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Camping de mínimo impacto

Acampar no Marumbi é muito agradável. Temos um camping equipado com banheiros. Porém, acampar tem um componente crítico: o respeito pelos lugares selvagens. De fato, esta deve ser a preocupação principal.

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Vamos encarar uma questão: o nosso conforto deve ser deixado em segundo plano para preservar o ambiente de montanha. As montanhas não foram feitas para nós, elas simplesmente estão lá e não é difícil fazer as coisas de modo que mostremos respeito aos lugares que nos trazem tanta felicidade.

Local de acampamento

Montanhistas escaladores não acampam sempre em lugares confortáveis. Eles podem passar direto por um pasto ou visual idílico em uma floresta para ir acampar em um platô com vento na montanha só pelo fato de que estarão mais próximos do cume. Quais outras razões podem existir para acampar em um lugar em particular? Porque ele é confortável? Muito belo? Sons do ambiente? Algumas vezes você pode ter tudo isto, mas em outras vezes você precisa dar uma mãozinha para preservar os locais selvagens.

Vamos dar uma olhada em acampamentos segundo o ponto de vista da conservação da natureza selvagem, para ver quais locais de acampamento são menos afetados, conservando as características do ambiente. Dos melhores para os piores, eles são os seguintes:

Neve: A neve derreterá e não mostrará sinal da sua ocupação.

Laje de pedra: A rocha sólida resiste a maior parte dos danos causados por um acampamento.

Areia, terra ou cascalho planos: Esta é a próxima melhor escolha.

Áreas abertas com plantas esparsas dentro da floresta: Esta opção é menos ideal do que as três primeiras. No Marumbi, as clareiras destinadas ao camping selvagem entram nesta categoria. É proibido acampar fora das clareiras já existentes.

Cobertura de plantas em campos de altitude, acima da linha de florestas: As plantas existentes em tais locais crescem muito lentamente. Algumas possuem apenas um par de meses para a floração, produção de sementes e uma adicional fração de poucos centímetros de crescimento. Elas podem levar anos para recobrir o prejuízo de um breve acampamento. Temos exemplos reais no cume do Boa Vista.

Perto da água: As plantas que vivem em torno dos rios e riachos na Serra do Mar são especialmente delicadas. A erosão das margens e a poluição das águas são problemas que vêm crescendo à medida que mais pessoas saem das cidades em direção à montanha. Não é permitido acampar a menos de 60 metros de distância da margem do rio e esta distância deve ser respeitada.

No Marumbi as áreas de acampamento são controladas. Mas no resto da Serra do Mar procure visualizar o impacto de um local de camping. Acampe longe da água, campos de altitude, trilhas e outros campistas. Procure por um local capaz de rápida recuperação, naturalmente despojado. Tente encontrar um ponto que tenha um certo escorrimento natural, assim você não precisará elevá-lo.

Não construa canais de drenagem! Eles aumentam a velocidade da água e aceleram o processo de erosão, inutilizando em pouco tempo àquela área de acampamento.

Não abra clareiras de acampamento! Use as já existentes.

Fogueiras

Os velhos dias românticos de cozinhar sobre um fogo aberto e conversas em volta de uma grande fogueira acabaram. O preço é muito elevado para as árvores velhas e escassas, especialmente em altitudes elevadas. E não importa aonde, as cicatrizes das fogueiras são uma mácula. Montanhistas responsáveis agora cozinham quase que exclusivamente, em leves fogareiros que carregam na mochila, um grande passo em direção ao camping de mínimo impacto e sem traços.

Algumas regras simples, no caso de você necessitar fazer fogo no acampamento. Mantenha-o pequeno, com um anel de fogo e somente onde for seguro e permitido. Fique ao seu lado até que o fogo esteja apagado e as cinzas frias. Para queimar madeira, use somente madeira morta e caída em torno da área de acampamento. Nunca corte uma árvore em pé ou um arbusto. Você deve considerar o uso de fogareiro mesmo onde são permitidas fogueiras, porque o fogo do fogareiro não danifica a paisagem e é mais seguro do que depender de encontrar madeira para fogo.

