Viagem Argentina e Chile
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O Blog “Feliz Motor Home” postou hoje a primeira parte de sua viagem até o Chile. Sonho deles e de muitos outros campistas, a interessante narração serve de preciosas informações aos aspirantes.

 

(por http://felizmotorhome.blogspot.com.br)

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Olás !!

Estamos na estrada novamente, e desta vez, uma viagem muito esperada, planejada e sonhada. Nesta, pretenderemos alcançar um destino lindo e difícil: o Chile, indo por Mendoza e cordilheira dos Andes, voltando por San Carlos de Bariloche (mais ao Sul).  É o que muitos consideram a “viagem da vida”, pela distância, dificuldades, belezas a serem exploradas e perigos que correremos.

Diferente das outras viagens, nesta sairemos com os companheiros: Leda e Neivo (Florianópolis) e Ilze e Egon (Curitiba). Para nós será uma experiência diferente, pois conviveremos muitos  dias com pessoas que possuem qualidades e realidades um pouco diferentes das nossas.

Mas vamos à parte boa: o início da viagem.

Para viajar ao Mercosul, são necessários alguns itens a mais do que estamos acostumados no Brasil: 2 triângulos, 2 extintores, cópias de documentos (para segurança), reserva financeira de garantia, deixar todas as pendências resolvidas no Brasil, e o seguro internacional “Carta Verde”.  Este nós fizemos novamente com a Retimex seguradora (Rua Uruguai, 640;  rua principal de acesso à ponte; Jaguarão-RS), por R$ 247,00 para o período de 60 dias.  Como já estávamos cadastrados na empresa, enviamos os dados via e-mail ao Sr. Marcelo, depositamos o valor e, em 3 dias recebemos via sedex o indispensável documento.

Saímos de Toledo e fizemos um pequeno desvio por Realeza para abastecermos no posto Stop, onde o valor é conveniente, o atendimento é bom, o pão de queijo saboroso e quentinho.

Marcamos o  encontro com os colegas em Dionísio Cerqueira, fronteira com Bernardo Irigoyen-AR. Um pouco antes das 13h chegamos, Leda e Neivo haviam chegado há pouco. Estacionamos os mhomes e fomos procurar um local para almoçar. Restaurante bem simples, comida caseira, barato, perto do acesso para a Aduana.

Enquanto esperávamos, conversamos, colocamos os adesivos da “Expedicción Sur 2012”.  Às 16h chegaram Ilze e Egon, e acertamos os últimos detalhes.  Estacionamos para pernoitar no posto Texaco (em frente à padaria Delicias do Trigo), sem fornecimento de energia e água. Conseguimos descansar e, no dia seguinte, as 7:30h, saímos de Dionísio Cerqueira para entrarmos na Argentina.

Segundo dia, realizamos os trâmites na Aduana Argentina, tudo tranquilo, depois uma breve parada no Mercado Porteño para comprinhas e seguimos viagem. Na primeira Gendarmeria nos pediram os documentos, olharam o primeiro mhome e nos deixaram seguir. Conseguimos chegar em Eldorado, onde há um posto YPF na rodovia, paramos e lanchamos. Quando encostamos no posto começou a chover. Abastecemos por PA$ 5,199 (R$2,23 / litro).

As rodovias tranquilas, planas, alguns policiais nos pararam mas apenas conferiram documentos e perguntavam onde íamos. Em Posadas procuramos por um camping na entrada da cidade, mas estava fechado. Fomos a um posto YPF que nos foi indicado, bastante agradável (sem energia e água): local tranquilo, fizemos uma gostosa macarronada “comunitária” e durante a noite caiu bastante a temperatura.

 

Terceiro dia, pela manhã um vento frio, mas já havia sol. Fomos a um hipermercado (Libertad), ao lado do terminal de ônibus; muito grande, variado.  Almoçamos empanadas lá mesmo.

