Casal roda 300 mil km de motor home pelo mundo
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Casal Overlander que já percorreu 300 mil km em 20 anos de estrada quer rodar o planeta com os filhos.

Notícia: O ESTADO DE SÃO PAULO
14/03/2006- CIDADES/METRÓPOLE | C5

Da Amazônia à China, sobre 4 rodas: Pequenas distâncias nem passam pela cabeça do casal Mica Costa Grande e Sofia Salgado. São dados a viagens longas, que chamam, de travessias. Sempre por terra e algum mar, às vezes. Ele tem 44 anos, ela 40, e em 20 anos de estrada calculam ter percorrido 300mil quilômetros. Começaram bem jovens, ainda estudantes de arte. O plano era ir à índia, mas chegaram à China. No momento a família (é, agora já são quatro, incluindo os dois filhos, Eloi, de 11, e Sáskia, de 9) dá a volta ao mundo, projeto iniciado em 2004 e que tem um nome: Rito de Passagem.

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O motor home em que viajam, um caminhão militar adaptado, tem sala, dois quartos, cozinha com geladeira, fogão, lavadora de pratos, microondas e até um forno para ter pães quentinhos no café da manhã. Banheiro completo, máquina de lavar roupas. O freezer fica embutido no sofá. Cada espaço é aproveitado, de modo que na casa não falta nada. Nestes dias as crianças estão dormindo na sala porque o quarto delas está uma bagunça. Até nisso a casa de Mica e Sofia é normal. “No fundo, nunca saímos de casa. A nossa tem rodas e anda”, diz ele. “Levamos a vida com risco e sabor.”

Sofia tinha só 18 anos quando foram para a índia e cruzaram a China, pelo Tibet, depois de 20 meses, numa Kombi. Ficaram 13 anos em Macau, uma ex-colônia portuguesa no sul da China. Ela se formou em jornalismo, trabalhou na TV, estudou mandarim em Pequim; ele virou fotógrafo e professor de arte. Macau foi a base de muitas viagens pela Ásia. Depois, Europa.

O projeto de volta ao mundo começou em 2000, já com os filhos a bordo. Eloi tinha 6 anos e Sáskia, 4. Na Alemanha resolveram trocar o jipe pelo caminhão e voltaram para reformá-lo em Portugal. No Natal de 2004 partiram para as Américas. “Percorremos toda aestrada que havia do ponto mais ao norte do Canadá, na região de Quebec, até a mais ao sul, em Ushuaia, na Terra do Fogo argentina. A viagem durou 365 dias até o Natal seguinte.”
Em São Paulo, chegaram há duas semanas, via Foz do Iguaçu. Agora planejam colocar as crianças na escola e ficar em Paraty preparando a próxima etapa, do Amazonas à Muralha da China passando pelo Alasca, Estreito de Bering e Sibéria. Querem fazer um novo motor home, mais sofisticado, “o melhor do planeta”, com apoio da indústria brasileira. E também a pós-produção de um documentário com o material que têm arquivado.
Sáskia é uma pessoa de bem com a vida, que vive repetindo como é feliz. “Ela não gosta da escola estática, gosta da dinâmica”, explica o pai. O irmão reclama de alguns lugares. E ambos, quando fazem amigos, não querem deixá-los. “Digo que a gente só fez os amigos porque chegou até lá e é preciso partir para encontrar outros”, conta Mica.
Cerca de 20% da viagem pagam com patrocínio; o restante sai do bolso. Gastam pouco, só com combustível e comida, que fazem em casa. Colecionam lembranças, histórias. No Canadá, pegaram 47 graus negativos. No Peru, atolaram o carro numa altitude de 4.600 metros. Dormiram duas noites no carro com duas rodas levantadas. De vez em quando, sentem vontade de parar. Mas depois de 6 meses já querem pegar a estrada de novo.

Rosa Bastos
Notícia: O ESTADO DE SÃO PAULO
14/03/2006- CIDADES/METRÓPOLE | C5


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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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