Arquitetura para o Turismo >>
Campos do Jordão, a suíça brasileira, glamurosa e elitizada reflete em alta proporção um dos maiores problemas do país, sofrendo dos mais duros contrastes sociais. Apesar das 6.000 mansões de luxo, mais da metade da população é de baixa renda, vive em áreas invadidas e não conta com condições de saúde, educação e moradia. O ano de 2000 foi um dos mais severos para essa parte da população e às áreas críticas que sofreram com as fortes chuvas e deslizamentos de terra. Áreas como: Vila Santo Antônio, Bairro Britador, Andorinhas, Vila Albertina, Vila Paulista, Montecarlo, Vila Nadir e Sodipe foram as mais castigadas.
Situação precária dos bairros carentes Deslizamento no ano de 2000 na Vila Albertina
O problema social está presente constantemente na cidade e as medidas estão longe de resultarem positivamente. Em reportagem do mês de outubro de 2005 do programa “Tudo a ver” da rede Record de televisão, foi abordada a nova medida adotada pelo atual Prefeito de Campos do Jordão. O Sr. João Paulo Ismael quer proibir a construção de novos prédios por dez anos. A medida dá-se ao desejo da administração municipal de manter a estância intocada impedindo que novos moradores pobres cheguem para viver na cidade. “-Nós pretendemos continuar pequenos, charmosos, sendo únicos… só sendo mais caros, é verdade, mas você sempre vai ter certeza que irá ter um lugar no Brasil que dá para você vir passear tranqüilo, com muito charme, seguro.” Disse João Paulo.
O prefeito diz que o projeto visa a proteção do povo da cidade e o aumento dos empregos.
“- Eu preciso, antes que venham novos pobres,enriquecer os pobres que já estão aqui.”
Para a Professora Arquiteta e Urbanista Maria Lúcia Refinetti, a preocupação com a paisagem é importante, mas querer que a cidade só receba os ricos é um absurdo.
“-Acho que se for um lugar só de classe “AAA” fica um lugar mínimo, pois essa é uma parcela muito pequena da população brasileira, então acho que ela deve ser uma cidade que acolha uma gama bastante ampla da população.”
Não somente os problemas com moradia, saúde e educação, a cidade também apresenta contrastes devido ao preconceito na área do turismo, assunto que esse trabalho aborda.
Segundo Paulo Cezar Milone, É necessário que a atividade turística se transforme no instrumento maior para o desenvolvimento sustentado local, garantindo um aumento da qualidade de vida dos habitantes de cada região, refletida na oferta de novos empregos e na melhoria da renda das populações locais. “Assim, os 1680 municípios brasileiros com potencial turístico que participam desta grande missão têm que oferecer, antes de tudo, as melhores condições de saneamento, saúde, escolaridade, urbanismo e cidadania aos seus moradores.”