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As crescentes dificuldades no mercado imobiliário em Lisboa levaram muitos a improvisar moradias nos arredores da cidade. Entre aqueles afetados pela disparada dos preços dos aluguéis, duas brasileiras, Andréia Machado e Márcia Araújo, encontraram uma solução surpreendente: morar em barracas nas proximidades da capital portuguesa. Ainda este ano, mostramos a luta dos que não têm moradia em Los Angeles (EUA), morando em Motor Homes e Trailers nas Ruas.

Com a escalada dos preços dos imóveis na cidade, Andréia e Márcia, que trabalham realizando serviços de limpeza de apartamentos e entregando marmitas, ganham pouco mais de um salário mínimo, equivalente a € 760 (cerca de R$ 3,9 mil na cotação atual). Diante das limitações financeiras, as duas decidiram viver de graça em barracas instaladas na Quinta dos Ingleses, uma área nobre da cidade, onde estão residindo há aproximadamente dois meses.

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A curiosa história delas as coloca como vizinhas de indivíduos de alta renda, cujos filhos frequentam a Julian’s School, considerada a escola privada mais cara de Portugal. O terreno da Quinta dos Ingleses, apesar de ser um importante espaço verde para a região, tem um projeto de urbanização que prevê a construção de 850 apartamentos e lojas. Esse projeto tem gerado polêmica há duas décadas, com a população local protestando contra a possível destruição de 52 hectares de área verde à beira-mar. No entanto, para Andréia, Márcia e outros brasileiros na mesma situação, a preocupação imediata é encontrar um lugar para viver diante dos altos custos dos aluguéis em Lisboa.

Elas relatam que recebem ajuda dos clientes portugueses, como acesso a lavanderia e banheiro nas casas dos clientes. Quando isso não é possível, recorrem aos banheiros públicos da praia. Para economizar, transformaram a casa de uma cliente em sua base de operações para entregar marmitas em obras e escritórios.

A determinação dessas duas brasileiras em enfrentar essa situação desafiadora é evidente. Andréia, que trabalhava como marceneira em São Paulo, veio para Portugal em busca de melhores oportunidades, mas teve dificuldades iniciais com um empresário desonesto. Já Márcia, originária de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, também enfrentou obstáculos em sua jornada. Ambas estão focadas em economizar dinheiro enquanto moram nas barracas e buscam alternativas viáveis para um futuro melhor.

A história delas também ilustra um fenômeno mais amplo, com muitos brasileiros enfrentando desafios semelhantes em Portugal, onde a busca por moradias acessíveis se tornou cada vez mais difícil em meio ao rápido crescimento dos preços imobiliários. Além de Andréia e Márcia, diversas outras pessoas estão acampando ou vivendo em trailers na tentativa de encontrar soluções criativas para a questão da habitação em Portugal. A jornada delas reflete a determinação em meio às adversidades e a busca pela estabilidade em um mercado imobiliário desafiador.

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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