Madeira no Trailer.
- Este tópico contém 31 respostas, 10 vozes e foi atualizado pela última vez 9 anos, 5 meses atrás por Paulo Rocha.
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18 de julho de 2015 às 11:35 #61494EdintruderParticipante
Pior mesmo. Eu queria saber sobre calEFETação e escrevi duas vezes calEFAção. Mas independente disso, esse tema sobre CALEFAÇÂO é muito pertinente e em breve chegaria nele. A calafetação então estou usando inicialmente uma massa rápida para fechar os cantos e unir as placas de madeira. Essa massa não endurece como uma massa plástica e não fica uma borracha. Ela é um meio termo, pois tem flexibilidade e um pouco de rigidez. Eu só espero que ela mantenha a aderência na madeira por muitos anos. No dia que infiltrar passarei para a cola de parabrisas que o Alex falou e eu nem tinha pensado nisso. Se ela adere numa superfície lisa como vidro e na tinta sem soltar, com certeza adere na tinta da estrutura e na madeira porosa. Sobre calefação conforma o Gustavo dissertou acertivamente, temos que pensar então sobre a massa térmica dentro do trailer. Aqui como no verão é muito quente e no inverno é muito frio, o isolamento térmico tem que ser bem eficiente. Num primeiro momento eu pretendo esquentar por dentro acendendo o forno. Uma pizza, um amendoim torrado, um bolo ou um frango assado é sempre bem proveitoso para aquecer o ambiente e o estômago. rsrsrs Sendo um espaço pequeno, ele aquecerá bem rápido. Assim que para o inverno, cortinas de tecido e tapete são muito bem vindos pelo aconchego, manutenção da temperatura e pela condensação de umidade do ar no tecido em vez das paredes. O tecido bota no sol e se lava, as paredes é mais complicado. Porém para o verão a coisa muda um pouco. Começando pela circulação do ar. Nesse caso, as claraboias do teto são mesmo necessárias? Eu inicialmente pretendo fazer somente no box por motivos óbvios.
18 de julho de 2015 às 16:13 #61498Paulo RochaParticipanteEdinho, na minha opinião (pessoal e intransferível…) clarabóias são indispensáveis, principalmente no verão. É só lembrar das aulas de ciências: ar quente sobe! Com a clarabóia aberta, o ar quente sai do trailer e um novo ar, mais fresco, entra. Ajuda MUITO a refrescar o ambiente. Já a calafetação, porque não usar o método utilizado nos barcos de pesca artesanais, que enfrentam um “meio ambiente” muito mais desafiador que os trailers? Neles é usado estopa embebida em betume, colocada em todos os rejuntes com uma espécie de formão. Dá uma olhada neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=kyUeJraMxfg
18 de julho de 2015 às 17:12 #61502GustavoNBloqueadoEd, como contei no meu relato, optei por não utilizar as clarabóias de início porque elas são um grande ponto de transferência de calor, quando a temperatura interna do trailer está mais agradável que a temperatura externa. Porém, se estiver muito quente o dia, eventualmente a temperatura interna do trailer vai subir acima da temperatura externa, e aí existem duas opções: fazer uma troca de ar com o ar externo, ou resfriar de alguma forma. Como o teto do trailer é muito baixo, simplesmente abrir a janela provavelmente não será suficiente para ficar agradável. Porém, o caso ainda assim não é totalmente branco no preto ao meu ver. Um ventilador também faz a troca de ar interno e externo, por exemplo, e o teu trailer é relativamente pequeno, então a clarabóia do banheiro vai ajudar no trailer com um todo. O que eu recomendaria é fazer algo semelhante ao que nós fizemos: prepara o teto para a instalação da clarabóia, com os devidos reforços, mas só não abre. Faz a experiência na prática, e vê se tu sentes falta. Abrir o buraco depois é barbada. Grande abraço, Gustavo
