar algo a mais por isso. Sobre as opções de veículos de tração, o Dardo nos colocou a par das necessidades básicas para tração (torque, e portanto motor a diesel, etc), e mencionou algumas opções mais interessantes, incluindo a Frontier SL, Ranger, e nova S10. Com esses dados em mãos, me pus a pesquisar. Quanto mais estudava, mais gostava da idéia de ter a casa móvel e o carro de tração em veículos separados. Atualmente temos um Fiesta 2009, que eu gosto muito por ser um carro barato, de manutenção barata, seguro (raro modelo do Fiesta com ABS e Airbag dessa época) e bastante potente por ser muito leve. Foto do rapaz logo após o último banho: [attachment=5213] Porém, é um carro pequeno, e sentimos mais isso hoje que temos um terceiro tripulante que demanda uma parafernália razoável. Seria ótimo ter uma camionete moderna para passeios mais longos, mesmo quando a casa móvel não for necessária. Por sorte, nosso estacionamento no prédio onde moramos também comporta dois veículos, e há um estacionamento logo ao lado do prédio que comporta trailers, mesmo os de grande porte. Então, comecei a sentir que andavamos remando contra a maré, e que de repente a correnteza estava a favor. Pesquisando as várias opções de camionetes, excluimos a Frontier logo de cara por não haver autorizada na cidade. Ficou então entre a S10 e a Ranger. Muitas leituras e reviews depois, resolvemos fazer uma visita a Chevrolet local para ver a S10 pessoalmente. Ao mesmo tempo, quis a sorte que houvesse uma S10 2015 usada na cidade, com 6 mil km de uso. Marcamos as duas visitas, uma em seguida da outra.. primeiro a nova, depois a usada. Na Chevrolet fomos recebidos pelo Alex, que nos deu toda a atenção necessária, nos mostrou todo o veículo por dentro, suas características (que já conheciamos, mas não ao vivo) e sob forte pressão nossa fez o melhor preço que conseguiria para o veículo novo. Logo em seguida, fomos visitar o Guilherme e o Nelson, donos da S10 usada, que nos informaram que estavam vendendo o veículo para obter capital de giro. Depois de muita conversa, uma redução generosa no preço, revisões, voltas de teste, fechamos negócio na S10 usada e nos tornamos felizes proprietários de um bom rebocador, jeep 4×4, e veículo de passeio (como diria o Dardo): [attachment=5214] Agora tinhamos metade do problema resolvido, e em paralelo estudavamos os trailers, que agora eram um destino certo. Na continuação da história, mais visitas e mais fotos. Novamente, muito obrigado ao Dardo por toda a força.
3 de abril de 2015 às 20:10 #58387GustavoNBloqueadoContinuando então o relato, nessa altura já tinhamos alguma compreensão do que o mundo dos motorhomes ao redor de nós tinha a nos oferecer, mas sabiamos pouco sobre o outro braço do mercado de veículos recreacionais: os trailers. Nas minhas pesquisas com os motorhomes já tinha passado pelos excitantes relatos do Dardo aqui no forum, contando em detalhe as visitas ao sul do continente em seu Turiscar Diamante (Guanaquito, para os íntimos). Isso acabou com qualquer preconceito sobre viagens mais longas em trailers que pudessemos ter. Então o que mais poderiamos não saber a respeito dessas casas móveis? Haviam os aspectos que eram intuitivos. Por exemplo, no trailer vão todos dentro do carro, e no motorhome as pessoas podem ir mais a vontade (com uma mesa para uso do laptop, geladeira e banheiro mais próximos em caso de parada, etc). Frequentemente o motorhome também acomoda mais pessoas durante a viagem, e evita a transferência entre os dois veículos em caso de chuva. Por outro lado, com o trailer existe um outro veículo (em geral um bom veículo, no caso dos trailers maiores) que pode ser usado de forma independente. E, é claro, o preço da aquisição é bastante relevante. O valor de um trailer grande usado em muito bom estado é geralmente de três a quatro vezes mais baixo que o de um motorhome médio em estado semelhante. O que mais poderiamos estar esquecendo? Precisavamos visitar alguns trailers, mas antes disso seria ótimo ter mais informação de um veterano desse mundo. Para tanto, resolvi escrever um email para o Dardo explicando nossa situação e tocando em alguns pontos chave para abrir a conversa: porque trailer e não motorhome? Quais seriam algumas boas opções de veículo para tração? As respostas, como vocês aqui no forum podem imaginar, foram surpreendentes para nós. Não porque as informações fornecidas divergiam muito do que imaginavamos, mas sim pelo carinho e dedicação investidos em nos ajudar. Somos extremamente gratos pela atenção que recebemos. Em termos do discutido, o principal ponto enfatizado foi o de se ter um veículo independente para passear nas redondezas dos locais de estadia. Embora já tivessemos esse item em nossa lista, a enfase dada nos abriu mais os olhos quanto a importãncia disso. De fato nas conversas que tivemos e pesquisas que fizemos, os motorhomes de porte médio a grande geralmente carregam uma moto ou um carro a reboque, para deslocamentos locais, o que faz sentido dado a inconveniência de circular com um motorhome e de “levantar acampamento” para toda a saída. A moto é inviável para nós, então teriamos que pensar seriamente em um veículo para acompanhar. Isso são dois motores ao invés de um, e dois seguros, duas