Expedição Baumeister Patagonia 2016 – MaCamp
- Este tópico contém 90 respostas, 20 vozes e foi atualizado pela última vez 4 anos, 7 meses atrás por Odair Teixeira.
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7 de março de 2016 às 16:37 #69280Odair TeixeiraParticipante
Paradas para Bio-break
7 de março de 2016 às 16:44 #69286THOMASParticipanteMuito bom Odair, gostei do relato quanto a segurança e tranquilidade. Ansioso pelos próximos relatos.
7 de março de 2016 às 16:53 #69287Capt.A330ParticipanteCara, demais, adorei! Especialmente a parte “caramba, como este lugar é longe…” ..pois é, tinha eu repetido à exaustão que dava mais de 3000 km…era só pegar um mapa, ou ver no Google Maps, para ter uma ideia da distancia a ser percorrida…Odair, você resumiu magistralmente, parabéns!
“…Muitas fazendas de soja, girassol e outros grãos que não reconheço porque não sou engenheiro agrônomo para entender de agricultura. Se tivessem plantado pé de pistão, biela, válvula, virabrequim, eu reconheceria todos…” HÁ, HÁ, HÁ…eu morro e não vejo tudo…demais! Ao mais puro teu estilo MEIGO de ser, do qual sou fão de carteirinha…demais, demais, demais!
Aviso: se parar este relato agora, pessoalmente vou em Vinhedo para bater em você!
Abraços!Dardo.
7 de março de 2016 às 17:33 #69294Capt.A330Participante7 de março de 2016 às 18:17 #69303Odair TeixeiraParticipanteSeguindo com a viagem..
A Ruta 5 segue adiante e vou trocando bola com minha copiloto Barbara. Depois de discutirmos muito, ela acabou estudando o Mapa e virou uma navegadora nível EXPERT. Conseguia manejar o mapa e o GPS e dar as previsões de chegadas, postos de abastecimento, locais para parada, lojas de churros e o que precisasse. Ajuda muito um copiloto assim. Desta forma, a Wig assumiu de vez a função de catering, atuando como Gerente de Nutrição da tripulação. Dá-le sanduiche de queijo com Jamon. Faltou só o carrinho (trolley) com serviço de bordo.
Estavamos perto do meio dia quando chegamos em Santa Rosa. Vi um aeroclube à direita e lembrei do Dardo. Deve ter pernoitado por aqui. Ao entrar na cidade à direita já avistamos um enorme Cassino. Como Santa Rosa é capital da província, atravessamos com um pouco de transito. Exceto pelos trilhos de roda (que me acompanharam boa parte da viagem), cortar Santa Rosa não foi complicado não. Um pouco chato com a quantidade de semáforos e de motoqueiros que passam a mil por hora sem capacete. Engraçado exigirem farol ligado e não se importarem com uma motocicleta com piloto e garupa sem capacete.
Saindo de Santa Rosa e pegando a esquerda na Ruta 5, fomos parados pela Gendarmeria. Pensei comigo “estes caras falam uns com os outros,não pode ser”. Mas sempre muito amáveis e cordiais, queriam mais era ver o Imperial por dentro do que qualquer outra coisa. Experimentei falar mal da Cristina Kirchner pra ver o que rolava e o guarda desabou a reclamar e não parou mais. Falou que está tudo uma mer..a, que o salário deles é muito baixo, que ganham 2500 pesos e que gasta 500 de energia elétrica, que darão mais 2 meses para o Macri, senão vao fazer greve… Falei para ele. “Não reclame, senão nós mandamos a Dilma para cá”.. Ele calou a boca .Passando Santa Rosa, a vegetação e a topografia começam a mudar. Nossa meta agora era alcançar General Acha. Achei engraçado o nome deste General. Acha o que? General tem que ter certeza…Eu proporia um plebiscito para mudar o nome da cidade, tipo General Tem Certeza. Que exercito confia num General que Acha?