No Marumbi as fogueiras não são permitidas.

Lavagem de louças e roupas

Você pode manter as louças razoavelmente limpas sem o uso de sabão e sem que isso prejudique a sua saúde, mesmo após uma semana de viagem. Tome um pouco de cuidado e limpe as panelas com água quente após cada refeição. Encha as panelas d’água tão logo estejam vazias e limpe-as diretamente ou deixe-as de molho. Esteja certo de lavá-las longe das fontes de água, e se você usar sabão, use um produto comprovadamente biodegradável, mantendo-o longe das plantas.

Em viagens de final de semana é possível levar as panelas sujas para lavar em casa. Esponjas de limpeza não pesam nada e são muito úteis. Panelas revestidas de Teflon são fáceis de limpar, mas é óbvio que podem ser facilmente danificadas por metal ou limpadores abrasivos.

O uso de areia, mato ou grama para limpar panelas pode deixar restos de comida que atrairão moscas e roedores. Carregue as sobras com você e faça um melhor planejamento da próxima vez. Também é função do cozinheiro providenciar um galão de água, ajudando na conservação do terreno ao evitar que se faça muitas viagens até a fonte de água.

Se você precisar lavar roupas, esteja a pelo menos 60 metros da água. Não use sabão ou use somente sabão biodegradável em quantidades bem pequenas.

Banhos de rio são ótimos, mas não use xampu nem sabonete. Lembre-se que naquele rio delicioso vivem peixes e anfíbios, além de outros animais que bebem a sua água e tais produtos de higiene pessoal podem ser prejudiciais à flora e fauna locais. Se não somos capazes de deixar algum conforto urbano de lado, é melhor não irmos aos lugares selvagens.

Saneamento

Sacos plásticos podem ser indispensáveis. Podemos usá-los para embalar comida, fazer mini tendas de emergência, e algumas vezes para manter a água longe dos pés. Tenha um saco plástico reforçado à mão para carregar o lixo. A velha regra para embalagens de comida continua valendo: se você as trouxe para o campo cheias, pode carregá-las de volta vazias.

Montanhistas conscientes e responsáveis limpam cada pedacinho do seu lixo (até pequenos pedaços de alumínio que restaram na fogueira) e freqüentemente embalam também qualquer lixo encontrado no local de acampamento ou trilha, não importando quem os deixou. Nunca queime lixo ou livre-se dele nas latrinas.

A regra de ouro do camping: deixe o local limpo como o encontrou.

Locais de camping muito freqüentados deveriam possuir um buraco para o banheiro afastado de qualquer fonte de água. De qualquer maneira, ande pelo menos 60 metros de qualquer água aberta (mantendo o nível de água mais alto em torno de lagos), cave um buraco de 20 cm. de diâmetro com não mais de 20 cm. de profundidade. Cubra-o com terra solta e recoloque a vegetação e matéria orgânica no lugar, ou ainda, ponha uma pedra sobre o assunto! Embale os itens de higiene pessoal não degradáveis, tais como absorventes higiênicos e camisinhas, em sacos herméticos. Embale também o papel higiênico usado ou enterre junto dentro do buraco.

Animais e comida

Roedores e outros pequenos animais costumam furar sacos plásticos, mochilas e até mesmo barracas por comida. Um saco de comida enganchado em uma árvore ou suspenso em um poste ou vara precisa estar afastado o bastante do tronco da árvore e do solo para que os bichos não possam alcançar. Tenha cuidado com camundongos que podem descer pela corda que prende o saco.

Algumas outras coisas:

Mantenha a cozinha e o depósito de comida bem longe do local onde você dorme. Embale as comidas em recipientes com tampas ou sacos plásticos herméticos para ocultar o cheiro. Não estimule os animais selvagens alimentando-os.

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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