Por Aih

Este é o site do POR AIH… quando alguém está por aí não significa que esteja perdido, ao contrário, a pessoa está até mesmo bastante relaxada e provavelmente curtindo o lugar. Na verdade por aí é um lugar qualquer em que se está deliberadamente.

Eu procurei durante um bom tempo um nome para o blog e para este projeto até chegar ao Por Aih… queria algo que ao mesmo tempo traduzisse de cara uma idéia do que se trata, que pudesse ser usado num espaço público como a Internet, que ainda não estivesse sendo usado por outros, e que pudesse também abarcar uma conta de e-mail com o mesmo título. No fim da história o blog ficou como poraih e a conta de e-mail por.aih… um uma palavra inteira, e o outro com o pontinho no meio… não ficou perfeito, mas…

O projeto Por Aih é algo pessoal, um desejo que veio sendo construído ao longo dos anos e se aprimorando no tempo. Viajar sempre foi um desejo muito forte para mim, e como já contei noutra parte, antes tive barco e também um pequeno motorhome, só não tinha o tempo necessário para desfrutá-los. Agora tenho o tempo e estou construindo (já está pronto) o meio de levar uma vida nômade como sempre pensei.

Então o Por Aih trata de um sujeito que viaja e relata sua vivência num espaço público – a Internet, neste blog. A intensão é fazer entradas sistemáticas, um diário de bordo narrando os acontecimentos, os lugares, as gentes, as amizades, as dúvidas, os planos, e tudo o mais que julgarmos pertinentes e que tenha imprimido um significado para este autor.

Aqui também contamos no HISTÓRICO sobre como tudo começou e as transformações que vieram até a configuração que tem hoje. Já na aba O VEÍCULO E A CASA falamos de nossa casa andante, acrescentamos informações sobre a mecânica, dimensões, e completamos com uma planta baixa da casa montada no interior do carro. Em QUEM contamos um pouco da nossa trajetória pessoal.

Uma ênfase especial pensamos em dar para os lugares em que passamos o dia, por onde circulamos, e local de pernoite. Vale ressaltar que não pretendemos estar em campings organizados, ao contrário, buscamos viver de forma livre, econômica e com total autonomia. Isto significa não depender do fornecimento direto de energia, água ou esgoto. Para tanto, teremos de ser até bastangte ecológicos, isto é, consumir pouco para gerar um mínimo de resíduo. Gastando menos água potável vamos gerar menos esgoto, e assim por diante com todas as outras variáveis.

Acima de tudo queremos é compartilhar essa experiência. Fica o convite para nos acompanhar por aí, seja lá onde estivermos você e eu.

Oi, este é o blog do Milton. Aqui vamos escrever sobre o projeto POR AIH. Quando o rascunhei pela primeira vez ele previa uma viagem pelas três Américas, indo de Porto Alegre a Ushuaia na Terra do Fogo depois de ter percorrido o Uruguai e a costa leste Argentina. Do extremo sul da Patagônia subiria até Bariloche, cruzando os Andes e então fazendo o Chile, Peru e Equador onde o motorhome embarcaria num navio até o Canal do Panama, de lá continuando a subir até México, USA, Canadá chegando ao topo do Alasca. Ida e volta uns cem mil quilômetros, e algo como uns três anos na estrada.

Mas um sonho não é uma amarra. Ele se transforma com o tempo, vai se adequando aos interesses de seu dono. E comigo foi assim. Alguns anos depois dessa fase inicial percebi que meu desejo de subir ao Alaska não era tão importante assim. Mais que algo inédito hoje busco é desfrutar o trajeto, nada de bater records, de ser o primeiro a chegar no ponto tal, ou o único que foi lá… enfim, isso já não me seduz. Foi um dia. Agora quero sentir o modo de vida a bordo, as amizades que se faz no caminho, um lugar especial, uma companhia especial, paisagens pitorescas, um lugar histórico, ou de belezas marcantes. Gentes, povos, constumes. A possibilidade dos muitos cenários. Praia. Uma várzea de rio. Lagos. Campo. Serras e Montanhas. Neve ou clima tropical. O camping selvagem em meio a natureza rústica. E claro, como sou um cara urbano, também a selva de concreto. Cada lugar e ocasião tem seu charme e atrações.

O motorhome pode proporcionar coisas que normalmente não se tem morando de forma fixa. Em nossa casa de tijolos o cenário fica limitado pelos muros com nossos vizinhos. Nossa janela mostra a mesma paisagem dia após dia. Vemos as mesmas pessoas e passamos pelos mesmos lugares. E só de vez em quando viajamos para aqui e ali… só que na corrida, isto é, aproveitando um feriado ou um período de férias. E depois se volta para a velha rotina. Não que isso seja ruim, claro que não. Até porque a rotina é ótima porque nela sabemos exatamente o que vai acontecer e quando – o que traz muita segurança e conforto.

No motorhome essas coisas apenas são um pouco diferentes. Também tem rotina como fazer o jantar, lavar roupa, limpar a parte casa, cuidar da parte do veículo. Mas a experiência é muito mais rica porque há uma interação bem maior com os vários agentes. Num camping não estruturado com os confortos da cidade tudo fica mais acentuado sejam os barulhos da mata ou as cores da paisagem. Numa prainha de um recorte da geografia o contato com a areia, o mar e atmosfera pode ser mais intenso. E depois de um tempo se vivendo experiências mais profundas voltar para a cidade tem um novo sabor, um outro olhar, causando diferentes impresões em nossa mente, provavelmente porque passamos a perceber coisas que antes, pela repetição diária, não notávamos. É isso enriquece a experiência – fazer algo diferente nos leva a ver melhor, a notar coisas antes desapercebidas.