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Expedição Baumeister Patagonia 2016 – MaCamp

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  • #46290
    Odair Teixeira
    Participante

    Guten tag fur alles Como a idéia de fazer esta viagem para a Patagônia começou aqui sob influencia do mein Kommandant Dardo Horácio, resolvi chamar o meu projeto de Expedição MaCamp Patagônia. Como havia postado algumas fotos no Facebook para informar a família que estava tudo bem, ficou pendendo o relato no Fórum do MaCamp, já que aqui fica organizado e registrado para futuras consultas e não é algo efêmero como no FB que se perde depois de algum tempo. A ideia original era fazermos este projeto juntos. Mas por razões de conflitos de agenda, eu teria que ir e voltar sozinho, restando apenas 5 dias para compartilhar com o Dardo, Thomas e Polini lá em Bariloche, já que eles partiriam em semanas antes e retornariam antes também. Foram ao todo 9950km percorridos em 22 dias de viagem. – A Preparação – Durante o ano de 2015 em alguns finais de semana, preparei o Baumeister para este projeto. – Calafetação – Revisão da sinalização e instalação de iluminação auxiliar – Instalação de medidores de volume dos reservatórios – Ampliação da caixa de agua servida – Up grade do sistema elétrico da casa – Instalação de sistema de freios a disco – Adoção de gerador portátil – Documentação (Carta Verde do Baumeister e Hilux) – O Roteiro – Saída de Vinhedo/SP – 30/01/2016 Curitiba – Lages – Vacaria – Carazinho – São Borja (Aduana com Santo Tome – Argentina) Santo Tomé – Colon – Zarate – Lujan – Chivilcoy – Santa Rosa – Gen. Acha – Neuquén – Picun Leufu – Piedra del Aguila e finalmente a região de Bariloche Villa La Angostura, El Bolson, S. C. de Bariloche, (Argentina) e Ensenada, Osorno e Puerto Varas (Chile) [hr] [img]http://www.portal.macamp.com.br/forum/attachment.php?aid=8344[/img][hr] 1 dia Saindo de Vinhedo – Curitiba Partimos no final da tarde, começo da noite, mirando pernoitar no Graal em Registro. Como o transito para descida da serra do cafezal estava com 15km de fila para descida, resolvi seguir pelo Rodoanel e descer a Imigrantes, pegar a Padre Manoel da Nobrega e seguir para Peruíbe. Tudo tranquilo, sem nenhum problema relevante, além da chuva pesada que não dava trégua. Chegamos em Registro as 21:00, abasteci no posto BR do Graal. Aproveitei para encher as bombonas reservas com diesel S10 e gasolina. Foram 60 litros reserva de diesel e 20 litros reserva de gasolina. Antes tivesse feito isto no RS. Descobriria mais tarde que o diesel estava mais barato lá, além de ter que carregar 80kg de peso extra sem necessidade. Outro aspecto é de como estas carretas com tanques suplementares possuem capacidade de armazenagem. Conversei com um motorista que encheu 1000 litros de diesel. Ele comentou que com esta quantidade consegue ir até a Argentina, carregar e voltar para o Brasil sem precisar abastecer lá, pq o diesel lá era bem mais caro. Isto eu também descobriria lá. Depois de acomodar o trailer numa vaga nos fundos da estação de serviço, nivelar as sapatas, desliguei o gerador e virei a chave do inversor para tocar a geladeira na bateria. A Wig preparou a janta e tivemos o primeiro jantar da viagem servido no “Der Baumeister”, plagiando meu amigo Dardo.

    #66429

    Opa, como tava sentindo falta de tópicos assim… Já to na caçamba Odair, se me permite…Bis bald!

    #66431

    Uhu. Já to garantindo lugar nessa caçamba também. Se segura, Alê…. Odair é pé de chumbo…..

    #66433
    Odair Teixeira
    Participante

    2 dia – Chuva parou, começa a dor de cabeça Acordamos cedinho, por volta das 6:30 já estávamos na estrada com o GPS calculando o tempo previsto para alcançarmos Curitiba. A chuva tinha dado trégua e o tempo ameaçava clarear. Chegando em Curitiba, resolvi parar para tomar um café, as meninas visitarem o toalete e dar uma checada nos pneus e resto do comboio. Foi aí que vi uma trinca ao redor do cubo de duas rodas. Imediatamente sabia que teria que parar. Eu havia revisado e trocado os cubos antes de sair de viagem. Mandei algumas mensagens para alguns amigos pedindo indicação de onde parar em CTBA e o André de Americana me indicou o RV Park do Sr. Celso. O Dardo me passou o contato do Sr. Camargo e imediatamente comecei a busca para resolver o problema. Estacionamos no RV Park e fui até a Casa do Trailer comprar dois cubos .[hr] [attachment=8346][attachment=8345]

    #66434
    Odair Teixeira
    Participante

    Liguei para o Sr. Carvalho com o contato enviado pelo Dardo e peguei os cubos. Voltamos pro RV Park, almoçamos, tirei uma soneca rápida e mãos à obra. Isolei dois freios e deixei apenas dois funcionando. Montei tudo, apertei e chequei as folgas, baixei o trailer e pé na estrada. Eram 16:00 e o Imperial Baumeister já estava na BR116 rumo à Lages.

