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cervo KG-Safari

texto de: Marcos Machado – Rio de Janeiro/RJ acrobata@gmail.com


Parte 1
Como não estou muito satisfeito com os pneus “8 lonas” da minha Safari (acho que eles a deixam muito alta e são estreitos) e sabendo que este termo é relativo a pneus diagonais e não tem relação com os radiais, fui pesquisar sobre o peso do veículo e sua relação com pneus.

PBT da Safari
A ficha técnica da Safari (https://www.macamp.com.br/safari_z002.htm) indica medidas de peso relativas à Kombi Furgão, sobre a qual a Safari foi montada. Porém, com o peso adicionado pela transformação, faz mais sentido considerar as medidas de peso da Kombi Pick-up.
Isso não é loucura se considerarmos que o manual do modelo (disponível em nossa seção de arquivos, parte 6de6) indica que as duas versões têm a mesma capacidade de lotação (passageiros + carga) de 1075 Kg.

Também, se lembramos da recomendação para usar pneus 8 lonas, justamente os utilizados pela Kombi Pick-up. A versão Furgão usava os mesmos pneus da versão para passageiros, de 6 lonas ou índice “C”. Ocorre que a Karmann-Ghia, por uma questão de custo, não trocava esses pneus e por isso precisava manter o mesmo PBT da Kombi Furgão usada como matriz.

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Portanto, as medidas que julgo válido considerar para a Safari, usando os pneus apropriados, são:

DIMENSÕES

Tara: 1.820 kg
Lotação: 450kg (furgão: 335)

Peso Bruto Total: 2.270 kg (furgão: 2.155)
PBT eixo dianteiro: 990 kg (furgão: 980)
PBT eixo traseiro: 1390 kg (furgão: 1210)

Glossário:
Tara: peso do veículo
Lotação: carga total admissível
Peso Bruto Total: soma da tara com a lotação.

São mais 115 kg de carga que podem ser levados, nada desprezível. E isso pode explicar porque com os pneus originais, ou com radiais baseados neles, algumas Safaris apresentaram problemas de pneu explodindo.

O índice de carga não se refere ao peso do veículo parado, nem tampouco com todos os passageiros e bagagem, mas sim com toda a carga transportada e em ordem de marcha, quando, além dos esforços normais do movimento, a estrutura de um pneu pode precisar suportar um “peso” que é quase 50% do peso total do veículo. Isso ocorre em caso de um impacto, por ex., contra um buraco no asfalto. No caso de índice de carga abaixo do especificado, é muito fácil o aparecimento de bolhas e cortes por falhas na carcaça devido à sobrecarga.

PNEUS

Índice de carga
Depois de determinar o PBT do carro por eixo podemos descobrir o índice de carga que os pneus devem atender.

Primeiro, recomendo a leitura deste site, que ensina como identificar pneus: http://www.pneusfacil.com.br/informacao_tecnica_pneus.php.

Segundo, é preciso alertar que não é correto dividir a Tara ou o PBT do carro por quatro para calcular o indíce de carga. É preciso considerar o “PBT por eixo”  dividido por dois. Portanto, no caso da Safari:
Dianteiro: 990/2 = 485 kg
Traseiro: 1.390/2 = 695 kg

Consultando a tabela de índice de carga, vemos que para a Safari seria preciso usar pneus com, no mínimo:
Dianteiro: indice 83 (487 kg)
traseiro: indice 96 (710 Kg)

É importante considerarmos o PBT por eixo porque são muito poucos os veículos com distribuição de peso perfeita (50% para cada eixo). No caso da Safari, se consideramos apenas o PBT teriamos 2.270/4 o que indicaria  565,75 kg por pneu. Aí compraríamos pneus com índice de carga 89 (560 kg), que seriam suficientes para o eixo dianteiro mas não para o eixo traseiro, o que facilitaria acidentes.

Índice de velocidade
Descoberto o índice de carga mínimo, resta a questão do índice de  velocidade. O segundo está relacionado ao primeiro porque um pneu é feito para suportar uma determinada carga até determinada velocidade. Isso quer dizer que acima desta velocidade, já não há garantias de que o pneu vá aguentar a mesma carga. Isso pode ser percebido no caso de um impacto contra o solo, quando ele pode fazer bolha ou explodir.

Se considerarmos que a velocidade de cruzeiro na Safari fica entre 80 e 90 km/h e que a velocidade máxima da Kombi atual indicada pela VW na ficha técnica (http://www.volkswagen.com/br/pt/carros/kombi/technical_data.html) é de 130 km/h, o que raramente é alcançado, podemos considerar qualquer índice acima desta velocidade. Isso nos índicaria o índice M, de 130 km/h, mas se imaginarmos que, descendo a ladeira com carga máxima, ele pode ser ultrapassado, é recomedável ter alguma margem. Portanto, é prudente considerar pelo menos o índice N, de 140 km/h.

REGRA DE SEGURANÇA
Se você deseja fazer modificações, deve levar em conta os índices acima como mínimos. Mas, se não fica à vontade com isso, deve seguir a regra de segurança, que recomenda NUNCA substituir o pneu por outro com índices de carga e velocidade menor que o do pneu original, somente por um igual ou maior.

Mas qual é o pneu original da Kombi Pick-up? O manual indica o 7,35-14-D, o que indica um pneu diagonal com 7,35 pol ou 186,69 mm de largura, para aro 14 e que foi trançado com 8 lonas (significado da letra D) para suportar muito peso.

