Pelas Serras e Cidades Históricas de Minas Gerais -Out/Nov 2015
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18 de novembro de 2015 às 07:23 #64843Marcos PivariMestre
Ahhh. Mata a gente de curiosidade……. Lindas fotos de ouro preto…. …. Sempre sofri com o forró daquele camping, mas jamais ouvi o presídio. Que coisa !
18 de novembro de 2015 às 12:44 #64848Alexandre RabelloModeradorA etapa dispensa elogios, Ouro é sempre bem vindo e suas fotos exaltam tal qualidade…ficamos bem impactados em nossa passagem e devo dizer que também não ouvimos bulhufas do presídio, apenas uma noite que o forró fez sussurro, ainda assim peguei rapidamente no sono (era mais agito de postegar o banheiro da madruga). Curioso com o desfecho Roger…
19 de novembro de 2015 às 20:33 #64875Roger FormigaParticipanteDe Ouro Preto a Belo Horizonte Saímos já escuro, em direção a BH com a intenção de ficar em Sabará. Era sábado 3 de outubro. Rodamos aproximadamente uns 40 km quando TÁ-TÁ-TÁ-TÁ-TÁ-TÁ um barulhão saindo do motor do X-12. No primeiro lugar com um pouco de iluminação parei, era na frente de um bar que estava fechado mas tinha luz acesa na rua. Fui verificar e o que eu temia tinha acontecido: o motor tinha cuspido fora uma das velas. Para quem não sabe, o Gurgel X-12 utiliza a mecânica do Fusca. Motor, câmbio, suspensão, é tudo Fusca. O motor é um 1.600 cc . Quando voltamos para casa no primeiro trecho da viagem, devido a semana de chuva pela frente, aproveitei para fazer manutenção adicional no carro. Troquei o escapamento que tinha furado e resolvi por precaução colocar velas novas. Ao tirar uma das velas ela saiu com pedaço da rosca do cabeçote. A vela nova já não conseguia rosquear até dar aperto. Então apelei para um quebra galho, que é o tucho cônico. Para quem não sabe, esse tucho é uma espécie de porca com uma rosca interna onde se rosqueia a vela, e outra rosca externa que vai entrar no local da vela no cabeçote forçando a fixação. Depois disso fui falar com o meu mecânico e consultei os colegas do Gurgel Guerreiro sobre o risco de viajar nessas condições. Eu já havia feito isso no X-15 quando deu problema semelhante, rodei vários anos sem problemas até que precisei recondicionar o motor. A resposta do mecânico e dos colegas gurgelzeiros, é que risco sempre há, mas que normalmente se coloca o tucho, se der bom aperto, roda muito tempo. Assim saí para viagem com essa preocupação, mas se fosse parar o carro para arrumar isso teria abortado a viagem . Nos trechos que rodei em lugares ermos, sempre vinha essa preocupação, se der zica ferrou. Bem, então a Lei de Murphy se concretizou aí. Por precaução tinha colocado no kit de peças sobressalentes, mais um tucho cônico, 2mm mais longo. Esperei o motor esfriar um pouco, coloquei esse outro tucho, a vela, dei partida, acelerei e ok, funcionou sem problemas, mas, não daria para arriscar e continuar viagem assim. Se o motor cuspisse fora essa vela novamente, só guincho para rebocar. O trajeto a seguir até BH tinha uma boa subida de serra, então optamos por parar na primeira cidade, dormir em algum hotel e no dia seguinte avaliar o que fazer. A primeira cidade era Itabirito. Ficamos no hotel Pousada de Minas. [attachment=7728] No domingo pela manhã levantamos as alternativas: – Abortar a viagem, pegar a Fernão Dias e voltar para casa, andando na maciota, torcendo para não dar mais problema. Fator contra: alto risco de ter que voltar guinchado. – Ficar em Itabirito até segunda, procurar uma oficina e fazer o serviço no motor e conforme o