Motor Home KG-Safari Abriga Documentário Histórco Internacional da Copa 2014
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Emprestada por brasileiro, o motor home mais popular do Brasil – Karmann Ghia  – Safari – Abrigou documentários sobre a Copa 2014 em nosso país percorrendo quase 10 mil quilômetros.

Confira abaixo a reportagem, na íntegra, da Gazetaonline do grupo Globo:

Veículo de serviu para o documentarista francês Daniel Cohn-Bendit filmar o “Sur La Route Avec Socrates”, ou “Na Estrada com Sócrates”

Quando adquiriu em 2007 sua Kombi Safari, de ano 1985, para o hobby de acampar, o aposentado capixaba, Carlos Magno Gama Pimentel, de 58 anos, não imaginava que o veículo se tornaria uma das estrelas do documentário francês “Sur La Route Avec Socrates”, ou no português, “Na Estrada com Sócrates”, que foi filmado durante a Copa do Mundo no Brasil, ano passado.

Percorrendo 8.260 quilômetros por cerca de 20 cidades e durante 45 dias, a Safari de Carlos Magno virou uma espécie de estúdio itinerante do filme, idealizado pelo ex-jogador Sócrates, falecido em 2011, e pelo parlamentar europeu e ex-revolucionário francês, Daniel Cohn-Bendit ou “Dani, le Rouge” (“Dani, o vermelho). A ideia era mostrar o que estava no entorno do “território” Fifa, os impactos sociais e políticos da Copa no país.

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O político era amigo de Sócrates desde os tempos da “Democracia Corintiana” e ganhou este apelido por ter liderado na França uma grande rebelião de estudantes, conhecida como Maio de 1968, que resultou em uma greve geral que parou o seu país.

Para Carlos Magno, que só liberou o veículo com a condição de ir junto, foi uma das maiores experiências de sua vida.

“Eles queriam alugar o carro. Ninguém no país quis alugar. Eu disse que só alugaria com uma condição: se eu fosse junto. E eles aceitaram”, conta.

“Foi muito enriquecedor. Eu nunca tinha pensado em participar de um negócio desse. Foi uma experiência sensacional, criei um ciclo de amizade com todos até hoje. Nunca tinha feito uma viagem tão grande com a Safari. No máximo tinha ido a Ouro Preto, Cabo Frio e em campings aqui no Estado”, afirma.

Entre os entrevistados que passaram pelo “veículo estúdio” estavam: os ex-jogadores Afonsinho (ex-Botafogo), Wladimir (ex-Corinthians), Raí (ex-São Paulo), o comentarista Juca Kfuri, o músico Gilberto Gil, a Ministra de Esporte da França Valérie Fourneyron, o ex-deputado federal Fernando Gabeira, políticos, líderes comunitários, Sem Terras e até uma dupla de futevôlei feminina.

“Foram todos muito simpáticos. De uma cidade para outra eu dirigia a Safari, nas gravações era o Dani que ia dirigindo e entrevistando. Nas folgas conversei com Gilberto Gil, o Afonsinho que era muito simples, amabilíssimo. Raí estava muito apressado, mas foi muito atencioso, estava no carro e voltou para tirar foto comigo. Mas todos foram muito atenciosos. Com o Gilberto Gil, que o papo foi mais longo, ficamos o dia todo com ele, e baiano quando se dá conversa eles conversam uns três dias sem parar”, brincou o aposentado.

Kombi volta cheia de histórias

Numa viagem por mais de um mês pelo Brasil, não poderiam faltar histórias inusitadas em uma equipe composta por quase 10 pessoas, divididas na Safari Kombi de Carlos Magno e no veículo Motorhome de apoio, do amigo capixaba, Gilberto Quadros.

Daniel Cohn-Bendit, seu filho que era diretor do documentário, mais um produtor brasileiro iam durante as viagens junto com Carlos na Safari. Os demais, um cinegrafista italiano e outros produtores brasileiros iam na Motorhome durante os trajetos.

Carlos Magno, recorda o susto que fez o ativista passar, fazendo Dani recordar em partes as duras lutas no “Maio de 1968”.

“Começamos a jornada no Rio de Janeiro. E quando estávamos saindo de lá para São Paulo, havia muita subida, muita descida e muita curva. Tive que usar muito o freio. Numa descida, em uma curva violenta faltou o freio. Mas consegui jogar o carro em um barranco para ele parar e parou. Foi só um susto e graças a Deus não aconteceu nada”, lembra.

Outro episódio marcante foi quando os integrantes da comitiva tiveram que dormir em uma aldeia indígena. Eles estavam a procura de um índio de 11 anos, que havia aparecido na abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, com uma faixa contendo os dizeres: ‘Demarcação de terras já’.

