Crise do Petróleo
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CRISE DE COMBUSTÍVEL AMEAÇA CAMPISMO BRASILEIRO

Até que ponto a crise de combustível deflagrada após 1974 afetou ou ameaça o campismo brasileiro? Até aquele ano, essa atividade, voltada para o lazer e a natureza apresentava franco progresso, inclusive empolgando setores empresariais — comércio e indústria — e praticamente duplicando a cada ano, segundo as estatísticas do Camping Clube do Brasil, criado em 1966, o número de adeptos em seu quadro social.

Hoje, convivendo com a crise há quase cinco anos, o Camping Clube do Brasil, com mais da metade dos seus acampamentos — os mais distantes dos grandes centros — praticamente vazios, sobrevive à crise de combustíveis mercê de todo um planejamento voltado para as potencialidades que o grande patrimônio acumulado nesses 13 anos de existência – 2.457.743 m2 de áreas próprias, avaliadas em Cr$ 173.421.470,00 – lhe permite ainda.

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CONVENIÊNCIA

Desde o início da crise do petróleo, em 1974, restou ao Camping Clube do Brasil, que jamais obteve favores oficiais, adaptar-se para conviver com as. dificuldades surgidas, sendo o automóvel elemento quase que imprescindível à prática do campismo. Ficou, desde logo, patente a necessidade de ampliar consideravelmente a oferta de espaços para camping nas proximidades das grandes metrópoles – Rio e São Paulo — já que esses centros detêm mais de 80% do número de associados do CCB, diante da constatação, aliás óbvia, de que os campings mais distantes, tanto os do Sul

como os do Nordeste e Centro-Oeste, reduziram-se sensivelmente em termos de freqüência.

Essa nova realidade tornou onerosos mais da metade dos campings da rede, pois reduziu drasticamente a receita que vinha sendo obtida, nos tempos da gasolina barata, pelos acampamentos situados além dos limites do Rio de Janeiro e de São Paulo, já que, nos demais Estados, a freqüência é limitada ao menor número de campistas neles residentes. Como o Camping Clube do Brasil vive praticamente do produto de suas receitas de pernoite – já que não cobra taxa de manutenção dos seus associados — e também da venda de títulos do seu quadro social, a redução drástica apresentada no item pernoite trouxe severas dificuldades ao Clube.

Dos 49 campings da atual rede do CCB, apenas 17 deles, situados em áreas próximas do Rio e de São Paulo, têm ainda registrado freqüências de pernoites que podem ser consideradas satisfatórias. Os demais têm-se mostrado deficitários pois representam despesas inevitáveis com o pessoal — o CCB registra atualmente 740 empregados em todo o Brasil — manutenção, máquinas, material de consumo, energia elétrica, mobiliário, uniformes, entre muitos outros itens necessários ao funcionamento de toda a máquina campista instalada pelo país nesses 13 anos de existência.

O crescimento desse acervo significa naturalmente crescimento do custo fixo de manutenção e atendimento ao quadro social. Como as perspectivas de que os efeitos de crise de combustível venham a se reduzir são praticamente inviáveis, sendo, pelo contrário, sombrias, com anúncios de sucessivos aumentos nos preços de gasolina e medidas paralelas de restrição ao consumo da já reconhecida economia de guerra, ao que vem se somando, nos últimos anos, gradual redução do calendário de férias escolares, a crise certamente persistirá sem tréguas, restando ao campismo, para sobreviver, tentar adaptar-se ao máximo às circunstâncias que lhe vem sendo impostas.

MEDIDAS

Todo esse quadro nada animador vem sendo enfrentado pela Direção Nacional do Camping Clube do Brasil com algumas medidas de adaptação à época de crise, quais sejam:

Ampliação e melhoria das áreas já existentes e próximas às duas maiores metrópoles — Rio e São Paulo —, mediante obras já realizadas no Recreio dos Bandeirantes, Araruama, Cabo Frio, Campos do Jordão, Itanhaém, Ubatuba, Itatiaia, sendo que alguns desses cam-pings tiveram suas áreas duplicadas e até triplicadas, enquanto Iguape, no litoral paulista, já está em funcionar-.anto e
Araruama, no litoral fluminense, breve terá um camping cinco vezes e meia maior que o atual.

Substituição das áreas de convênio por campings próprios, o que consolida o patrimônio com maior segurança para os investimentos do Clube. Exemplos: Araruama, Parati, Clube dos 500, Foz do Iguaçu e Canela.

Promoção de eventos que atraem campistas fora das épocas de temporada, como as Festas de Queijos e Vinhos, Cerveja e3W, que estão se disseminando em outros Departamentos além do Rio onde surgiram originalmente.

Finalmente, medidas adaptáveis às restrições ao consumo de combustíveis, como a vencia antecipada de pernoites com desconto de 10% e, mais recentemente, o sistema de locação de módulos pelo período de três meses a um ano, que permitirá aos campistas manterem trailers, carretas e motor-homes nas diversas unidades da rede, sem necessidade de freqüentes deslocamentos, o que incentivará o aumento de pernoites nos diversos acampamentos da rede do CCB.

Fonte: Guia do Campista, 1980 – Publicação do CCB

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