custo, avaliar se continua ou volta. Fator contra: cidade industrial, sem nenhum atrativo para ficar vários dias. – Ir para BH que é uma cidade maior, com vários atrativos de lazer e cultura. Fazer a manutenção e avaliar se continua ou volta. Fator contra: 70 km de deslocamento, tendo que subir uma serra. Bem, optamos pela terceira. Checkout no hotel, e andando bem na manha sem forçar o motor, fomos para BH. Subi a serra em segundinha, quase na marcha lenta. Deu tudo certo. Chegamos em BH fomos procurar hospedagem. A preferência era por um hostel para ter acesso a cozinha. Achamos um e gostamos, nos hospedamos lá. Foi o All Bags Hostel (http://allbagshostel.com.br) super recomendo. [attachment=7733] O resto do domingão foi para fazer almoço e janta e dar uma volta no bairro que é Santa Tereza, um bairro bem tranquilo e gostoso. [attachment=7729] Na segunda (dia 5/outubro) fui procurar oficina. Pergunto aos vizinhos do hostel, pego algumas referências vou ver. Encontro a Mecânica Gastura, do Sr. Gastur. Típica oficina de bairro, conhece bem esse tipo de motor, tem várias kombis, promete o serviço para o dia seguinte até o fim da tarde. Ótimo, o carro fica lá. O resto do dia passamos trabalhando e no fim da tarde um passeio pelo bairro, onde fica o famoso Clube da Esquina (Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges). [attachment=7730] Terça dia 6, ficou para conhecer um pouco de BH. Há uns 30 anos tínhamos passado por lá a caminho da Serra do Cipó, mas na ocasião não saimos da rodoviária, então nada deu para conhecer. Fomos para o centro de metrô. Bem, chamam de metrô mas é um trem de subúrbio melhorado, lento, sempre cheio (fora de horário de pico) demora muito de um trem para outro e estações precárias. Alguns governantes enganam descaradamente a população. Não tem comparação com o metrô de S.Paulo, é descabido chamar de metrô. [attachment=7732] No centro, fomos conhecer o Mercado Central, preços muito caros. Queríamos comprar alguns cereais, mas sem chance, preços mais de 5 vezes maior do que pagamos na zona cerealista de S.Paulo. [attachment=7731] Fomos então para a Praça da Liberdade conhecer alguns museus. Gostamos bastante do Memorial Minas Gerais e conhecemos o Museu Mineiro. Andamos bastante pelo centro. O centrão lembra bastante Sampa, região do Brás. A sinalização com nomes das ruas é muito precária. Nos cruzamentos só tem placas em uma única esquina. Alguns cruzamentos não tem placa alguma. O padrão em Sampa é nomes das ruas nas quatro esquinas. Isso atrapalha bastante a locomoção de quem não conhece a cidade. No meio da tarde recebo ligação da oficina dizendo que o carro estava pronto. Vamos para lá, pagamos e dou uma volta, ok, perfeito. Agora, avaliar novamente o que fazer: depois do gasto extra com a manutenção no motor e mais três dias de hospedagem em BH, o tempo e o dinheiro ficaram curtos. Aí aplicamos a Lei de Jacque. Já que, chegamos até aqui e Diamantina está relativamente perto, vamos seguir até Diamantina. Deixamos de ficar uns dias na Serra do Cipó e vamos seguir adiante. Com essa intenção, nos preparamos para no dia seguinte, deixar BH.
19 de novembro de 2015 às 20:41 #64880Marcos PivariMestrePô. Fantástico. Além de ter um carro que tem peça e mão de obra em QQ lugar, ainda pôde conhecer a capital. Se fosse um carro moderno a viagem estaria perdida. Só admiração por suas viagens…….
19 de novembro de 2015 às 21:01 #64881Roger FormigaParticipanteSim Marcos, ter um carro universal desses tem suas vantagens, qualquer ferro velho tem peça.