A medida de pneu radial que mais se aproxima do diagonal 7,35-14 é a 185/80 R14 (geralmente, e erroneamente, chamado apenas de 185 R14) que, de fato, passou a ser adotada em toda a linha Kombi atual. A VW fez isso provavelmente porque a tara em relação à Kombi furgão aumentou de 1.080 kg para 1.250 kg, e a lotação diminuiu dos 1.075 kg para 1.000 kg.

Por essa lógica, considerando que os pneus 185/80 R14 disponíveis no mercado têm no mínimo o índice de carga 100, que indica suportar 800 kg, devemos considerar este índice como mínimo. Ou seja, pneus com índice 100 ou superior (101, 102, 103, etc) podem ser utilizados.

No caso do índice de velocidade, os pneus 185/80 R14 disponíveis trazem como menor índice de velocidade o “N”, que indica 140 Km/h. Ou seja, pneus com índice N ou superior ( P, Q, R, S,  etc – não existe o O) podem ser utilizados.

CONCLUSÃO da parte 1
Com critério, e de posse dessas informações, é possível estudar a adoção de medidas diferentes para aro, largura e altura dos pneus da Safari. Mas sempre obedecendo os índices mínimos para carga por eixo e de velocidade e lembrando que os quatro pneus podem ter largura diferente mas precisam ter a mesma altura (veja os critérios no site: http://www.pneusfacil.com.br/informacao_tecnica_pneus.php). Neste texto considerei apenas a questão da carga e da velocidade, mas há outros aspectos a serem observados.

A utilidade dessas informações se dá porque em veículos de motorização traseira a adoção de pneus de larguras diferentes por eixo  é recomendável. Usar pneus mais estreitos no eixo dianteiro trazem melhor dirigibilidade, enquanto usar pneus mais largos no eixo traseiro contribuem para a estabilidade e são necessários para suportar a maior carga. Isso não traz problemas para o rodízio de pneus, apenas que ele vai ser feito no mesmo eixo e não mais em diagonal. Já o estepe deve ter a mema medida dos pneus mais estreitos. No caso de um furo em pneu traseiro, ele pode ser utilizado neste eixo em velocidade baixa até o borracheiro mais próximo. Já um estepe mais largo no eixo dianteiro vai causar stress sobre os componentes da direção.

No caso da Safari, mantendo as rodas originais, uma mudança, considerada conservadora, seria manter dois pneus originais, de medida 185/80 R14, na frente mas adotar a dupla 205/70 R14 atrás – uma mesma roda permite pneus até 20 mm mais largos que o original, mas nunca mais estreitos. Uma regra fácil diz que, sem mudar o aro, deve ser reduzir o perfil em 10% a cada 20 mm, para não mudar o diâmetro roda/pneu, uma exigência legal. Abaixo, temos o cálculo deste diâmetro com o pneu mais largo. Mais à frente neste texto (seção “Roda aro 15”), pode-se entender como ele foi feito.

205/70/R14  – 355,6 + 2(143,5) = 642,6 mm

Mas se você não se sente à vontade com modificações ou se atrapalha com a conferência e com os cálculos necessários para fazer mudanças, aferre-se às medidas da regra de segurança: mantenha as rodas originais de aro 14 e use pneus de medida 185/80 R14  e índice de carga e velocidade 100N. Trocando em miudos:
Compre quatro pneus iguais com uma destas medidas:
185/80 R14 100N
185/80 R14 100P
185/80 R14 102N
185/80 R14 102P
(lembrando que alguns lojistas usam apenas o termo 185 R14 para designar tudo isso)

PARTE 2
Rodas Aro 15
Considerando que a medida 205/70/R14 é difícil de encontrar, a solução para obter mais estabilidade pode ser trocar as rodas originais por rodas de aro 15. Isso irá obrigar a adoção de um pneu de perfil mais baixo e o carro ficará mais duro e menos confortável, ganhando, em compensação, um pouco em estabilidade. Nenhuma diferença de consumo deverá ser percebida. Porém, em alguns casos, haverá redução no perfil, o que demanda maior atenção na condução do veículo.

Uma mudança de aro obriga a uma mudança no perfil do pneu, para que o diâmetro do conjunto roda/pneu não seja ultrapassado como determina a lei. Uma regra simples é para cada polegada aumentada no aro (14 para 15), aumentar 10mm a largura do pneu (185 para 195) e subtrair 10% do perfil (80 para 70). Teremos assim que o novo pneu a ser utilizado na Safari é o 195/70/R15. Mas será que esse conjunto roda/pneu tem o mesmo diâmetro que o original 185/80R14? E será que mantém a altura de flanco (perfil)?

Na verdade, ter exatamente a mesma medida, como manda a lei, é quase impossível. Mas podemos considerar variações de 2% ou 3% para mais ou para menos como seguras. No caso dos utilitários, como a Safari, o recomendável é não ultrapassar os 2%.

A fórmula para calcular o diâmetro do conjunto roda/pneu é somar o aro mais o dobro do perfil do pneu, tudo em milímetros.
Um rápida consulta a internet e descobrimos
14 pol = 355,6 mm
15 pol = 381 mm

Os perfis são informados em porcentagem da largura do pneu, que é informada em mm
185/80 = 148 mm
195/70 = 136,5 mm* (veja considerações na conclusão)

Com isso, vamos primeiro descobrir o diâmetro roda/pneu do pneu original e quais suas variações em 2%
185/80/R14 – 355,6+ 2(148) = 651,6 mm
– 2% = 638,568 mm
+ 2% = 664,632 mm
(+ 3% = 671,148 mm)

Agora vamos descobrir o diâmetro roda/pneu da nova medida
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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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