As 11:50h, seguimos com destino a Paso de Los Libres. Passamos por uma barreira fitossanitária (PA$ 9,00 = R$ 3,90), para esguichar um veneno nos carros e “melecar” os pára-brisas. Os pedágios são baratos, PA$ 5 a PA$7 (R$ 2,20 = R$3,00).

Em Paso de Los Libres (divisa com Uruguaiana-BR), abastecemos (PA$ 5,999 – R$ 2,33/litro; porque fez câmbio melhor) e estacionamos  num posto Esso (com Wi-Fi) à beira da rodovia.  Ilze fez um saboroso carreteiro, que combinamos com um vinho e saladinha. Pedimos informações a motoristas (brasileiros e argentinos) sobre as condições das estradas que queríamos passar e, agregando informações optamos por seguir pela Ruta 14 até Zarate, e não pela Ruta 127 até Paraná-Santa Fé (pois tem um trecho em péssimas condições).

 

Quarto dia, vimos um bando de periquitos grandes, próximos aos mhomes, chegavam a fazer revoadas, comuns por aqui.

Pela manhã seguimos tranquilos pela rodovia, cada vez mais plana e reta. Chegamos a um comércio chamado La Alemana, onde estacionamos para comprar algumas coisas e fotografar.

 

 

 

A variedade é grande mas os preços não são atrativos. Seguimos até um YPF alguns quilômetros adiante, que a senhora nos indicou, para lanchar.

À tardinha chegamos em Gualeguaychu, abastecemos e pedimos estacionamento no posto Petrobrás (diesel PA$ 5,899 – R$ 2,47/litro). Conseguimos água mas energia não. Estacionamos num gramado nos fundos do posto, e cada um fez sua comidinha.

Quinto dia; seguimos pela Ruta 14  chegamos a um belíssimo complexo de pontes  sobre o rio Paraná.  No final das pontes há pedágio, um pouco mais caro: PA$  17,00 (R$ 7,30).

 

   

Em Zárate foi complicado em função do trânsito, pois é importante entroncamento. Seguimos e paramos em um posto abandonado para almoçarmos (lanche). As 16h paramos em Junin para descansar um pouco, estava  muitísimo calor, e a rodovia plana dava um certo sono.

Já passava das 18h quando chegamos no posto Esso em Rufino, abastecemos (PA$ 6,15 – R$ 2,58/litro) e a gerente do posto informou que não era tranquilo para passarmos a noite ali. Indicou o Parque e Camping Municipal (gratuito), onde estacionamos com energia e bem seguros. Mas os enxames de pernilongos quase nos carregavam quando saímos dos mhomes. Combinamos de ficar mais um dia no parque para descansarmos e lavar umas roupas (sexto dia).

Fomos acordados duas vezes durante a noite com sirenes do tipo “anti-aérea”, pensamos num “ataque surpresa”, mas soubemos que pertence aos bombeiros voluntários, que acionam-na chamar os voluntários que estão em suas casas.

No sétimo dia, fomos com os mhomes no supermercado (La Anonima) e, na volta, limpeza da casa, lavação de roupas, gostoso churrasco preparado pelos meninos.  Durante o dia o parque fica movimentado com estudantes que tem aulas de educação fisica, à tardinha muitas pessoas vem fazer caminhadas ou jogar futebol.

 

Oitavo dia: seguimos viagem, novamente trechos longos sem qualquer ponto de parada (posto, restaurante, nada).  Mas a paisagem é bonita: lagoas, marrecos, pássaros de várias espécies.  Paramos no YPF de Villa Mercedes para abastecer e almoçar, filas para abastecer pois havia acabado o diesel nos outros postos, mas conseguimos por PA$ 5,549 (R$ 2,33/litro).

 

A tarde o calor foi muito forte, umidade do ar baixa, e não conseguiamos local para parar e descansar ao menos por uns minutos. Já eram quase 19h quando chegamos no YPF de La Dormida, com filas novamente para abastecer (PA$ 4,289 – R$ 1,81/litro).  Abastecemos e procuramos um “cantinho” nos fundos do posto para passarmos a noite.

