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O vencedor do Oscar como “melhor filme” em 2021 está longe de ser aquela inspiração para quem sonha em viver ou viajar o Brasil a bordo de um motor home. Mas apesar de retratar momentos difíceis de quem perdeu tudo na crise americana, também mostra a alma de quem tem a liberdade como filosofia. Um misto de drama com pitadas de vivências isoladas não conta uma história com começo, meio e fim, mas sim de diversos momentos da vida da personagem  e outros nômades que tem como suas Vans o seu teto e seu “porto seguro”. O prêmio retratou o tipo de filme mais intimista que o mercado do cinema passa diante da pandemia tendo levado a estatueta mesmo com um orçamento muito abaixo do comum.

O longa com aspectos de documentário foi baseado no livro que contava os fatos reais dos nômades. Foi montado e dirigido pela mesma autora (Chloé Zhao) que, tirando a protagonista Frances McDormand (Fern) e o antagonista David Strathairn (Dave), trouxe os demais personagens reais e para trazer uma verdade mais absoluta ao filme.

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Fern é uma cidadã norte americana que perdeu não só o marido como o seu emprego depois que a empresa que trabalhou a vida inteira fechou diante da crise econômica de 2008. Ela passa a viver em sua VAN preparada e sempre em busca de seus empregos e atividades temporárias que trazem proventos suficientes para sua subsistência. Em suas vivências ela retrata suas dificuldades e momentos de solidão e também as realidades dos demais nômades e os momentos de convivência e colaboração. A opção pela vida andante passa por algumas provas durante a trama mostrando em diferentes recortes, as realidades da vida na estrada.

A personagem retrata tanto a “falta de opção” de quem não tem condições de possuir uma moradia fixa, como também quem busca a liberdade, a natureza e as amizades pelo caminho. Dependendo do momento ou da percepção de quem assiste, se poderá enxergar ambas as realidades na personagem Fern. A naturalidade das cenas coloca a atriz principal em paridade com os demais personagens mais “reais” do filme.

Mais do que uma inspiração para quem sonha em uma vida viajando, o filme pode retratar para nós reles mortais brasileiros, a grande segurança que significa possuir um trailer ou motor home diante de possíveis dificuldades. Diante de questões econômicas, conjugais ou até naturais um caravanista pode até ficar sem uma casa, mas jamais sem um teto ou um “lar”: Uma moradia digna e móvel que chegará a qualquer lugar em busca de uma nova vida ou mesmo da liberdade ou da natureza.

Em tempos de polarização política mundial que tanto nos “cansa”, Nomadland se exime de qualquer leitura ou contextualização em relação aos governos e realidades econômicas americanas. Isto nos traz a paz do mundo do entretenimento ampliando a ideia de liberdade até de pensamento.

Mais do que um cenário da falta de moradia ou opção, Nomadland retrata também um estilo de vida ligado ao desapego, minimalismo, liberdade e natureza. É um filme um tanto parado e cansativo, mas recheado de momentos que prendem a atenção e despertam sentimentos.

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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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