    Seguimos com a bussola apontando SUL e Lages no GPS com ETA 22:00h. E a chuva resolveu aparecer. Nos acompanharia até São Borja. Passamos por Mafra, Rio Negro, Santa Cecilia, Correia Pinto e dali a chuva pegou pesado. Passamos por Lages e resolvemos seguir um pouco mais para seguir adiante, já que ninguém estava com fome devido aos lanchinhos servidos pelo serviço de catering da Wig. Pernoitamos em um posto 24h entre Capão Alto e Vacaria. Mulherada reclamando geral do cansaço.
    Abasteci o tanque da Hilux, tanque do gerador, nivelei as sapatas, desliguei o gerador e bora tomar banho pra dormir. [hr]
    Um fato interessante é que realizar grandes deslocamentos no final de semana é bem menos estressante do durante a semana. A quantidade de caminhões nas estradas e nos postos à noite é menor e menos barulhenta.[hr]
    Durante a preparação para a viagem , resolvi fazer uma caixa para acondicionar o gerador, que atenuasse o ruído, tivesse alças e rodízios para facilitar a movimentação, além de ponto para fixação de corrente e cadeado. Além do que, com a caixa fechada, na caçamba da Hilux, ninguém saberia que era um gerador, reduzindo a motivação de algum curioso . Ficou bom, mas somando o peso da caixa + peso do gerador + 18 litros de gasolina no gerador resultaram em uma caixa branca com gerador que pesou mais de 60 kg na caçamba.

    Ponto positivo : Gerador toca o trailer com Microondas, geladeira, carregador de baterias e ar condicionado ligados ao mesmo tempo. Com a caixa, o ruído ficou baixo e até aceitável.

    Ponto negativo : O peso. Deveria ter projetado um munk para retirar da Hilux.

    [attachment=8349]

    #66435
    Odair Teixeira
    Participante

    Hora de acordar e pegar a estrada , porque hoje à noite jantaremos na Argentina.

     

    #66438
    Odair Teixeira
    Participante

    3 – dia – Cruzando o planalto gaúcho

    Saimos cedinho, rumo à Vacaria. Descemos a BR 116, cruzamos o rio Pelotas e adentramos o estado Gaúcho. Passando por Vacaria, estava rolando o ultimo dia do rodeio de Vacaria. Era assustadora a quantidade de pessoas e equipamentos no parque do Rodeio. Pegamos à direita no trevo de Vacaria e acessamos a BR 285, uma rodovia transversal que cruza o Brasil de Leste a Oeste, nascendo em Araranguá/SC e terminando em São Borja/RS. A Chuva não dava trégua. Muita chuva e vento. A chuva era tanta que nas paradas para verificação, vi que estava entrando água pela chaminé do aquecedor, respingando sobre o vaso sanitário e molhando as paredes. Chequei os freios e os cubos e nada de fissuras.
    Por precaução, dias antes da partida eu resolvi projetar um dispositivo para regular o curso do atuador . Consistia em um terminal rotular com rosca deslizando dentro de um guia com limite de curso. Daria para deixar com mais freio ou menos freios, caso quisesse. Pensei nisto pq o freio a disco estava freando tanto que nas freadas mais fortes, eu via os pneus soltarem fumaça azul. Sem dizer que nas descidas de serra, a temperatura das rodas era altíssima. Era uma preocupação, pq estava freando bem, mas o cubo de roda (ou tambor de freio dianteiro do fusca) poderia não aguentar.
    Aqui cabe uma ressalva.
    Pra quem tem os trailers Turiscar, sempre rola este papo que o tambor de freio dianteiro da Kombi ou do fusca são os mesmos e era o que a Turiscar usava nos trailers. Na verdade, o sistema é o mesmo e é intercambiável com relação a rolamentos, lonas, molas etc. Mas os tambores não. Originalmente, o tambor da Kombi tem um pouco mais de material e tem uma nervura para dar reforço ao redor dos rolamentos. Coisa que o tambor do fusca não tem. Aqui todo mundo compra um pelo outro, mas os códigos são diferentes.
    Tambor dianteiro fusca – VW – 113405615A
    Tambor dianteiro Kombi – VW 211405615C
    Eu veria isto no dia seguinte no Uruguay, quando os freios me obrigariam a parar novamente.
    Voltando para a estrada, chegamos em Carazinho ao redor do meio dia, com muita chuva. Pausa para almoço no “Der Baumeister” e descanso de 30 min. Abasteci e segui com o nariz apontado para São Borja.
    A paisagem das plantações de soja e milho chegavam a entediar em alguns momentos. Como era domingo e chovendo, havia pouco transito sentido São Borja, mas bem movimentado de argentinos no sentido Vacaria. Era a turma de argentinos saindo de férias no final de Janeiro e indo em direção as praias da minha terra natal.
    Chegamos em São Borja por volta das 18:00. Abastecemos no Posto BR na entrada de São Borja, e seguimos em direção a fronteira.
    Fizemos a imigração, trocamos dólares por pesos argentinos, fomos revistados pelas autoridades que realizaram uma busca dentro do Imperial. Foram simpáticos e educados. Acho que estavam mais procurando por drogas.
    Eram 19:00 hs quando estávamos descendo a Ruta 14 quando fomos parados pela Gendarmeria (tipo nossa polícia rodoviária). Dali até Bariloche eu seria parado mais umas dez vezes. Mas sempre muito educados, e verificando a documentação do veículo. Diferente da xarope polícia caminera de Entre Rios.
    [hr]
    Cubo de roda kombi