19 de novembro de 2015 às 22:59 #64885Alexandre RabelloModeradorPra usar um termo ‘técnico’ – esses VW a ar são SODA (perdão moderação) – mas outro carro em 3 cilindros nem daria partida, viva o fusca e seus derivados Air Cooled… Marcão disse tudo, só admiração…e vou além, isso é CAMPISMO, isso é TURISMO, isso é UTILIDADE PÚBLICA!
23 de novembro de 2015 às 14:30 #64949Junior ABCParticipantecomo sempre, mais um belo trecho para ler, muitas aventuras, contratempos e muito pensamento positivo!!! Roger ?Formiga não desisti nunca! show de bola, adorei a teoria de Jacque! Abs
24 de novembro de 2015 às 15:06 #64982AnônimoInativoRoger boa tarde, lindo relato, sua sorte é que sua esposa te acompanha nas suas aventuras, a minha só quer saber de ficar nos hoteis e pousadas do SESC, diz que já esta velha para acampar (56 anos) kkkk, este mês tirei 20 dias de férias e do dia 4 ao dia 20 fiquei em sete hoteis do SESC entre: 4 em Minas, 1 no Rio e 2 no Espirito Santo. Já passei um perrengue desses com uma TL 1972 1600cc, e na época fiz o mesmo que vc coloquei um castelo (é como chamávamos esse tucho cônico aqui no Rio) mas o motor perdeu um pouco da força. Um grande abraço Roger. Grande Alexandrelrf, existe sim um carro de três cilindros, que não só daria a partida como andaria em dois cilindros e até em um cilindro´, o lendário DKV, ele funcionava com três cilindros independentes, ou seja: 3 bobinas, 3 platinados, 3 condensadores, quando um parava os outros continuavam funcionando, e tem mais, não tinha reservatório de óleo (carter), o motor era de 2 tempos e usava gasolina misturada com óleo, que lubrificava os mancais do motor. Foi por isso que a VW comprou a VEMAG e acabou com ela, para que não fizesse concorrência com os fuscas. Para alguns, o melhor carro ja fabricado no Brasil. Um grande abraço Ale.
24 de novembro de 2015 às 15:39 #64983Roger FormigaParticipanteQuarta-feira dia 7 de outubro. Saímos de Belo Horizonte, sentido Serra do Cipó. No planejamento inicial, iríamos passar uns dois dias no Cipó, mas com o problema no motor, alteramos os planos e apenas iríamos atravessar a Serra, e seguir para Diamantina. A Serra do Cipó é muito interessante. Já tínhamos estado lá há muito tempo atrás, mas ficamos apenas no Parque Nacional, sem efetivamente atravessar a serra. A subida da serra é bastante íngreme, sobe-se o paredão numa estrada cheia de curvas bem acentuadas. A vista é muito bonita, a cor das rochas avermelhadas deixa um contraste muito legal. Infelizmente não tinha acostamento nem onde parar, por isso não tirei fotos do trecho de subida da serra. No alto da serra, tem alguns trechos fora da estrada, onde está visível o caminho antigo, antes do asfalto, em pedra assentada. [attachment=7754] [attachment=7755] Como sempre nos deslocamentos longos, paramos para fazer almoço em um lugar muito bonito, na beira do Rio Santo Antônio, município de Conceição do Mato Dentro. [attachment=7756] [attachment=7757] Atravessamos Conceição e seguimos caminho em direção a Serro. [attachment=7758] Conceição do Mato Dentro é uma cidade pequena mas que conservou muito pouco de suas construções antigas. [attachment=7759] Essa cidade está sofrendo grandes alterações populacionais e ambientais devido a implantação de um grande projeto de mineração pela multinacional Anglo American. Se você pesquisar na web “Conceição do Mato Dentro Mineração” vai encontrar muita informação a respeito. [attachment=7760] A estrada de ligação entre Conceição e Serro está sendo asfaltada pela Anglo American, claro que não é para benefício dos moradores. Em razão dessas obras, perdemos muito tempo no pare e siga, em várias interrupções ao longo do caminho. Alguns trechos em asfalto outros em terra batida outros cascalhados. [attachment=7761] [attachment=7762] Com esse imprevisto de obras na estrada, planejamos parar em Serro para dormir, pois não seria possível chegar em Diamantina no mesmo dia. Quando chegamos em Serro já era noite. A nossa impressão ao entrar em Serro foi: uauuu!!! que legal !!! Uma cidade com o casario colonial bem preservado, ruas em pedra da pavimentação original, ladeiras lembrando Ouro Preto. A primeira impressão foi de amor a primeira vista. Paramos em uma praça, abri o netbook, conexão internet 2G da vivo – péssima, procuramos pousada para a noite. Localizamos uma com preço bom fomos para lá. No próximo post falo mais de Serro.