manutenções. Além disso, com um veículo único é necessário levar a casa para trocar óleo e fazer outras manutenções regulares que um veículo de tração precisa. Além da impraticidade, não é toda a oficina que comporta um veículo desse porte, e as que comportam costumam cobrar algo a mais por isso. Sobre as opções de veículos de tração, o Dardo nos colocou a par das necessidades básicas para tração (torque, e portanto motor a diesel, etc), e mencionou algumas opções mais interessantes, incluindo a Frontier SL, Ranger, e nova S10. Com esses dados em mãos, me pus a pesquisar. Quanto mais estudava, mais gostava da idéia de ter a casa móvel e o carro de tração em veículos separados. Atualmente temos um Fiesta 2009, que eu gosto muito por ser um carro barato, de manutenção barata, seguro (raro modelo do Fiesta com ABS e Airbag dessa época) e bastante potente por ser muito leve. Foto do rapaz logo após o último banho: [attachment=5213] Porém, é um carro pequeno, e sentimos mais isso hoje que temos um terceiro tripulante que demanda uma parafernália razoável. Seria ótimo ter uma camionete moderna para passeios mais longos, mesmo quando a casa móvel não for necessária. Por sorte, nosso estacionamento no prédio onde moramos também comporta dois veículos, e há um estacionamento logo ao lado do prédio que comporta trailers, mesmo os de grande porte. Então, comecei a sentir que andavamos remando contra a maré, e que de repente a correnteza estava a favor. Pesquisando as várias opções de camionetes, excluimos a Frontier logo de cara por não haver autorizada na cidade. Ficou então entre a S10 e a Ranger. Muitas leituras e reviews depois, resolvemos fazer uma visita a Chevrolet local para ver a S10 pessoalmente. Ao mesmo tempo, quis a sorte que houvesse uma S10 2015 usada na cidade, com 6 mil km de uso. Marcamos as duas visitas, uma em seguida da outra.. primeiro a nova, depois a usada. Na Chevrolet fomos recebidos pelo Alex, que nos deu toda a atenção necessária, nos mostrou todo o veículo por dentro, suas características (que já conheciamos, mas não ao vivo) e sob forte pressão nossa fez o melhor preço que conseguiria para o veículo novo. Logo em seguida, fomos visitar o Guilherme e o Nelson, donos da S10 usada, que nos informaram que estavam vendendo o veículo para obter capital de giro. Depois de muita conversa, uma redução generosa no preço, revisões, voltas de teste, fechamos negócio na S10 usada e nos tornamos felizes proprietários de – como diria o Dardo – um bom rebocador, jeep 4×4, e veículo de passeio: [attachment=5214] Agora tinhamos metade do problema resolvido, e em paralelo estudavamos os trailers, que agora eram um destino certo. Na continuação da história, mais visitas e mais fotos. Novamente, muito obrigado ao Dardo por toda a força.
3 de abril de 2015 às 21:08 #58388Paulo RogérioParticipanteAguardaremos as cenas do próximo capítulo!
3 de abril de 2015 às 22:03 #58389Joao MaiaParticipantePois é GustavoN. Você tem razão. Quanto aos preços no Brasil, não se justificam. Veja por exemplo quanto custam 3 spots acompanhados de excelentes lãmpadas de 12v de 190 lumes (http://www.amazon.com/GW21500-03-Reading-Light-Satin-Chrome/dp/B00D1YP8FE/ref=sr_1_2?ie=UTF8&qid=1428095350&sr=8-2&keywords=led+rv+reading+lights lâmpadas compradas na China (aliexpress) custam cerca de US 3,00 cada! Desisti do meu Camper por outras razões. Recentemente aluguei um motorhome em Frankfurt por cerca de 100 euros a diária e passei quase um mês pela Europa com a família, pagando cerca de 20 a 25 euros pela diária de campings excelentes. Nos EUA também pode-se alugar ótimos motorhomes ou trailes. Tudo pode ser feito daqui mesmo pela internet. Será que vale a pena investir R$ 350.000 em um motorhome? Creio que os amantes de trailes e motorhomens poderiam começar a pensar em construir os seus na garagem de casa. Não é tão complicado assim (conheço quem já fez isso). Muitos acessórios podem ser comprados na internet. É preciso um bom marceneiro para os móveis. As instalações elétricas são fáceis (bateria estacionária, conversor, carregador de bateria, depósito para água potável e servida (fáceis de comprar), banheiro quiímico (a amazom.com envia para o Brasil, já comprei um da CAMCO). É mais fácil construir um trailer do que um motorhome, mas pode-se adquirir uma Van, forrar as paredes internas com lã de vidro ou isopor e compensado naval (deixando antes a fiação embutida). Vi, no youtube, um feito com paredes internas de drywall e lã de vidro. Não ficará tão perfeito quanto um desses de fábrica, mas compensa para quem quiser se dar ao trabalho. Tudo, tudo mesmo (geladeira 12v, fogão, chuveiro, bombas dágua etc) pode ser comprado pela internet na Amazon americana, alemã, francesa ou inglesa. É preciso usar a imaginação e fazer um projeto no papel. https://www.youtube.com/watch?v=JHCo2ys_OcE Este aproveitou um furgão: https://www.youtube.com/watch?v=IkKyvdzdSUM Existem dezenas de projetos no youtube.
4 de abril de 2015 às 14:40 #58394GustavoNBloqueadoCom certeza é possível, João, e deve ser divertidíssimo. Gosto muito de fazer as coisas em casa também. O problema nesse caso é que o tempo é finito, e precisamos escolher o que fazer com ele.
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