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>> Esqueça o agito estudantil de Ouro Preto. Nem espere o clima urbano de São João del-Rei. Tiradentes é outra história. Graças ao seu tamanho pequenino e à organização de moradores –incluindo aí gente que veio de fora, apaixonou-se e acabou ficando–, a cidade é a que melhor conseguiu preservar suas características originais entre as históricas mineiras.
Igreja matriz de Santo Antônio, em Tiradentes; cidade repleta de construções históricas se localiza no sul de Minas Gerais
Para completar o belo cenário, Tiradentes é cercada pela serra de São José, um chapadão repleto de trilhas que conta até com um calçadão de pedras do tempo dos escravos.

A cidade ainda é costurada por uma respeitável porção de mata.

Para conhecê-la, deixe de lado a preocupação de agendar visitas. Tire o pé do acelerador e relaxe. Guarde energia. Ela será necessária para o festival de sobe-e-desce pelas ladeiras, que formam o charmoso centro histórico. Pode parecer exagero, mas é um exercício prazeroso caminhar por aquelas ruelas de pedras irregulares, povoadas por casinhas singelas, sobrados coloridos, iluminados por lampiões, e igrejas barrocas em versão miniatura.

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Pausa para retomar o fôlego. Nada melhor do que descansar os cotovelos no parapeito dos janelões dos casarões coloniais do século 18 e espiar a outra vida que corre lá dentro. De fora, Tiradentes mais parece uma vilinha cenográfica. Tem apenas cerca de 7.000 habitantes. Foi lá que nasceu o próprio Tiradentes, apelido de Joaquim José da Silva Xavier (1746-92), antigo morador que se tornou mártir da Inconfidência Mineira, primeiro movimento pela independência de Portugal.

O ouro começou a pipocar no início do século 18. E, com ele, a cidade ganhou forma. Ela ficou esquecida durante um bom tempo, mas foi descoberta pelo turismo nos anos 80.

Come-se muito e bem nesse vilarejo mineiro. Não só nos inúmeros restaurantes que existem por lá. Durante as caminhadas, é comum o forasteiro dar uma parada para tomar um “cafezim” de coador com pão de queijo, enquanto proseia.

Existe um clima de simpatia latente no ar. Não vai demorar muito para você entrar nesse ritmo lento e saboroso. O condutor cumprimenta o visitante e estampa um sorriso tímido no rosto quando a charrete cruza a pontezinha sobre o rio das Mortes, na entrada do centro, próximo ao largo das Forras.

A vendedora de geléia engata uma conversa muito simpática, porém desconfiada, como todo bom mineiro. E tome um pedacinho de bolo, uma lasquinha de queijo… No boteco, a cachaça vem sempre acompanhada de um aperitivo ou de vários deles. E quem consegue parar no primeiro “torresmim”?

A tríade caminhar, papear e beliscar permeia praticamente todo o passeio. A culinária está tão em alta em Tiradentes que a cidade organiza todo ano um festival internacional gastronômico.

Consagrados chefs de toda parte vão lá botar a mão na massa. A seguir, um roteiro que não foge dessa regra. Também pudera. Se reunir em volta do fogão faz parte da cultura mineira, “uai”.

Para quem: gosta de história, arquitetura colonial e natureza, sem abrir mão de uma boa mesa (são cerca de 50 restaurantes)
Como chegar: de carro, da capital paulista, são 491 km, pela BR-381 (rodovia Fernão Dias) até Lavras e a BR-265, que conduz a Tiradentes. De Belo Horizonte, tome a BR-040 rumo ao Rio, entre à direita logo após Congonhas do Campo e siga pela BR-383

Quando ir: o ano inteiro; no inverno, o clima é mais romântico; em agosto, acontece o Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Tiradentes, um dos principais eventos da cidade

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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