“Saímos de São Paulo, onde teve a abertura da Copa em direção a Ribeirão Preto. Mas o Dani viu que um indiozinho na abertura levantou a faixa e ele resolveu ir atrás dele. Fizemos um desvio para ir na aldeia dos índios, na cidade de Embu-Guaçu, no sul de São Paulo, mas o GPS errou tanto que gastamos quase o dia inteiro para chegar lá”, contou.

“Tivemos que dormir na aldeia, pois chegamos muito tarde e tinham muitas outras aldeias, não deu para achar o indiozinho. O Daniel e o restante do pessoal da equipe dormiram em redes junto a cachorros e galinhas. Eu dormi na Safari. No outro dia encontramos o menino e fizemos a entrevista dentro do carro. Apareceram também televisões do mundo todo por lá”, contou.

Serviço

Percorreram: 8.260 km por Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Salvador, Ilhéus, São Mateus, entre outras cidades menores.

Duração: 45 dias. 1º de Junho até 15 de julho até de 2014.

Nome do filme: Sur La Route Avec Socrates (Na estrada com Sócrates).

Idealizado pelo ativista francês Daniel Cohn-Bendit e o ex-jogador Sócrates, em 2007, quando o Brasil foi sorteado como sede do Mundial.

Lançamento: Em março Suíça, França e Alemanha. No Brasil a previsão é nos festivais de cinema do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Entrevistados: Ex-jogadores Afonsinho (ex-Botafogo), Wladimir (ex-Corinthians), Raí (ex-São Paulo), o comentarista Juca Kfuri, o músico Gilberto Gil, a Ministra de Esporte da França Valérie Fourneyron, o ex-deputado federal Fernando Gabeira, políticos, líderes comunitários, Sem Terras e dupla brasileira de futevôlei feminino Lana e Patricinha, oito vezes campeãs mundiais.

Outras histórias

Passagem pela cidade do Sócrates

“Fomos a Ribeirão Preto que era a cidade do Sócrates, porque o Daniel era amigo dele e queria percorrer os lugares onde Sócrates passou parte da vida dele. Um desses lugares era um bar famoso de lá onde o Sócrates ia muito”, disse o Capixaba.

Susto em favela do Rio

“O carro foi pintado com o tema do documentário na Chácara do Céu, no Rio de Janeiro. Eu deixava de manhã e pegava ela de tarde, por que não tinha muita segurança em deixá-la lá. Numa dessa atrasei e o carro teve que ficar para finalizar a pintura, desci com um carro preto de uma filha minha que mora no Rio, e policias da UPP pararam em frente a ele e um sacou uma arma apontando por carro. Sorte que um dos guardas me reconheceu por já ter me visto pintando o carro em outro dia”, disse Carlos Magno.

Rio Branco adesivado na Safari

Fato que me agradou muito, porque sou rio-branquense doente e estou em todos os jogos, foi quando o Afonsinho foi ser entrevistado, ele passou em frente a Safari e viu o adesivo do Rio Branco e disse: ‘Oh, o Rio Branco’, e citou que tinha um grande amigo em Vitória, chamado Dirman, que nós Capa-pretas conhecemos muito bem, grande lateral que deveria ter ido para seleção brasileira. Afonsinho era um Sócrates do Botafogo, politizado. Final da carreira jogou no Santos com Pelé e no Fluminense.

“O projeto foi planejado durante quatro anos, fizeram uma agenda com os entrevistados com data, hora, e não atrasou nenhum. Impressionante a pontualidade, chegamos a tempo em todos, não atrasou nenhum. A ida aos índios foi um fato inusitado, não tava no programa, mas não atrasou entrevista nenhuma. Agendado, data, hora direitinho eles tinham a preocupação de estar naquela cidade naquele horário e naquele dia e tudo isso aconteceu de fato. Andamos 8.200 km e esse carro não deu problema nenhum. Só troquei óleo de freio, não furou um pneu para ter ideia”.

Carro estúdio

Os entrevistados foram todos eles conduzidos na frente da Safari. Daniel Cohn-Bendit dirigindo e o entrevistado no lado do carona. Todos eles ficaram encantados com a ideia, olhavam o carro, perguntavam onde tínhamos achado ele. O Gilberto Gil ficou muito encantado com o negócio, fez uma homenagem muito bonita ao Sócrates, Raí extremamente educado, foi entrevistado em francês por ter jogado lá por muito tempo. Vladimir uma figuraça contou caso de bastidores do futebol, histórias de vestiários, todos eles muito politizados”.

Impressão dos integrantes da equipe do documentário

“Eles vieram com a expectativa muito grande de haverem dificuldades de realização da Copa. Esperavam que ia ocorrer muitos protestos, mas na verdade vimos praticamente nenhum, só viram um lá em São Paulo, que correram atrás. Eles queriam saber o motivo pelo qual , mas não teve o que eles achariam que ia ter de acordo com as notícias daqui que repercutiam na Europa. Percepção que tiveram é de que o futebol contaminou e a maioria das pessoas curtiram a Copa”.

Fonte: GAZETAESPORTES.COM


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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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