18 de julho de 2015 às 22:17 #61509Odair TeixeiraParticipanteGustavo Acho que já falei anteriormente em outros tópicos. Eu fazia verificações de eficiência térmica/energética em elementos finitos (EnergyPlus). Cheguei a trabalhar um pouco com o Wufi, mas este último só fazendo um curso na Alemanha. Ainda dou algumas consultorias na área. Por pura falta de tempo, nunca simulei um trailer em condições críticas (no inverno na região mais fria e no calor na região mais quente) para ver como fica. Certamente não dá pra melhorar muito, mas algumas sacadas ajudam bastante. As claraboias são uma delas. Eu não tiraria a claraboia do trailer. Em dias quentes, eu já subi no teto do trailer do lado de fora e é impressionante a quantidade de ar quente que sai por ali. É só abrir as janelas e o negocio funciona feito um venturi. Voltando o tema da inercia térmica, a madeira tem uma performance bem melhor neste aspecto, tanto pro frio quanto pro calor. Não adianta colocar PU/PIR como isolante, tendo a estrutura de aço em contato com as faces. O aço trabalha como ponte térmica e atrapalha o desempenho. Quanto ao quarto do teu guri, existem algumas soluções fáceis de fazer que podem melhorar muito o conforto do ambiente. Eu implementei e ajudei no desenvolvimento de algumas empresas na América do Sul com o sistema EIFS/ETICS. Dá uma olhada neste material que apresentei no Congresso de Compósitos ano passado aqui em SP. Este trabalho eu fiz para um cliente (que é mais meu amigo do que cliente). http://www.feiplar.com.br/materiais/palestras/SAMPE/apresentacao/Texiglass_Bmeister.pdf. Abraço Odair
19 de julho de 2015 às 04:22 #61519GustavoNBloqueadoBuenas Odair, Muito interessante o EnergyPlus, e embora eu devesse esperar isso pelo contexto, fiquei surpreso de ver que é licensiado como MPL da Mozilla. Que bom! Vou dar uma olhada mais a fundo assim que der um tempo. Obrigado pela dica. Também acredito totalmente em ti quando dizes que em dia quente a clarabóia tem um papel importante. Se eu tivesse que optar por colocar ou não colocar, só baseado na tua opinião e na tua experiência eu já teria colocado. Eu só me atrevo a experimentar porque eu tenho a opção de colocar com facilidade mais adiante se eu me arrepender, e eu quero brincar com outras opções de resfriamento do ambiente abaixo da temperatura externa, e nesse ponto a clarabóia acaba atrapalhando ao invés de ajudar. Mas por favor não entenda isso como desprezo da tua opinião. Sabes muito mais que eu na área e é um prazer aprender com tuas dicas. Quanto ao trabalho que fizesses, muito legal ver esse tipo de dados no papel. Gostei especialmente dos gráficos, bastante didáticos, com as variávei todas claras. Parabéns pelo trabalho. Duas perguntas a respeito: tu chegou a escrever algo que seja público como parte desse trabalho. Seria um prazer ler. E a outra, recomendas algum local no Brasil para aquisição desse tipo de material? Obrigado novamente. Gustavo
19 de julho de 2015 às 13:41 #59118Paulo RochaParticipanteOdair, também gostei muito do material. Técnica muito interessante. Pelo que compreendi (corrija-me se eu estiver errado), as placas de poliestireno são aplicadas externamente às paredes através de uma cola ou cimento, em seguida uma camada de fibra de vidro é aderida ao poliestireno e finalmente é aplicada uma camada de finalização (que no nosso caso acho que seria apenas um gel coat). Pergunto: qual o tipo de cola ou cimento mais adequado, uma vez que o poliestireno é atacado pela resina poliéster (na verdade pelo seu solvente – monômero de estireno)? Imagino que epóxy seja uma alternativa viável, mas é caro. Teria alguma outra alternativa?
19 de julho de 2015 às 16:03 #59123Odair TeixeiraParticipanteGustavo e Paulo Eu tenho alguns artigos e apresentações e traduções que fiz ao logo dos anos. Se quiserem, posso mandar o material por email. Com relação ao adesivo para o EPS em alvenaria, o ideal são argamassas colantes tipo ACIII das melhores marcas que modificadas com polímeros (Acetato de vinila/Etileno) Estas argamassas geralmente são as mais caras, mas a aderência, durabilidade e garantia são excelentes. Se quiserem, passo quem são os fabricantes confiáveis de onde podem obter o produto. A argamassa que adere a placa na parede é a mesma que será utilizada para basecoat . O acabamento posterior pode ser pintura, textura, cerâmica etc… fica muito bom. Se quiserem tenho algumas amostras que posso mandar pelo correio. Abraço Odair
19 de julho de 2015 às 23:37 #59104GustavoNBloqueadoOs artigos serão muito bem vindos, Odair, e se tiveres algum lugar online pra recomendar também. Estou te enviando meu email por MP.
