Lagoa dos Patos: Maravilha a ser Desbravada
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A lagoa dos Patos é a maior Laguna do Brasil e a segunda maior da América do Sul, perdendo apenas para o Lago Maracaibo na Venezuela. Palco de acontecimentos históricos e refúgio turístico, também abriga uma infinidade de ecossistemas e espécies intimamente ligadas ao clima e natureza da região.Totalmente inserida no Estado do Rio Grande do Sul, está logo abaixo da Capital Porto Alegre e se estende até a cidade de Rio Grande. São mais de 10 mil km² de área circundada por 265km de margens. Sua profundidade é pequena, tendo a cota máxima de 7 metros.
Teve uma importância histórica imensa por sua navegabilidade em águas calmas para a história do Rio Grande do Sul. Era através da Lagoa dos Patos que se vencia imensas distâncias em águas cercadas e com uma ligação de fácil acesso ao mar aberto – via canal do Rio Grande. O Charque podia ser escoado por navios com destino internacional e mesmo até o Nordeste Brasileiro, um dos principais mercados consumidores na época. A própria Revolução Farroupilha abrangeu seu entorno, principalmente tendo como meta a cidade de Rio Grande por sua principal porta de saída. Seu nome não tem origem definida. Pode estar ligado ao nome das tribos indígenas que habitavam originalmente a região, denominadas “Patos” ou mesmo devida à acidental inserção destes bichos na laguna por conta de um abrigo de embarcações espanholas no século XVI.
Lago Guaíba, vista para Porto Alegre. Foto: (Paula/Marcos Pivari – MaCamp)
Canal de ligação da Lagoa ao Mar, divide Rio Grande de São José do Norte. | Foto: (Paula/Marcos Pivari – MaCamp)
Costa de Pelotas-RS banhada pela Lagoa dos Patos. | Foto: (Paula/Marcos Pivari – MaCamp)

GEOGRAFIA

O nome “lagoa” não é correto geomorfologicamente, mas certamente a dos Patos nunca mais perderá o título. A real definição de Laguna se dá pela existência de um canal de ligação com o mar, onde as águas se misturam dependendo do regime de marés (que altera os níveis do mar) e de chuvas e estiagens (que alteram os níveis da “lagoa”). Um lago não teria esta ligação direta com o oceano. Por esta razão, a Lagoa dos Patos possui água salobra, podendo possuir diferentes dosagens dependendo da época do ano e da porção interna. Um outro exemplo de laguna tratada como lagoa é um cartão postal do Rio de Janeiro: A Lagoa Rodrigo de Freitas.

Navegação na Lagoa dos Patos. | Foto: (Paula/Marcos Pivari – MaCamp)

Outro grande elemento se dá pela ponta que banha Porto Alegre. O “braço” da Lagoa dos Patos bem ao norte é mais conhecido como “Lago Guaíba” ou mesmo “Rio Guaíba”. Um pequeno estreito bem próximo ao Parque de Itapuã separa este lago da Lagoa propriamente dita. Aí é que as definições realmente ficam enroladas, já que a uma lagoa é, por definição, menor que um lago. Para aumentar a polêmica, há quem defenda que o “Lago Guaíba” seja morfologicamente um Rio.

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Ponta norte da Lagoa dos Patos. | Foto: Google) Ponta Sul (foz), em Rio Grande. | Foto: Google)


TURISMO

São inúmeras as localidades turísticas que estão a beira deste complexo da Lagoa dos Patos. A começar pela própria Capital Porto Alegre que é banhada pelo Rio Jacuí e pela ponta norte do Lago Guaíba. A própria Guaíba, do lado oposto também tem íntima ligação com a Lagoa assim como a famosa Barra do Ribeiro. Outras cidades estão às margens da Lagoa, como Tapes, Camaquã, São Lourenço do Sul, Pelotas e Rio Grande do lado oeste. Já do lado leste, dividindo por estreita faixa de terra a Lagoa ao Oceano, estão as famosas São José do Norte, Tavares, Mostardas e Palmares do Sul, região que ainda abriga a Lagoa do Peixe, parque nacional que abrange tanto uma área continental, quanto marinha.

Veleiro nas águas calmas de São Lourenço do Sul-RS. | Foto: (Paula/Marcos Pivari – MaCamp)
São José do Norte-RS. | Foto: (Paula/Marcos Pivari – MaCamp)
Charqueadas na beira do Arroio Pelotas, ligação expressa à Lagoa dos Patos. | Foto: (Paula/Marcos Pivari – MaCamp)
Pôr do Sol na Região de Mostardas-RS. | Foto: (Paula/Marcos Pivari – MaCamp)

A Lagoa dos Patos, por si só já representa um objetivo turístico. Sua imensidão, inúmeros ecossistemas, destinos turísticos e grande potencial náutico fazem de seus arredores um destino difícil de ser completado em pouco tempo. Não é a toa que dificilmente um mapa do Brasil não traga os contornos da maior laguna do país. Há quem confunda até mesmo com os domínios da Lagoa Mirim, esta que divide o Brasil do Uruguai e que define a fina extensão de terra que abriga o Chuí. EM meio a um mundo de designações desencontradas, é certo também lembrar que o “arroio Chuí” não liga a Lagoa Mirim ao mar, mas sim faz uma ligação bastante “indireta” e sinuosa da terceira Lagoa grande e conhecida do extremo sul do país: A Lagoa das Mangueiras.

Foz do Arroio Chuí – Divisa de Brasil/Uruguai. Foto: (Paula/Marcos Pivari – MaCamp)




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Marcos Pivari
CEO e Editor do MaCamp | Campista de alma de nascimento e fomentador da prática e da filosofia. Arquiteto por formação e pesquisador do campismo brasileiro por paixão. Jornalista por função e registro, é fundador do Portal MaCamp Campismo e sonha em ajudar a desenvolver no país a prática de camping nômade e de caravanismo explorando com consciência o incrível POTENCIAL natural e climático brasileiro. "O campismo naturaliza o ser humano e ajuda a integrá-lo com a natureza."

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