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Se há um termo que se popularizou no caravanismo é o “Roda Quadrada”. Principalmente no final dos anos 1980, início dos 1990, o trailismo se acomodou nos campings que ofereciam boas estruturas e o regime de “mensalista”. Assim, enquanto o turismo crescia como um todo no país através da popularização das casas de veraneio e pequenas pousadas e pacotes de viagens, o campismo não soube se modernizar para crescer igualmente. Este foi o real motivo do declínio do campismo no final dos anos 1990. Em Ubatuba nesta última sexta-feira, o símbolo deste movimento foi estampado na retirada de um trailer de um terreno que, completamente construído, não mais permite espaço para a retirada do velho “roda quadrada”.

Foi lá no início dos anos 1990. O Camping Clube do Brasil passava por uma grande mudança em seu sistema de cobranças. Até aquele momento, além de comprar o título da associação, casa sócio precisava comprar um número mínimo de pernoites a cada semestre. Esta ação garantia o recolhimento necessário das verbas para manter toda a rede e sua administração. As chamadas “cartelas”, garantiam que os pernoites pudessem ser usados em qualquer camping da rede durante aqueles seis meses. Ocorre que em um certo momento, a associação simplesmente extinguiu as “cartelas”, passando a cobrar apenas “mensalidades” fixas que não dariam direito a aplicá-las nos acampamentos, devendo os sócios pagarem os pernoites que fariam uso. Esta e outras mudanças nos regimes internos, fizeram com que muitos sócios saíssem do CCB. Em Ubatuba, assim como em outras praças, alguns associados se juntaram para comprar terrenos vizinhos e montaram seus próprios “campings”. Ocorre que, sendo privados e divididos em muitas cotas, cada um acaba fazendo o que bem entende, transformando os locais em pequenos condomínios.

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Foi o que aconteceu com o terreno vizinho do CCB Ubatuba. Aos poucos os trailers foram sendo envolvidos em construções, onde muitos deles foram retirados já que não havia mais sentido. Nos fundos, em frente a praia do sapé, um trailer modelo Turiscar Imperial Residence (um dos maiores da extinta marca) ainda figurava como um sobrevivente do terreno. Agora, na intenção de retirá-lo do local, fez-se a única coisa que seria possível: Içá-lo por um guindaste para o lado de fora. Por sorte, o Camping Clube do Brasil (CCB) ainda está lá ao lado com áreas livres, onde o caminhão pôde estacionar e içar o trailer até aquele local que talvez possa ter sido um dia o lar daquele Turiscar.

Com fotos divulgadas nas redes sociais, podemos ver o trabalho cuidadoso, onde o trailer foi apoiado em duas hastes sob o chassi, penduradas por quatro cordas travadas na parte do teto, para que sua triangulação não prejudicasse o teto do trailer. É mais um trailer que poderá ganhar novamente as estradas do Brasil.

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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