    #66444
    Capt.A330
    Participante

    Buenas!
    Chegando de “papagaio de pirata” no relato, e que por sinal, estou curtindo muito, até porqué não teve tempo suficiente para Odair contar toda a historia pessoalmente…meu Irmãozinho, é um prazer acompanhar teu relato, e me desculpa antecipadamente se me intrometer no relato, que será sempre com o intuito de agregar detalhes a que já é um sucesso teu.
    Grande abraço e aguardando!

    Dardo.

    #66445
    GustavoN
    Bloqueado

    Que legal a aventura! Vou seguir acompanhando daqui também.

    Abraços,

    Gustavo

    #66447
    Odair Teixeira
    Participante

    4 dia – Mais dores de cabeça com os freios
    Dormimos em um posto do lado esquerdo da Ruta 14, bem para frente do Posto YPF recomendado pelo Dardo, já que o acesso era meio complexo e ainda dava para tocar um pouco mais, já que havíamos ganhado uma hora com o horário argentino (-1 hora). Era um posto simples, mas tranquilo, com algumas carretas de transportadoras brasileiras estacionadas. Fica a uns 40 km depois da guinada a esquerda da Ruta 14 e do Posto YPF recomendado pelo Dardo, um pouco antes do pedágio, já quase saindo da Provincia de Corrientes. Enchemos o tanque com diesel Euro e vi que o preço estava mais caro que no Brasil. Mas nem comecei a fazer contas, pq se ficar convertendo tudo que vc consome, vc não relaxa e fica pensando que esta gastando muito. Não quer gastar? Não saia de casa.
    Pensei em encher o gerador, mas o tanquinho ainda tinha 3/4 de gasolina. Bem econômico este Toyama. Consome menos de 1 litro por hora em carga de trabalho baixa.
    Acordamos com galo cantando e pulamos da cama. Tomamos café, revisei rodas, freios, pneus e tudo ok. Borrifei WD 40 nos cubos e limpei para ver alguma possível trinca e nada. Como havia limitado o curso do atuador, pensei “Beleza, problema resolvido”.
    Eram 07:00 e já estávamos na estrada rumo a Colón. Estávamos surpresos com a quantidade de placas de beira de estrada fazendo propaganda de uma loja de produtos regionais. Planejamos parar em alguma a frente para comprar algumas meia lunas, queijos e Dulce de Leche.

    A Ruta 14 é uma rodovia duplicada, com trechos onde o pavimento tinha trilho de rodas (deformações causadas pelo excesso de peso de caminhões + pavimento de baixa qualidade ). Estas deformações são chatas pq o trailer fica serpenteando e as vezes dá uns sustos. Então, toda vez que aparecia trilho de roda, baixava a velocidade de 100 para 80. Em trechos bons, dava para manter 100 e as vezes 110 km/h. Como o trecho era longo e em linha reta, dava para experimentar rodar 100km à 80km/h e medir o consumo, depois subir para 90km/h, depois 100km/h e medir o consumo médio em cada patamar de velocidade. Dá pra ver que a cada 10km/h que a velocidade após os 70km/h, o consumo sobre quase 10%. Sai de 8km/l @ 70km/h e vai para 6km/l @ 100km/h. O Imperial é largo, então o arrasto é maior tb.

