Hoje vou mostrar a vocês como fazemos a Navegação em nossas viagens.
Como sou um amante das estradas de terra e do Of-Road, sempre que vamos para algum lugar, vejo se há a possibilidade de irmos por um caminho alternativo, evitando as rodovias cheias de radares, pedágios e malucos correndo com seus “super esportivos 1.4”.
A vantagem de irmos por estradas secundarias (terra), são inúmeras, aproveitamos o passeio, passamos em vários lugares bacanas, como cachoeiras escondidas no meio do mato, morros e montanhas com vistas incríveis, represas e muitas outras, sem contar as aventuras off-road não é!
Para isso, temos que ter no mínimo noção de espaço, localização e direção.
Usamos o programa Google Earth, incrível, fácil e diversificado, para esse tipo de trabalho. Li uma matéria sobre o Rally dos Sertões, que hoje em dia para fazer o levantamento do Rally é muito mais simples que a 10 anos atrás, pois 80% é feito pelo GE, 15% de helicóptero e 5% de carro. (Imaginem para fazer o levantamento do Rally Paris-Dakar que no começo dos anos 90, quando atravessava o Deserto do Saara, era feito de moto e carro)
Nosso primeiro passo é traçar uma linha reta, de casa até o destino. Estudamos o mapa, e vemos um caminho que não de tantas voltas, mas que possamos conhecer lugares novos e bonitos. Em média, por exemplo, da minha casa até o Camping Chapéu de Sol, em Itu, pela Rodovia Castelo Branco, rodaríamos 110 quilómetros (Pagando Pedágios). Pelo caminho secundário, rodamos cerca de 30 a 50 quilómetros a mais. Marcamos os “Waypoints”, que são os pontos interessantes para paradas, traçamos o caminho por esses pontos e analisamos as condições das estradas, se há possibilidade de irmos com um carro com tração 4×2 ou com Jipe 4×4
Depois de traçarmos a rota completa, com todos os Waypoints e abortos, caso algum lugar seja muito complicado de atravessar, começamos a passar todas as referencias para a Planilha de Navegação. Tenho um modelo de planilha, e as vezes eu faço no próprio PC e as vezes eu faço na mão mesmo. Particularmente eu prefiro a segunda opção, pois posso fazer o desenho do trecho como ele realmente é. As primeiras vezes que fiz, demorei uma eternidade para desenhar no PC toda a planilha. Pois alguns detalhes é muito mais fácil fazer na mão mesmo!
Um dos problemas do GE, pra quem não esta acostumado a usá-lo, são as imagens, que não são recentes, e a possibilidade de ter alguma diferença tanto no terreno, quanto em volta das vias são grandes. As vezes você vê uma área que esta desmatada, e quando vai passar lá, já esta totalmente coberta por árvores e plantações. (Fiz um levantamento o ano passado em uma trilha em Jarinu, quando percebi, estava no meio de um milharal!)
Dependendo do local, algumas imagens do GE são de 2008, então na hora de fazer seu caminho, tome muito cuidado! Por isso que falo que sempre tem que ter um pouco de noção de localização!
Enquanto vou fazendo os desenhos a mão, traço a rota no GE e ele já me dá a distancia de uma referencia a outra, é só colocar na Planilha, depois eu faço a soma entre a distancia parcial de um trecho e a quilometragem total do percurso! Faço as marcações importantes, como travessias de pontes, entradas de trilhas, bifurcações, inicio de Single Track, e Neutral para fotos!
Com todos esses dados marcados na planilha, e uma velocidade media em determinada situação, sabemos a hora exata que vamos estar em certo local!
Acabada, revisada e estudada, fazemos um “acabamento” na nossa Planilha, capa, roteiros com horários e encadernação. Isso para ficar mais “bonitinho” e organizado!
No dia do passeio que todo o trabalho é contemplado! Quando temos certeza que nossas horas no GE, com desenhos, calculadora, waypoints e etc, deram certo!!
Nas primeiras viagens eu seguia a planilha, pelo odometro parcial do carro, agora compramos um GPS para garantir que a rota esta certa! Engraçado que algumas trilhas não estão mapeadas, então o “carrinho” do GPS fica andando no meio do nada!
fonte: texto extraído de blog extinto