24 de novembro de 2015 às 16:05 #64984Alexandre RabelloModeradorFrancisco wrote:Roger boa tarde, lindo relato, sua sorte é que sua esposa te acompanha nas suas aventuras, a minha só quer saber de ficar nos hoteis e pousadas do SESC, diz que já esta velha para acampar (56 anos) kkkk, este mês tirei 20 dias de férias e do dia 4 ao dia 20 fiquei em sete hoteis do SESC entre: 4 em Minas, 1 no Rio e 2 no Espirito Santo. Já passei um perrengue desses com uma TL 1972 1600cc, e na época fiz o mesmo que vc coloquei um castelo (é como chamávamos esse tucho cônico aqui no Rio) mas o motor perdeu um pouco da força. Um grande abraço Roger. Grande Alexandrelrf, existe sim um carro de três cilindros, que não só daria a partida como andaria em dois cilindros e até em um cilindro´, o lendário DKV, ele funcionava com três cilindros independentes, ou seja: 3 bobinas, 3 platinados, 3 condensadores, quando um parava os outros continuavam funcionando, e tem mais, não tinha reservatório de óleo (carter), o motor era de 2 tempos e usava gasolina misturada com óleo, que lubrificava os mancais do motor. Foi por isso que a VW comprou a VEMAG e acabou com ela, para que não fizesse concorrência com os fuscas. Para alguns, o melhor carro ja fabricado no Brasil. Um grande abraço Ale.Opa Francisco, valeu a aula mestre, sem dúvidas sistema independente gera mais confiança…meu vô teve um desses DK e falava com saudosismo (particularmente desconhecia da mecânica)…ah propósito fui proprietário de fusca por anos e tive de improvisar bem o estilo ‘Macgyver’ com paliativos de estrada…nos carros de hoje só ligando pro seguro (que aborta o passeio, infelizmente)… Sobre acampar… Não desista do sonho, sei que projeta futuramente ter um trailer (ou está iniciando a construção?), enfim, torço de verdade pelo teu sucesso, no entanto não posso deixar de sugerir que tente (mesmo que as primeiras sejam frustrantes) de convidar a esposa a fazer uns acamps de barraca…dê preferência inicialmente aos campings mais estruturados (tipo clubes, resorts) e leve o básico do básico (nada de cozinha, apenas apetrechos pra dormir e umas cadeiras pra resenha na grama)…use o tempo livre pra almoçar em locais descontraídos (não precisa ser nada caro) e faça uns passeios turísticos…rápido ela se acostuma e deixa o trauma de lado…nos dias de hoje temos barracas e colchões muito confortáveis que não devem em nada a quarto de pousadas… De forma mui respeitosa, mas os amigos Luiz e Joana aqui do fórum entraram na casa dos 70 e vivem como dois jovens aventureiros….todo ano rasgando o Brasil cima a baixo em viagens acampando (creio que conheça a história do casal santista). É isso companheiro, vamos em frente, grande abraço!
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