Polêmicas que mais atrapalham do que ajudam o Campismo
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Assim como abordamos na semana passada, questões garimpadas por campistas a fim de encontrar problemas para o campismo brasileiro vão se desenvolvendo como uma gripe desenfreada onde apenas sobram poeiras nebulosas despertando burocracias e impedimentos.

 

Assim foi com a polêmica portaria 870 onde só se observou o desespero dos que não atentam à realidade de uma designação apenas voltada a empresas sinalizadoras ignorando-se totalmente o fato real de não haver qualquer balança sinalizando a passagem de “veículos pesados” em suas placas. A exemplo de outros acontecimentos o campista brasileiro ainda não aprendeu que chamar atenção de um problema antes que ele aconteça pode ser o fator que provocará a consumação de tal ato.

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No caso das balanças, apenas uma regra de palavras ao vento designaria os tais “veículos pesados” nas balanças que mal possuem estrutura para dar conta de apenas caminhões e que talvez nunca sairia do papel caso não se criasse uma tempestade intempestiva. Isto mesmo, intempestiva: fora de seu tempo. Quantas leis jogadas ao vento no Brasil não “pegam”, mas mesmo assim a sociedade campista tão castigada pela burocracia não espera para ver de acontece… já sai logo fazendo barulho para provocar problemas.

O mesmo acontece novamente com as idéias sobre os estabelecimentos de campings no país. A copa do mundo e olimpíadas que até hoje estão servindo apenas para construção de estádios, onde foram esquecidas escolas, hospitais e estrutura para comportar tantos visitantes também serve de avaliações superficiais quando o tema é o Campismo. Não devemos nos esquecer que há alguns anos atrás foram inventadas regras, no mínimo estranhas, para o cadastramento e encaixe de campings junto ao ministério do turismo que nada melhoraram a situação dos estabelecimentos no Brasil. Com apenas 17 estabelecimentos cadastrados, já que o restante sequer considerado não se encaixaria no quesito “camping organizado” nada foi visto de melhora. Ao contrário disso, houve pioras, como no caso do Camping Tiradentes onde nossa equipe do MaCamp esteve em 2010. Em três dias acampados não pudemos ver ninguém da administração nos recebendo. Chegamos montamos acampamento e ainda tivemos que procurar, às escuras, tomadas, banheiro e ainda fazer com que o chuveiro funcionasse – apenas um. Eis que no dia de ir embora somos surpreendidos por uma diária extra, além das comuns por pessoa, de nossa barraca iglu de 2m X 2m. A explicação do proprietário do camping foi o “cadastro na EMBRATUR” onde uma cartilha indicava tal cobrança. – FATO: existindo ou não esta regra ou esta sendo ou não bem interpretada, campistas neste mês de junho de 2012 preferiram pernoitar com seus equipamentos em outro local, já que acharam absurda a cobrança de mais R$ 40,00 por dia, além da diária pessoal, somente por possuírem pequenos trailers. Sem qualquer pesquisa sobre o resultado destas idéias anos depois, novamente a comunidade campista recomeça a pregar tal cadastramento.

A realidade é que dificilmente quem pregou tais idéias ou a própria Embratur que as pôs em prática nunca tenha visitado tais campings ou pesquisado a fundo quais foram os reais resultados das mudança.

Assim vamos caminhando para um caravanismo que corre atrás de equipamentos cada vez mais preparados para “dormir na rua” enquanto campings fecham ou vão sendo engolidos pelos interesses imobiliários, estes não ilegais e sequer novidade.

Esperemos para assistir quais serão as próximas notícias…
 

Marcos Pivari
 


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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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