20 de julho de 2015 às 02:07 #61527Paulo RochaParticipanteCaro Odair, também te mandei MP com meu email. Deixe-me abusar um pouco mais da tua boa vontade: o meu projeto é usar um caminhão baú como base e estou imaginando usar esta técnica para fazer o isolamento termo acústico do habitáculo. Assim, as placas de poliestireno serão coladas sobre a parede externa (alumínio) e posteriormente laminadas com uma camada de fibra de vidro. Qual a tua sugestão de adesivo para esta colagem (poliestireno – alumínio)? E qual a densidade mais apropriada para as placas de poliestireno a serem usadas?
20 de julho de 2015 às 18:11 #61538Odair TeixeiraParticipantePaulo A sua ideia é fazer do baú uma casa (RV tipo classe C)? É isto? Bom, o melhor adesivo utilizado hoje na indústria de painéis isotérmicos é a cola PU bicomponente base água. Todos os fabricantes de painéis isotérmicos usam esta tecnologia. Porém, só conheço fornecedores que disponibilizam em quantidade mínima de 200 kg. Teria que achar algum distribuidor que venda em qtidades menores. Como revestimento externo, vc poderia comprar placas prontas de fibra de vidro tipo as da Vetroresina de Botucatu. http://www.vetroresina.com.br/vetroresina/index.php. É só desenhar e recortar. Tempos atrás eu dei uns toques pro Bode Engates em Tiete para ele aumentar a produtividade dos reboques dele e ele substituiu as placas de alumínio rebitadas pelas placas de fibra de vidro coladas com fita VHB da 3M (fita dupla face automotiva). Passei o contato do Julio da Vetroresina e do fornecedor de fitas VHB. Muito mais rápido, sem emendas, não deixam aquelas linhas de tensão na chapa como os rebites, além de aumentarem muito a produtividade. Pra vc ter idéia, é só o que a indústria de ônibus usa hj em dia. Com relação ao EPS, escolha sempre a densidade mais alta possível. Não economize. Se puderes, use de 25kg/m³ pra cima. Qto mais denso, maior o fator de isolamento. A vantagem do EPS é que vc pede pro fornecedor cortar na espessura que vc quiser. Vc pode colocar placas de XPS também. São mais densas e isolam um pouco mais. Existem outros materiais como espuma de PU (Pur/pir), mas estes destinam-se a processos industrializados. Para algo feito a mão, só se vc conhecer bem a tecnologia. Vc pode comprar ainda as placas de espuma de pvc da Divinycell, que são um pouco mais pesadas (100kg/m³) e proporcionam maior rigidez. Com relação ao isolamento acústico, cabe um comentário: Ruído você consegue atenuar com um absorvedor acústico. Isolar acusticamente, só com material de grande massa (concreto, aço, etc..). A energia sonora é absorvida por corpos com grande massa. O EPS (isopor) e outras espumas plásticas rígidas de célula fechada não atuam como isolante acústico. Existe este mito que isopor é isolante acústico. Isopor (que foi marca da Basf e hj é marca da Knauf) usado como elemento de enchimento em lajes, ajuda a reduzir a propagação do ruído em sólidos pq vc tem concreto -eps- concreto e fica como um amortecedor no meio. Mas só isso. EPS em si, tem performance baixa como isolante. Se quiseres, compartilho testes que fiz em laboratório (IPT inclusive). Somente as espumas de células abertas conseguem uma performance razoável como absorvedoras de ruído. Mas geralmente são espumas mais “moles” ou menos densas como espuma de PU tipo Sonex, a espuma da Basf Basotect, etc… estes materiais possuem características de absorvedores acústicos por possuírem células abertas. Diferente das espumas plásticas, só as lãs minerais é que conseguem atenuar bem o ruído. De todas citadas acima, eu gosto do EPS pela relação custo x benefício. Prefira os materiais com maior densidade e SEMPRE EXIJA material com retardante a chamas (Classe F). Não custa mais caro por isto e pode fazer uma diferença enorme em caso de princípio de incêndio. Espumas plásticas sem retardantes a chamas queimam muito rápido e produzem fumaça tóxica, que mata mais rápido do que o fogo. Qqr dúvida, entre em contato Abraço Odair
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