    Já era quase 11:00 resolvemos fazer mais uma parada, e aí sim comprar algumas besteiras. Parei numa loja de produtos regionais ao lado de um posto, perto do trevo de Colón. Compramos algumas coisas e saímos. Foi quando fui fazer a checagem e levei um susto. O cubo traseiro direito havia trincado a ponto de romper e soltar a roda.[hr]
    E lá estava a Wig me perguntando ” E agora, o que nós vamos fazer?”
    Eu respondi: Não se vcs, eu vou lá na loja de conveniência tomar um café. Depois vejo o que vou fazer, já que hoje não dá pra continuar e vamos ter que estacionar por aqui”

    Bom, depois do café, tentei conectar no Wifi da loja, mas a conexão não funcionava. Então habilitei o celular para uso na Argentina (e lá se foram 399 reais), já que o celular com chip da Claro Argentina só fazia chamadas e não trocava dados. Acabei trocando uma idéia com o dono do Posto, o Sr. Raúl. Um cara tranquilo, gente boa que me ofertou estacionar entre a casa da família (que estava abandonada) e o posto, com agua e energia elétrica à vontade. Comecei a buscar um fornecedor de tambor de freio VW 5 furos, mas em Colon não seria fácil. Disparei Whatsapp para vários colegas e algo incrível aconteceu. Meu amigo Marcos Pivari fuçou na internet e achou um cara no Uruguay que tinha os benditos tambores de freio. Eu havia encontrado em Uruguaiana, mas teria que voltar 380 km para buscar, além de fazer aduana e dirigir mais 380km. O contato enviado pelo Marcos Pivari era um marinheiro desempregado, cujo pai restaurava fuscas em Paysandu. Ele tinha o contato de um desmanche onde tinha muitas peças de fuscas e kombis antigas. Sabe o melhor? O cara estava a 14 km de onde eu estava.
    Almocei no “Der Baumeister”, desengatei a Hilux e vamos pro Uruguay. Fizemos a aduana, cruzamos a ponte sobre o Rio Uruguay (Linda paisagem) e adentramos na pacata cidade de Paysandu.
    Nos encontramos no centro, fomos até o desmanche, pegamos 4 tambores e zarpamos de volta. Na volta ainda paramos no Free Shop, mas com dólar 4:1, não anima comprar muita coisa. Já era noite quando voltamos, então resolvemos parar no Supermercado e comprar suprimentos. O kg do Ramon Cozido em Colón tá valendo a pena. Quem tiver na área, aproveita a promoção.

    Chegamos no Baumeister eram quase 21:00. O jeito foi tomar um bom banho, jantar uma massa com vinho local e deixar tudo preparado para a manutenção na manhã e daí seguir viagem. O lugar era tranquilo, sem barulho e seguro. Deu pra descansar bem.[hr]
    Enquanto rolavam estes perrengues, eu mandava um whats pro Dardo, reportando como as coisas desenrolavam. [hr]
    5 dia – Já era para estarmos lá

    Acordei super cedo, tomei café e logo já estava com a mão na graxa literalmente. Troquei os tambores e agora o Imperial Baumeister estava pronto para pegar a estrada. Mas com um porém. A partir de agora, o freio estava bloqueado. Nesta hora, fiquei com a consciência tranquila com os 250 reais gastos no terminal rotular que usei para fazer o dispositivo do atuador. Da maneira que construí, ele serviria para anular o freio também. Era só frouxar as porcas, empurrar a munheca pra frente e travar novamente. O lado ruim de bloquear o freio do Imperial é que a partir daquele momento, teria que me deslocar no máximo a 80km/h, usar freio motor da Hilux e cuidar nas aproximações e trevos. Isto me atrasaria 200km/dia, já que minha média era mais alta.
    Terminei a montagem depois de um rolamento ter combinado com o Sr. Murphy que não sairia. Troquei os rolamentos, retentores, apertei e chequei folgas. Tudo ok ! Trailer no chão e pegamos a estrada novamente.
    A idéia era tentar recuperar o que fosse possível, então rodaria até mais tarde, faríamos almoço com lanches preparados pela Wig Catering Corp, paradas para o toalete modo “The Flash” .
    Como a estrada estava tranquila e eram retas intermináveis, não me preocupei tanto com o freio. Pelo menos uma coisa boa: Com o dispositivo travando a munheca, isto resultava em zero trancos no engate.
    Quando estava no Uruguay escolhendo os cubos no depósito gigante de peças, vi que alguns deles eram “Made in Germany”. Lógico que peguei os que eram “Deutsche Sprechen” . Pena que só tinham 2 em bom estado. Diferente dos cubos vendidos no Brasil, estes possuíam mais material, eram mais pesados e tinham um reforço justamente na zona onde as trincas aconteceram.[hr]
    diferença dos cubos (tambores de freio)


    Trinca no tambor de freio

    Trailer esperando a troca dos tambores

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