 

No dia seguinte (nono dia) vimos um nascer de sol belíssimo. Começamos a ver a pré-cordilheira, mesmo estando a uns 300km dela. A paisagem já mudou: plantações de uva, pêssegos, ameixas, maçãs, entre outros.

 

Sendo domingo, conseguimos entrar com facilidade em Mendoza, circulamos pelo parque San Martin e procuramos pelo camping Pilmaiken (no canto superior do parque). Recentemente mudou de dono e talvez altere o nome, mas o espaço continua amplo, muita poeira (como toda esta região de semi-deserto, com rara chuva), muitas churrasqueiras que logo ficaram cheias de mendonzinos para fazer o “asado”.

Um pouco difícil de estacionar pois há muitos galhos, buracos, o terreno é inclinado, alguns lugares não tem água, outros não tem luz.  Mas vários mhomes foram chegando, incluindo um casal de franceses e mais 3 brasileiros.

Juntamos as sobrinhas  fizemos um ótimo almoço: carreteiro com panquecas e saladas. Depois uma descansada, lavamos algumas peças de roupa (que precisaram secar dentro dos mhomes por causa da poeira e fumaça), e os “meninos” lavaram os mhomes.  Tivemos muita ajuda de um senhor bastante humilde, que trabalha no camping, Sr. Haimeta.

 

Décimo dia, segunda feira, fomos passear na cidade, mas foi um pouco complicado, pois era feriado (Malvinas): os ônibus circulavam com horários reduzidos, os lojas e mercados fechados, apenas alguns restaurantes e empresas de turismo abertos. Mas caminhamos um pouco pelas praças e depois almoçamos um delicioso bife de chorizo (mignon), com cerveja Quilmes, no restaurante Andes (na Peatonal Sarmiento).

 

 

Conseguimos ainda acesso a internet, uma padaria com os últimos 2 pães, e procuramos o local para pegar o ônibus e voltar para os mhomes,  que nos deixou perto dos portões do zoológico (uns 2km) e daí fomos a pé, perdendo as calorias do almoço…

No final da tarde, recebemos a visita da família de Jose Bosdari (Fernanda e filhos); conversamos sobre possível ramo de parentesco, origens da família dele e, semelhante à nossa, as famílias se formaram pequenas (1 ou 2 filhos homens), e o seu sobrenome teria alternado as sílabas. Mas ele vai conversar com seu pai e alguns parentes para tentarmos descobrir mais detalhes.

Décimo primeiro dia, lavei mais umas camisetas, almoçamos uns restinhos (porque não podemos ter nada perecivel para entrar no Chile), e aguardamos a van, contratada para um passeio, que chegou as 14:15h.

Visitamos duas Vinícolas (Vistandes e Don Arturo), e depois uma Olivícola (Pasrai).  Paisagens lindas, vinhos bons e um pouco caros, e as azeitonas e azeites bons, mas não podemos comprar (corremos o risco de perder na Aduana).

 

 

  

Dia seguinte (décimo segundo), na saída do camping, visitamos o Cerro da Glória, com uma vista belíssima da cidade e da cordilheira. Neste cerro está descrita a história da “libertação” da Argentina e Chile, em placas e figuras de bronze, tudo muito imponente.

 

 

 

Depois voltamos para a entrada do Parque San Martin para tirar mais umas fotos. No caminho vimos novamente os canais que tem a função de regar todas as árvores da cidade. Saliente-se que todos os vegetais de Mendoza (arbustos e árvores) não são nativos, pois a região era desértica e o abastecimento de água a água é canalizado desde os Andes.  

  

Após as 10:30h seguimos viagem começando a subir a cordilheira, imagens indescritíveis, por vezes parece que estamos em outro mundo: montanhas altas, tudo muito seco, vento forte; as cores das pedras e terras diferentes, tudo muito lindo.

