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O campismo “nômade”, como apelidamos, possui toda a essência da prática. A “bordo” de uma barraca você consegue chegar a lugares que nem mesmo veículos e animais podem te levar. Se abrigar e dormir mais perto da natureza sem perder o som dos pássaros e grilos.
Uma das principais lições para se tornar um CAMPISTA DE ALMA é mesmo entender que a prática significa um estilo de vida e não uma forma barata e rudimentar de se viajar.
Este conceito não é essencial apenas para o aspirante campista, mas de uma forma geral do brasileiro. Existe um preconceito enorme por parte de muitas pessoas que não conhecem o campismo a fundo.
Acampar não significa viajar barato. Até na maioria das vezes sim porque no camping o estabelecimento não necessita oferecer estrutura, roupas de cama, banho e demais insumos. A manutenção e limpeza dos banheiros coletivos se tornam mais econômicos propiciando um custo de diária mais barato. Porém esta não é uma regra. Há campings, principalmente em feriados e temporadas que custam mais do que pousadas simples. A escolha do turista pelo camping não se dá pelo amor por se viajar com sua própria “casa”, tendo seus próprios pertences como roupa de cama, toalha e travesseiro, além de poder fixar seu abrigo em locais que nenhuma casa ou pousada pode chegar.
Acampar é ter vizinhos prontos a lhe ajudar, sem muros e trancas onde cada um aprende a respeitar o espaço do outro. O quintal é a natureza e do abrigo pode-se sentir os pingos da chuva no teto como também ouvir o canto dos pássaros como se estivessem lá dentro. No camping você pode preparar sua própria comida ou ainda compartilhá-la com seus amigos. Pode combinar aventuras em turmas sem limite de número ou espaço. Na maioria das vezes não necessita de tanta antecedência no planejamento e sequer fazer reservas antecipadas.
Em termos sustentáveis, o campismo pode oferecer muito mais espaço com menos desmatamento e construção. Pode chegar a lugares que sequer se pode construir ou ainda preservar matéria prima e dinheiro em manutenções de grandes estruturas como as de hotéis. Em termos sociais, garante uma educação mais sadia para as crianças que aprendem a respeitar o espaço de outros sem a necessidade de barreiras físicas e o indivíduo possui maior contato com seu semelhante resultando em cooperação e cidadania. Em termos econômicos o camping torna-se um equipamento turístico de mais baixo custo de implantação, dando oportunidade do empreendedor testar melhor seus potenciais e investir gradativamente em seu negócio até mesmo quando criar unidades de hospedagem como chalés ou suítes.
A ideia da explanação acima é apenas para formalizar à sociedade de que o campismo é realmente uma paixão e não uma alternativa. É claro que também há procura por este quesito, mas é apenas uma consequência da busca pela economia, similar à qualquer área de atividade. Talvez melhor do que se discriminar o campismo feito por aquele indivíduo que busca preço mínimo para algum evento ou oportunidade seria pensar que tal acontecimento resultará na descoberta, experiência e chance do mesmo adentrar a um importante setor do turismo no qual o Brasil possui enorme potencial.
Marcos Pivari
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