Seguimos adiante fazendo bullying com os nomes engraçados das regiões (desculpe Dardo, sei que no Brasil temos lugares com nomes escrotos também ) mas alguns na argentina são demais. PICUN LEUFU deveria ter a rima proibida, El Carancho,Uriburu e outros.. de Zoeira em Zoeira vamos ganhando quilometragem. Paramos para almoçar um lanche rápido e chegamos em La Reforma no meio da tarde. Como a rota é tranquila e muitas retas, dá pra imprimir uma velocidade de 100 km/h constantes.
No meio da tarde conseguimos adentrar o deserto. Estava ansioso por atravessar o deserto Patagônico. Parece besteira, mas tinha um desejo antigo de cruzar estas terras. São km e mais km de retas infinitas, com a paisagem monótona. Mas ao mesmo tempo é desafiadora, porque não há nada e tudo fica muito longe.As vezes dá pra ver algum animal (inhandu, guanacos..) e vimos uma ave muito grande que parecia um urubu anabolizado, dando um rasante e pegando algo com os pés. Falei para Wig ” Vc teve a sorte de ver um Condor ao vivo e a cores”. Pelo que sei, este passarinhão não dá as caras tão facilmente e nem baixa nos altiplanos se não tiver comida envolvida na parada.
Alias, foi a única ave que voa que vimos neste trecho. A aridez do lugar é incrível. Ainda assim é possível encontrar algumas propriedades pequenas e pessoas vivendo ali.
Quando chegamos na bifurcação tão alardeada pelo Dardo, vimos a placa mandando pegar Bariloche à esquerda.
Parecia que estava indo para o caminho errado. Mas no posto que paramos para abastecer alguns quilômetros antes, encontramos um nativo chamado Jorge que estava com sua Amarok com a suspensão rompida devido aos buracos da Ruta 152, a Ruta rota…Melhor andar um pouco mais e manter a suspensão inteira. Dali para frente seriam 400 km de deserto até Neuquén, com parada para abastecer em Vinte e cinco de Mayo, parada na barreira fitossanitária e depois seguir para Neuquem. Dormir em Piedra de Aguila como planejado pela manhã, estava cada vez mais longe.
7 de março de 2016 às 18:37 #69324Odair TeixeiraParticipanteEsta rota é espetacular, porém a reputação dela é de uma rota perigosa pela monotonia, o que gera sonolência já que é sempre a mesma paisagem. O cérebro adormece acreditando que o olho está sempre vendo a mesma coisa. Nas laterais há sinais que dizem: “Se você dormir e for para o acostamento, não faça manobras bruscas” e assim por diante. Eles deixam alguns carros destruídos e placas dizendo. “Este adormeceu e capotou, e que descanse em paz.” A boa notícia é que o caminho termina exatamente em um cruzamento com outra rodovia e tem um YPF comum e está ligado ao controle sanitário, mas depois de horas de nada e mais nada, aquilo parece a 5a Avenida em Nova York.
7 de março de 2016 às 23:09 #69555Odair TeixeiraParticipanteChegando nos km finais da Ruta del Dieserto (RP 20) me peguei imaginando o que fazem aquelas pobres famílias que vivem nas pequenas propriedades a beira da rota. Como vivem? Como se alimentam? Vi em um varal que haviam roupas infantis. Como estas crianças estudam?
Meu pensamento foi interrompido por um lagarto Patagonico cruzando a pista. Imediatamente o chamei de El Patagarto de El Chocon. De tão grande parecia um dragao de Komodo.
Bom, talvez lagartos assim facam parte da dieta dos nativos.A cada 10 km tem um ponto de SOS e num intervalo maior eles tem uma área para descanso arborizada, com uma “pileta”,parrilla mesa e bancos para descanso. Algo bem rústico. Mas interessante para quem está cansado.
8 de março de 2016 às 08:53 #69813Alexandre RabelloModeradorSensacional Odair, destaque pro humor ácido para com os tripulantes kkkk
Continuo de olho, show de bola!8 de março de 2016 às 10:33 #69833Newton NetoParticipanteOdair! Show o relato! Assinando e acompanhando!
8 de março de 2016 às 14:25 #70441EdintruderParticipanteFico imaginando a situação do cara da Amarok, quebrado no meio do nada não deve ser nada fácil…
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