 

Ao longe, nos picos mais altos se pode ver algum branco (de neve ou gelo).

 

 

 

 

Paramos no cemitério do andinista, um local de reflexão, com lembranças dos que se perderam ou não voltaram do Aconcágua; incluindo alguns brasileiros.  Mais uns quilômetros e chegamos à Puente del Inca, o local escolhido para nossa parada e pernoite.  Muito frio e vento forte.

Puente del Inca está a 2.700m altitude, é um arco de rocha que  cruza o rio Las Cuevas, impressiona pela cor acobreada das rochas. Havia antigamente um hotel, que foi tomado por uma avalanche (informações sintetizadas, obtidas no guia Copec).

 

 

Mesmo conseguindo um local abrigado do vento, o mhome sacudiu por toda a noite, e o barulho por vezes assustava.

Mas no dia seguinte (décimo terceiro), um céu azul e sol nos recepcionaram.  Fizemos uma parada para admirar a gradiosidade do Aconcágua (7000m), mas da rodovia apenas se ve seu pico congelado.

 

Seria um bom dia para descermos os “caracoles”. Infelizmente, devido ao feriado de páscoa, muitos motoristas tiveram o mesmo pensamento, e ficamos 04 horas desde a entrada na fila (alguns km) até chegar à aduana, fazer a saída da Argentina e a entrada no Chile.

 

 

Embora tenhamos nos preparado há alguns dias, mantendo a geladeira vazia (e a despensa quase), o fiscal da Aduana entrou em cada mhome, analisou as fichas que havíamos preenchido,  e depois colocou o cachorro (um Labrador educadíssimo) para procurar algum alimento escondido. No nosso mhome apenas retiraram o milho de pipoca, que havíamos esquecido de eliminar.

Fizemos um lanche com biscoitos e refrigerante (era só o que restava), e depois começamos a descida. Realmente os “Caracoles” valem a pena, são 29 curvas, em 2 pontos tem-se uma visão privilegiada de quase todas as curvas.  Queremos voltar com neve nas montanhas, deve ser ainda mais lindo…

 

 

No fim da tarde, chegamos a Los Andes, estacionamos em frente à um shopping (com supermercado, restaurantes, internet), e  abastecemos a geladeira! Compramos muitos vinhos e ficamos alegremente surpresos em saber que estão muito baratos (comparados aos preços brasileiros).

 

Décimo quarto dia, fomos para Viña del Mar e Valparaíso, tentar encontrar um camping ou local para estacionar. Informaram que não há campings habilitados para mhomes, procuramos um estacionamento, e ficamos bem ao lado do Oceano Pacífico. Colocamos os pés na água geladíssima, depois tiramos as cadeiras e sentamos para ver o movimento. Até chegar a hora esperada: o pôr-do-sol no mar; belíssimo.

 

 

 

Dia seguinte (décimo quinto), ainda estacionados,  nosso primeiro visual: o Pacífico pela janela da cozinha!

Seguimos tentando passear em Viña, mas o trânsito estava intenso, ruas estreitas, retornos difíceis, estacionar nem em pensamento. Conseguimos a ajuda de Carabineros para nos guiar até a saída para Santiago. Alguns km à frente conseguimos um posto para estacionar e almoçar.

 

Seguimos viagem e pernoitamos em um posto Copec, para entrarmos em Santiago no outro dia pela manhã (domingo: menos trânsito). Enquanto eu fazia uma sopa, o cheirinho chamou mais um convidado…

Até aqui foram 15 dias de viagem, apenas 5 deles conseguimos conexão de luz, mas com a placa solar, a geladeira Danfoss e as lâmpadas 12V, tudo está funcionando muito bem.  Os reservatórios de água potável e servida também foram sempre suficientes.

Continuamos na próxima postagem. Abraços e Até Breve !!

 

fonte: http://felizmotorhome.blogspot.com.br/2012/04/viagem-argentina-e-chile-parte-1.html

 


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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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