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A Polícia Ambiental de Santa Catarina resolveu buscar polêmica em Governador Celso Ramos. A poucos dias da virada, em plena temporada turística um RV Park na Praia de Palmas foi o alvo da vez. O argumento do órgão foi pelo fato dos motor homes despejarem seus esgotos fora da rede de saneamento. Além de desconhecerem o funcionamento do sistema de despejos de águas servidas e esgotos dos veículos de recreação, o órgão, juntamente com a SAMAE (Serviço Autônomo de Águas e Esgotos) também desconhecem o mais básico do assunto que deveriam não somente dominar, mas também administrar: O Bairro da Praia de Palmas não possui coleta e sistema de tratamento de esgoto integral. O que deveria ser uma obrigação legal do Estado em implantar um sistema de saneamento básico na cidade incluindo estações de tratamento de esgoto, acabou sendo o argumento para a expulsão dos turistas que ocupavam um terreno privado em pleno Réveillon.

O MOTOR HOME: O sistema de “esgoto” de um veículo de recreação (trailers e motor homes) funciona diferente de uma residência comum. Ao invés de um esgoto sanitário que junta tanto os dejetos oriundos do vaso sanitário quanto dos ralos de pias  e chuveiros, os RV’s possuem uma divisão: A “água servida” é uma caixa que junta apenas as águas de pias de banheiro e cozinha, além do box de banho. Outra caixa separada, reserva o esgoto que vem do vaso sanitário. Tratado com um produto químico, tem o funcionamento igual aos banheiros utilizados em eventos, onde se pode armazenar durante os dias de viagem até poder ser despejado em local adequado.

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Geralmente, quando não há coleta de esgoto no local de camping, a água servida pode ser despejada no solo permeável, onde rapidamente é absorvida, filtrando o sabão que a água leva. Já o esgoto do vaso sanitário, só poderá ser despejado longe do camping, já que se isto fosse feito no local de acampamento, nem mesmo os frequentadores aguentariam o cheiro. Porém o argumento dos órgãos “desavisados” defendem que tais “esgotos” não podem ser despejados ali e como consequência cortaram o fornecimento de água no último dia 27 de dezembro com a promessa de cortar também a luz elétrica caso os motor homes não saíssem do terreno. Parece que de maneira rápida os representantes aprenderam que sem água e luz, um motor home não pode permanecer muitos dias, mas se esqueceram do “pequeno detalhe” de se questionar aonde todos os imóveis daquele bairro despejam seus esgotos integrais.

CASAS DE VERANEIO E RESIDÊNCIAS: Diferente dos motor homes, um imóvel comum despeja na rede pública o esgoto tanto do vaso sanitário como também dos ralos de pias e chuveiros. Com a pequena diferença de que o consumo de água de uma casa é infinitamente maior do que a de um RV. A pergunta dos campistas acaba sendo uma só: “Para onde vai o esgoto das casas, condomínios e comércios da Praia de Palmas?”

A polêmica está instaurada. Alguns foram embora e outros frequentadores insistem em garantir seus direitos de permanecer no local pago. Talvez um fato positivo pode ser resultante de todo este dissabor. Será que em 2019 a Praia de Palmas ganhará a implantação de um sistema de coleta e tratamento de 100% do esgoto sanitário conforme garantem as leis vigentes? Desta forma, não somente o RV Park poderá ligar o seu sistema interno de coleta de água servida, como também os demais imóveis do bairro poderão despejar seus dejetos. Destino este que ainda permanece em dúvida para onde vão.

 

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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